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Sobre Radamés

Engenheiro curitibano pela UFPR, professor e produtor de conteúdos e ferramentas educacionais para a Internet.

Coleta seletiva do lixo

“Leve o lixo para fora!” Você já ouviu esta frase muitas vezes, não é mesmo? Mas onde fica esse lugar chamado fora? Para muita gente, pode ser em qualquer lugar desde que bem longe dos olhos e do nariz. Sob o aspecto ambiental, porém, o lugar fora onde se joga o lixo, por longe que seja, ainda é um lugar dentro do planeta.

A lei da conservação da matéria, enunciada por Lavoisier, é clara: Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Não há como fazer o lixo simplesmente sumir. Ele vai se transformar. Geralmente, se transforma em problema, mas há inúmeras soluções para se transformá-lo em algo com valor econômico. Boa parte do lixo sólido é reciclável, ou seja, pode ser aproveitado para produzir novos bens reduzindo a sobrecarga dos depósitos e economizando matérias-primas virgens.

Vários tipos de coleta seletiva

Aqui, vamos falar da coleta seletiva, uma ação individualmente responsável que é ponto de partida para a reciclagem dos resíduos sólidos. Os programas de coleta seletiva podem ser realizados em vários níveis de eficiência e de sofisticação. Tudo depende da maturidade dos envolvidos e da disposição de cada um para dar sua contribuição. Vamos apresentar vários cenários de coleta seletiva:

  • Básico: é o modelo de duas lixeiras: recicláveis x não recicláveis.
  • Evoluído: ou multi-seletivo onde usamos vários tipos de lixeiras.
  • Avançado: modelo ideal que segue as melhores práticas.
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Lixo orgânico – o que é e como tratar

Durante muitos séculos, o lixo produzido pelo homem foi basicamente orgânico. Faz pouco tempo que a produção de lixo se ampliou e outros tipos de resíduos começaram a abarrotar as lixeiras. O plástico, por exemplo, só começou a ser produzido em escala industrial em meados do século XX. As estatísticas mostram que há uma relação entre o desenvolvimento econômico de um país e a porcentagem de lixo orgânico gerado por sua população.

Em países pobres, o lixo orgânico predomina nas lixeiras. Já em países ricos, a porcentagem do material orgânico na composição do lixo cai acentuadamente. Isso não significa que pessoas de alta renda geram menos lixo orgânico, mas que o resíduo orgânico passa a se juntar com plástico, papel, metal, etc. Em outras palavras, quanto maior a renda da população, maior a produção de lixo. Para piorar, esse lixo se torna mais complexo e prejudicial ao ambiente.

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Reciclável e não reciclável

Teoricamente, tudo é reciclável. Na prática não é bem assim. Para muitos materiais a reciclagem é uma realidade economicamente viável. Papel, plástico, vidro e metal são exemplos de materiais cuja reciclagem ocorre sem a necessidade de incentivos ou legislação. São reciclados porque dá lucro e a tendência é que as taxas de reciclagem desses materiais aumentem cada vez mais.

A viabilidade econômica é um dos fatores mais importantes na reciclagem. Para um material ser reciclado é preciso que o produto gerado tenha valor comercial, que haja uma técnica viável de reciclagem, que o custo não seja proibitivo, que haja interesse do consumidor em usá-lo, etc.

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Mitos sobre reciclagem

Vários mitos sobre reciclagem circulam amplamente entre nós. Alguns, são frutos da falta de informação, outros, da tentativa de iludir a opinião pública. Vejamos alguns deles.

A reciclagem é a grande solução

Errado. A reciclagem é a última solução, que deve ser posta em prática quando se esgotaram as possibilidades de redução e de reutilização. São três os erres da consciência ambiental: reduzir, reutilizar e reciclar. A reciclagem é o último R da lista porque é o mais caro. Em primeiro lugar, pense em reduzir sua produção de resíduos. Depois, pense em alternativas para reutilizar os materiais. Por último, se não houver outra opção, vem a reciclagem.

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Esgoto doméstico

A água usada nas atividades domésticas se transforma no resíduo líquido conhecido como esgoto, que pode causar sérios problemas tanto ao meio ambiente como à saúde das pessoas. O esgoto doméstico pode ser tratado com relativa facilidade antes de ser lançado no ambiente. Infelizmente, tratamento de esgoto é uma baixa prioridade para o poder público e para a população em geral, o que resulta em índices baixos de coleta e tratamento no Brasil.

Impactos sanitário e ambiental

Quando falamos no problema do esgoto temos que pensar em dois tipos de impacto: o sanitário e o ambiental. O impacto sanitário envolve os problemas de saúde pública causados pelo esgoto, que propaga doenças quando não é coletado e tratado corretamente. As estatísticas mostram que a qualidade de vida da população está ligada diretamente a boas condições sanitárias.

Por muito tempo, as ações públicas e individuais em relação ao esgoto deram prioridade somente ao aspecto sanitário. A questão ambiental só começou a ser considerada recentemente. No mundo atual, porém, não faz sentido resolver apenas os problemas do esgoto que ameaçam a saúde da população. A saúde do ambiente também deve ser preservada, afinal, se o ambiente se degradar, a qualidade de vida da população vai cair também.

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Impacto ambiental do transporte de pessoas

Vivemos em uma sociedade de movimentação contínua. Circulamos muito e se formos analisar por que fazemos isso chegaremos a uma conclusão simples: nos movimentamos demais porque o transporte é barato. Vivemos uma ilusão de fartura em transportes que está nos levando a um colapso de recursos naturais. A paisagem urbana contemporânea é marcada pelas vias de circulação. Em áreas urbanas, as vias de circulação ocupam tanto espaço quanto as de habitação.

Infelizmente, ainda há pessoas que veem em viadutos e em grandes avenidas uma marca de progresso, mas a consciência ecológica nos levará a uma revisão de nossos hábitos de transporte. Reduzir é a solução preferencial. A solução de impacto ambiental zero é não ir. Por isso, tente resolver seus problemas por telefone, pela Internet ou por vídeo conferência.

Se não for possível reduzir, devemos racionalizar o transporte com iniciativas como resolver vários compromissos em um único deslocamento ou levar mais pessoas no mesmo veículo. Nessa mesma linha, devemos optar pela forma de transporte com menos impacto.

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Etanol – álcool combustível

O Brasil começou a produzir álcool combustível em escala industrial ainda na década de 1970. No início do Proálcool (Programa Nacional do Álcool), a idéia era diminuir  a dependência do país em relação ao petróleo, que tinha sofrido uma forte alta de preços na época. Desde então, o Brasil mantém seu programa de produção de combustível a partir da cana de açúcar. Com o aumento do efeito estufa, o álcool passou a ser uma fonte de energia interessante também sob o aspecto ambiental. Há vários fatores a favor do uso do etanol como combustível e outros tantos que comprometem o seu uso. Vamos relacionar os principais a seguir:

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Adensamento urbano

Muitas soluções ambientais estão ligadas ao urbanismo. Embora urbanismo seja em primeiro lugar uma questão política  e as soluções urbanas sejam coletivas vamos falar um pouco sobre ele aqui para orientar algumas decisões do cidadão individualmente ecológico.

Boas práticas

Percorrendo uma cidade encontramos realidades bem diferentes. Em certas áreas urbanas vemos árvores nas ruas, grama nas áreas de passagem, além de casas com jardim e quintal. Os recuos entre construções são mais amplos e elas não se grudam umas às outras. Em alguns condomínios de apartamentos também encontramos ampla área livre e verde abundante.

Áreas residenciais com essas características, além de propiciarem uma qualidade de vida melhor aos moradores, também têm algumas vantagens ambientais.  A presença do verde tem efeito positivo no efeito estufa, afinal os vegetais sequestram o carbono atmosférico. Áreas gramadas, jardins e quintais permitem a infiltração da água da chuva e isso é ótimo para a circulação subterrânea das águas. Construções com bons recuos, ou seja, com espaço livre em volta, podem receber ventilação e iluminação naturais e assim se tornam mais econômicas.

rua arborizada
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Casa ecológica

Não existe a casa absolutamente ecológica. O que pode existir é uma casa com impacto ambiental bem menor que o das casas tradicionais. Portanto, o conceito de moradia ecológica é relativo e está em constante evolução. É provável que no futuro a consciência ecológica aumente, as técnicas melhorem e surjam casas mais ecológicas do que conseguimos construir hoje. Não pense que a casa ecológica fica em cima de uma árvore e que se chega até ela trepando por um cipó.

Na realidade atual, a casa ecológica é parecida com uma casa tradicional, porém com diferenças significativas para o meio ambiente. Normalmente se fala em casas ecológicas, mas apartamentos, escritórios, prédios comerciais e industriais podem ser ecológicos também.

casa com telhado verde
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Economize com iluminação e lâmpadas

A iluminação doméstica é responsável por uma parcela importante do gasto com energia na casa. No Brasil, a fonte de energia mais usada para iluminação é a elétrica. Economizando com iluminação você gasta menos e ajuda o meio ambiente porque a geração de energia elétrica tem impacto ambiental.

Veja algumas dicas para economizar com iluminação:

  • Cores claras. Ambiente pintado com cores claras, especialmente o teto, reflete melhor a luz e reduz os gastos com iluminação.
  • Temporizador. Em áreas coletivas, como corredores e escadas de prédios, use interruptores temporizados (minuteiras) ou sensores de presença para evitar que as lâmpadas fiquem acesas quando ninguém está no ambiente.
  • Fotocélulas Em áreas externas, use fotocélula para acionar as lâmpadas. Isso vai evitar o acendimento delas quando a luz solar é suficiente.
  • Dimmer. Os dimmers permitem que você ajuste a luminosidade do ambiente. São dispositivos que controlam a intensidade de luz emitida pelas lâmpadas economizando energia. A limitação deles é que não funcionam com todos os tipos de lâmpada.
  • Luz natural. A luz natural é preferível, por isso se você vai construir pense em um projeto que privilegia a luz do sol. Se for reformar, deixe a luz do sol entrar. Abra as janelas e as cortinas.
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Captação de água da chuva

A água da chuva é destilada e cai sem cobrar impostos. Recolher essa água que vem do céu e aproveitá-la é uma tendência forte na busca de soluções para economizar água potável. A idéia é não perder a água da chuva que cai no telhado. Se ela não for captada, vai acabar se infiltrando na terra, ou então, pode ir para o sistema de águas pluviais urbano. Se esse sistema estiver sobrecarregado, a água não captada vai aumentar o caos dos alagamentos.

A água de chuva captada nos telhados não é potável porque entra em contato com impurezas por onde passa. No entanto, é boa para vários usos como descarga de vasos sanitários; lavagem de carros e calçadas ou irrigação de jardim. Em alguns casos, pode ser usada na lavagem de roupas.

Sistema de captação de água pluvial

Captação de água da chuva
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Impacto ambiental de embalagens

Não é fácil dizer se um tipo de embalagem tem mais impacto ambiental do que outro porque são diferentes os materiais, as técnicas de produção, as possibilidades de reciclagem, a velocidade de decomposição, etc. Apesar da dificuldade, vamos tentar estabelecer uma escala de impacto ambiental para embalagens. Para isso, vamos considerar vários fatores, pois quando o assunto é meio ambiente, só a análise global do problema nos leva a boas conclusões. Alguns aspectos ambientais foram avaliados com certa subjetividade, mas a escala é satisfatória para diferenciar as embalagens mais verdes das que causam maior dano ambiental.

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