Crítica | O diabo veste Prada

A sofisticada sedução do diabo

The devil wears Prada
Direção de David Frankel
2006 : EUA : 109 min
Com Meryl Streep (Miranda Priestly),
Anne Hathaway (Andy Sachs) e
Stanley Tucci (Nigel)
Site oficial: www.devilwearspradamovie.com

O diabo tem suas armas para atrais as almas: sofisticação, glamour, poder e grifes caríssimas. Andy (Anne Hathaway), nossa heroína, terá que lutar muito contra o assédio das forças do mal. Ela é uma jovem recém-formada em jornalismo buscando seu lugar no mundo profissional. Eficiência e dedicação não lhe faltam, mas essas qualidades acabam sendo úteis aos interesses do Mal.

Crítica ao workaholic

O diabo, ou melhor: a diaba, nesse caso é a lendária executiva do jornalismo de moda Miranda Priestly. Essa diaba (Meryl Streep) nunca desce do salto e cumpre à risca o seu papel na sociedade. É uma executiva ultra eficiente e visionária que dá as cartas no iniciático universo da alta moda. Bem, esse é o lado light de sua figura. Completam o perfil da diva o mau humor 24 por 7, o perfeccionismo a qualquer preço e a convicção de que todos a sua volta estão em um nível ínfimo de competência e relevância.


Andy consegue o emprego de segunda assistente de Miranda em parte pelo acaso, mas principalmente por ser diferente das jovens que ocuparam o cargo anteriormente. Na editora de Miranda todos repetem o mesmo mantra: “Um milhão de garotas dariam a vida pela sua vaga, minha cara Andy.” Andy, porém, sequer sabia quem era a poderosa Melissa antes de chegar para a entrevista. Depois de conquistar a vaga,

Andy, que sonha trabalhar no jornalismo ‘sério’, inicia um processo de rápida transformação. Ela começa a entender de moda, a ficar mais sofisticada e graças às cobranças desumanas da chefe rapidamente se transforma em uma máquina de trabalhar. Uma transformação para o bem ou para o mal?

Esse é um filme sobre o universo do trabalho. Além de ser uma comédia deliciosa, podemos refletir sobre os limites da servidão aos interesses da carreira. Para ser reconhecido e chegar ao topo há um preço alto a pagar. Talvez seja preciso puxar o tapete de alguns concorrentes ou deixar o namorado esperando.

Mercado da mega hiper competência

Em sua busca pela mega hiper competência Andy se transforma. A sua vida simples começa a se perder no passado, os velhos amigos vão se afastando. Evolução ou corrupção? Uma hora Andy terá que decidir o que deseja para si. Levar a sério a futilidade da alta moda? Futilidade? Mas como se é um negócio que movimenta milhões? E o que seria o trabalho ‘sério’ que Andy cultua?

No fundo, Andy projeta na chefe sua imagem amanhã e Miranda vê na assistente a si mesma ontem. Talvez Miranda tenha escolhido Andy por causa de um desejo secreto: o de fazer com que pessoas normais e inteligentes respeitem o mundo fashion, tido por muitos como frívolo e afetado. Um filme para rir dos chefes carrascos. Miranda é o retrato escarrado de alguns que estão por aí infernizando a vida dos seus funcionários. Tudo em nome da eficiência pós-moderna, claro.

Marcante

  • Os mortíferos olhares de desprezo de Miranda. Capazes de reduzir qualquer um ao pó da insignificância.
  • Miranda, personagem inesquecível graças à atuação de Meryl Streep que é ótima quando é má. A personagem se torna ainda mais divertida quando lembramos que foi inspirado em Anna Wintour, editora chefe da revista Vogue de Nova York.

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