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Obstrução

Já que no meio do caminho tinha uma fiação por que não fazer disso um ensaio desfotográfico? Aqui em Curitiba temos vários prédios de interesse histórico, arquitetônico, fotogênicos enfim. Quase sempre a vontade de fotografa-los fica reprimida por uma maçaroca de fios. Tudo bem, enterrar a fiação custa caro e temos outras prioridades pela frente, mas pelo menos nas áreas turísticas poderia haver um cuidado maior com a poluição visual.

Paisagem obstruída

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Gente na rua

Fotografar pessoas em flagrante na rua é uma coisa que os grandes fotógrafos da escola humanista faziam muito bem. Acredito que nos tempos do Cartier Bressom e do Doisneau não havia muita preocupação com direitos de imagem, mas a fotografia de rua é assim mesmo: requer certa cara de pau. Você vai lá e fotografa porque se você for pedir licença para as pessoas o flagrante já era.

A violinista de Cracóvia
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Sakura de inverno

Aqui em Curitiba a florada das cerejeiras acontece no auge do inverno. Existem muitas cerejeiras pela cidade mas os lugares mais fotogênicos para vê-las florindo são o Jardim Botânico, a Praça do Japão e a Rua XV de Novembro (Rua das Flores).

Cerejeiras em Curitiba

Embora aqui o frio não seja rigoroso como no Japão, as cerejeiras precisam resistir a temperaturas próximas de zero grau, o que não parece ser problema para elas. Assim como os japoneses que adoram fotografar a florada na primavera, eu fico de olho no calendário para conseguir boas fotos da florada, mesmo que seja preciso enfrentar as manhãs frias do inverno curitibano. É preciso ficar atento, pois a florada dura no máximo uns quinze dias, o que  nos leva a uma reflexão inevitável sobre a brevidade da beleza.

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Colecionador de tampas de bueiro

Fiquem tranquilos, coleciono apenas fotografias de tampa de bueiro. É uma coleção ainda pequena, mas espero amplia-la aos poucos. Descobri que existe uma relação direta entre belas cidades e belas tampas. Sim, pode existir beleza nessas peças do mobiliário urbano pisoteadas sem cessar. E se não forem belas, certamente nos contam histórias sobre a cidade. Além de design elas têm valor econômico, pois são feitas com bastante metal, o que desperta o interesse dos ladrões. Uma tampa custa até R$ 500,00 e as prefeituras gastam valores consideráveis para repor as perdas causadas pelos gatunos.

Quando encontro uma tampa de bueiro antiga fico pensando como ela resistiu tanto tempo ali no chão, provavelmente ignorada por milhares de transeuntes que pisaram nela ao longo dos anos. Muitas histórias podem ter acontecido sobre elas: festas, passeatas, encontros, correrias, crimes. Algumas tampas trazem o nome de empresas que não existem mais, outras mostram uma estética que está nos livros de história.

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Curitiba em detalhes

Quando eu comecei a fotografar parti do princípio que bons motivos estavam perto de mim. Fotografar a minha cidade natal era a opção natural. Andar pelas ruas com olhos bem abertos e tentar encontrar aqueles detalhes que contem algo importante sobre a alma da cidade, mas que  passam desapercebidos na correria do dia-a-dia. Não estou falando de marcos visuais majestosos, nem de pontos turísticos oficiais. Uma porta, uma luminária, uma placa podem dizer mais sobre a cidade do que palácios e avenidas largas.

Estação de ônibus tubo em Curitiba
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