Fotografar pessoas em flagrante na rua é uma coisa que os grandes fotógrafos da escola humanista faziam muito bem. Acredito que nos tempos do Cartier Bressom e do Doisneau não havia muita preocupação com direitos de imagem, mas a fotografia de rua é assim mesmo: requer certa cara de pau. Você vai lá e fotografa porque se você for pedir licença para as pessoas o flagrante já era.
Fotografar flagrantes na rua é como pescaria. Tem dia que dá peixe e tem dia de molhar minhoca. Não tenho o senso de oportunidade dos centroavantes, mas já consegui alguns flagrantes por aí. Quando saio na rua para pescar algum flagrante minha primeira preocupação é respeitar a dignidade das pessoas. Não é porque uma questão social precisa ser denunciada que você vai expor alguém em situação degradante. Por isso, se por acaso você esteja se vendo em alguma das minhas fotos pode crer tenho respeito pela sua pessoa.