Arquivo da tag: consciência ambiental

Antropoceno: 10.000 anos de geoengenharia planetária

Antropoceno seria o período em que as características geológicas do nosso planeta passaram a sofrer alterações significativas por conta da ação humana. Não se trata de um período geológico oficial; a ideia de cria-lo partiu do Prêmio Nobel de Química Paul Crutzen em 2000, embora outros cientistas já tivessem feito propostas semelhantes bem antes. Paul Crutzen defende que o período Antropoceno iniciou no século XVIII com a invenção da máquina a vapor. Foi nessa época que os humanos começaram a fazer uso intensivo dos combustíveis fósseis e de lá para cá a concentração de gás carbônico na atmosfera aumentou drasticamente.

Outros estudiosos defendem que a ação humana passou a causar alterações significativas no planeta desde o desenvolvimento da agricultura há cerca de dez mil anos. Se considerarmos todos os impactos da espécie humana sobre os ecossistemas teríamos que recuar ainda mais no tempo. O crescimento da população de homo sapiens pode estar relacionado com a grande extinção de megafauna após a última glaciação, ocorrida há quase doze mil anos atrás. Nessa linha de raciocínio o período geológico oficial conhecido como Holoceno poderia ser renomeado para Antropoceno já que foi nesse intervalo de cerca de 12.000 anos que a Terra passou a sentir o impacto da presença do homo sapiens.

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Bombril é ecológico?

No passado, eu vi na TV uma campanha publicitária em que faziam uma comparação ambiental entre a esponja de aço Bombril e as esponjas sintéticas. O milenar garoto propaganda Carlos Moreno alertava que o Bombril é ecológico, ao contrário das esponjas sintéticas que, além de não serem biodegradáveis, acumulam bactérias. A propaganda foi retirada do ar por decisão do CONAR que acatou as queixas de alguns fabricantes de esponjas sintéticas.

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Os cinco níveis da consciência ambiental

O que é consciência ecológica? Muita gente vai dizer que é jogar o lixo na lata do lixo. Está certo! Começa por aí mesmo, mas não vamos nos iludir que salvaremos o mundo simplesmente praticando lixo ao cesto. A conscientização ambiental é uma escada e a maioria das pessoas ainda está nos primeiros degraus. Para simplificar, vamos supor que essa escada se divide em três lances: básico, médio e avançado. Além disso, há dois degraus de alienação.

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Os carros mais econômicos do Brasil

Conheça os carros mais econômicos comercializados no Brasil segundo o Inmetro em vários anos. Estamos falando de economia de energia. Como há vários tipos de combustível (diesel, etanol, eletricidade, gasolina) o Inmetro tem adotado mais recentemente a medida MJ/km (Mega Joule por quilômetro) que permite fazer comparações entre combustíveis diferentes.

Carros mais econômicos em 2020

A tabela Inmetro 2020 veio com 1034 modelos comercializados no Brasil. Pelo método do consumo em MJ/km os carros elétricos são maioria. Na tabela abaixo temos os modelos com consumo energético inferior a 1,0 MJ/km.

MarcaModeloMotor e versãoCategoriaMJ/km
RenaultTwizyElétrico IntenseSubcompacto0,39
BMWi30. 647 ­ 8V  120 REX  Médio0,41
Caoa CheryArrizo 5ElétricoGrande0,55
JacIEV 40ElétricoUtilitário esp. compacto0,56
NissanLeafElétrico  TEKNA  Grande0,58
RenaultZoe LRElétrico IntenseMédio0,65
RenaultZoe LRElétrico LifeMédio0,65
RenaultZoe LRElétrico ULT LRMédio0,65
RenaultZoe NRElétrico IntenseMédio0,65
RenaultZoe LRElétrico LifeMédio0,65
JaguarI-PaceElétrico E400 SEExtra grande0,72
JaguarI-PaceElétrico E400 HSEExtra grande0,72
JaguarI-PaceElétrico E400 SEExtra grande0,72
JaguarI-PaceElétrico E400 FIRSTEDExtra grande0,72
BMWi8 1.5­12V  Roadster  Esportivo0,78
BMW530e 2.0­16V  IPerformance  Extra grande0,85
VolvoXC40 1.5­12V  T5H RDesign  Utilitário esp. gr.0,85
VolvoXC40 1.5­12V  T5H Momentum  Utilitário esp, gr.0,85
VolvoXC40 1.5­12V  T5H Inscription  Utilitário esp, gr.0,85
VolvoS90 2.0­16V Turbo  T8 Inscription   Extra grande0,88
VolvoS90 2.0­16V Turbo  T8 R­Design  Extra grande0,88
BMW745Le 3.0­24V  Esportivo0,88
MiniCountryman 1.5 ­ 12V  ALL4 SE  Médio0,88
VolvoS60 2.0­16V  T8 Inscript  Extra grande0,91
VolvoS60 2.0­16V  T8 Polestar  Extra grande0,91
VolvoS60 2.0­16V  T8 R­Design  Extra grande0,91
BMWX5 3.0 ­ 24V  xDrive 45e  Utilitário esp. gr. 4×40,98
twizy
Twizy
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10 coisas que você pode fazer pelo meio ambiente

Essas, você pode fazer sem esperar pelo governo, pela grande conscientização do povo, por leis mais severas, etc.

  1. Impressão. Não imprima. Leia na tela do computador, ora. Não vale dizer que só consegue ler aquilo que você pega nas mãos. Isso é fetiche.
  2. Sacolas descartáveis. Recuse aquelas sacolas que as lojas oferecem porque elas vão virar lixo assim que você chegar em casa. Põe na bolsa, no bolso, leve na mão ou traga uma sacola de pano de casa, uai.
  3. Carro flex. Prefira um carro flex. Se o seu carro já é flex, abasteça com álcool, que não aumenta tanto o aquecimento global e costuma ser mais barato. Ah, e compre um carro suficiente para a sua necessidade. O que são aquelas caminhonetes gigantes rodando em centro de cidade e consumindo duas vezes mais combustível do que um carro urbano médio.
  4. Refrigeração. Máquinas que refrigeram como ar condicionado e geladeira devem ser livres de gases que aumentam o buraco na camada de ozônio.
  5. Conteúdo on-line. Assine jornais e revistas on-line e não receba mais em casa centenas de quilos de papel anualmente.
  6. Madeira certificada. Coisas feitas de madeira têm que vir de reflorestamento onde se respeita regras ambientais ou de extração controlada e sustentável.
  7. Coleta seletiva. Separe o lixo no capricho em seis grupos: papel, metal, vidro, plástico, orgânico e não reciclável. Se isso for feito em um condomínio, dá para levantar uma grana e ainda gera empregos.
  8. Papel. Se você, em último caso, tiver que consumir papel, prefira o reciclado não branqueado.
  9. Reuso. Prefira o reutilizável em vez do descartável, como era nos bons tempos dos nossos avós. Tenha uma xícara para o café no escritório em vez de detonar copinhos descartáveis. Compre bebidas em garrafas reutilizáveis. Pratinho, talher, guardanapo, tudo descartável? Que preguiça, hein?
  10. Transporte. Vá a pé, de bicicleta, de ônibus, ou se puder, não vá. Alguns felizardos trabalham em casa. Outros fazem tudo pela Internet. Ajude sua saúde, seu bolso e o meio ambiente.

P. S. Post scriptum

Escrevi este post há mais de dez anos e o revisei em 2020. Mantenho no ar porque vem mantendo acessos ao longo dos anos. Na época a ideia era dar algumas ideias de preservação do meio ambiente que fossem possíveis de implementar no cotidiano sem grande esforço. Acho que a lista continua válida depois de uma década.

Para os mais jovens pode soar estranho essa história de informação impressa, pois eles já queimaram essa etapa. O carro flex continua sendo uma opção para a realidade brasileira, embora o ideal seria o carro mono combustível a etanol, ou talvez, um carro elétrico de pequeno porte.

Triste é ver que o fim das sacolas descartáveis está longe de acontecer. Alguns governantes tentam eliminá-las, mas elas continuam aí.

Ambientalismo

Reciclável e não reciclável

Teoricamente, tudo é reciclável. Na prática não é bem assim. Para muitos materiais a reciclagem é uma realidade economicamente viável. Papel, plástico, vidro e metal são exemplos de materiais cuja reciclagem ocorre sem a necessidade de incentivos ou legislação. São reciclados porque dá lucro e a tendência é que as taxas de reciclagem desses materiais aumentem cada vez mais.

A viabilidade econômica é um dos fatores mais importantes na reciclagem. Para um material ser reciclado é preciso que o produto gerado tenha valor comercial, que haja uma técnica viável de reciclagem, que o custo não seja proibitivo, que haja interesse do consumidor em usá-lo, etc.

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Mitos sobre reciclagem

Vários mitos sobre reciclagem circulam amplamente entre nós. Alguns, são frutos da falta de informação, outros, da tentativa de iludir a opinião pública. Vejamos alguns deles.

A reciclagem é a grande solução

Errado. A reciclagem é a última solução, que deve ser posta em prática quando se esgotaram as possibilidades de redução e de reutilização. São três os erres da consciência ambiental: reduzir, reutilizar e reciclar. A reciclagem é o último R da lista porque é o mais caro. Em primeiro lugar, pense em reduzir sua produção de resíduos. Depois, pense em alternativas para reutilizar os materiais. Por último, se não houver outra opção, vem a reciclagem.

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Crédito ambiental

O protocolo de Kyoto introduziu o conceito de crédito de carbono. Os países que assinaram o protocolo têm o compromisso de reduzir as emissões de gases que aumentam o aquecimento global. Eles podem fazer isso tomando iniciativas dentro de suas fronteiras ou em outros países. Quando um país ou empresa custeia um projeto em outro país que reduz o efeito estufa, o investidor ganha créditos de carbono.

Os créditos de carbono funcionam como moeda no protocolo de Kyoto. Indicam que o país está cumprindo suas metas pela redução do aquecimento global. O nome crédito de carbono remete à ideia de que estamos retirando carbono da atmosfera. O aumento dos gases que contém esse elemento na atmosfera é a principal causa do aquecimento global.

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