Creio que não sou o único a ficar perturbado com o impacto visual que o Museu Guggenheim Bilbao provoca em quem o admira. Suas formas lembrariam um navio? Suas placas de titânio seriam como escamas de peixe? Seus volumes de aço seriam como bandeiras tremulando? Ou talvez, a imprevisibilidade das formas desse prédio seja nada mais do que um premeditado caos organizado.
Uma das características que mais impressiona no Guggenheim Bilbao é o seu evidente desconstrutivismo. Vamos entender esse palavrão como uma tentativa de demolir milenares postulados da arquitetura. Não é possível traçar linhas de simetria no museu, não é fácil detectar nele as conhecidas formas geométricas regulares presentes nas obras arquitetônicas por séculos.
Os metódicos vão sentir uma sensação de desemparo diante desse fascinante conjunto de formas inesperadas que não tem as regularidades confortáveis da arquitetura tradicional. Provavelmente, o museu de Bilbao é a melhor expressão da corrente arquitetônica desconstrutivista e é impressionante como essa variante provocativa e rebelde da arquitetura pode nos deixar encantados.
Frank Gehry projetou o museu para brilhar com a luz do sol ou sob iluminação noturna. Esse gigante de titânio e vidro domina a cena no seu entorno que oferece em toda a volta boas vistas desse ícone arquitetônico do final do século XX. O risco era o museu ser mais prestigiado do que as obras que abriga e não deu outra. Milhões de turistas do mundo inteiro vão a Bilbao ver especificamente o museu.
Internamente, o museu é composto por diversas salas de diferentes dimensões para comportar vários tipos de exposição. Várias dessas salas são acessíveis a partir do átrio principal. Como se fossem pétalas de uma flor as salas começam no átrio e observando a planta do museu percebemos o mesmo desconstrutivismo das fachadas, ou seja, não vamos encontrar simetrias confortáveis. Frank Gehry controla as formas embora elas pareçam aleatórias à primeira vista. Os volumes do museu seriam pseudópodos retorcidos? Não são formas exatamente orgânicas; estão mais para uma arquitetura high tech, estranha, alienígena.
O museu Guggenheim é um exemplo de projeto cultural bem sucedido. Revitalizou uma área importante da cidade de Bilbao; foi construído dentro do prazo e do orçamento; criou oportunidade para um dos gênios da arquitetura contemporânea soltar as asas da imaginação e deu à cidade de Bilbao um marco visual, além de ganhos com o turismo. Já é uma tradição moderna criar espaços de valor artístico para abrigar obras de valor artístico.
A fundação Guggenheim é especialista nessa prática. Basta lembrar do Guggenheim de Nova York, outra obra prima projetada pelo lendário Frank Loyd Wright. Como toda obra de vanguarda, o Guggenheim Bilbao está sujeito a críticas: seu custo de manutenção é alto e não é fácil preencher seus amplos espaços com obras de qualidade compatível com sua aura de obra prima arquitetônica.
Museu Guggenheim
Bilbao, Espanha
Arquiteto: Frank Gehry
Inaugurado em 1997
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