Atravessar a rua na faixa de pedestre cuidando para não ser atropelado.
Se dirigir não beba, se beber não dirija.
Caminhada nos dias pares, academia nos dias ímpares.
Ler uma hora por dia. Revista Caras não vale na conta.
Jogar lixo no lixo.
Separar o lixo do lixo que não é lixo.
Não fumar nem se seja um Cohiba legítimo.
Cuidar da própria imagem digital e não escrever besteira no Facebook.
Escrever corretamente nos rigores do português castiço.
Pentear o cabelo, fazer a barba (homens), cortar as unhas, eliminar pelos em excesso (mulheres e alguns homens).
Desligar o celular no cinema, na missa e no banco.
Não fazer piadas sobre minorias ou maiorias, ou seja, não fazer piadas.
Não usar expressões chulas. Que merda.
Não tomar vinho tinto gelado.
Fazer check-up regularmente com exame de próstata (só para homens experientes).
Reciclar-se profissionalmente em congressos, cursos, especializações, mestrados e doutorados.
Tomar pelo menos um banho por dia útil ou inútil.
Manter-se atualizado com tudo que acontece no mundo e no Afeganistão.
Não usar pantufas de oncinha, pochete ou moleton.
Não dizer que vai estar transferindo a ligação.
Tarefas fundamentais
Segue uma lista de tarefas essencial, para mim pelo menos. E antes que me perguntem adianto: sim, realizo a maioria delas no meu cotidiano.
Arrumar o quarto. Talvez a mais importante de todas. Salve o mundo, arrume seu quarto. Estou falando em sentido literal e figurado.
Parar de operar com os quatro grandes bancos. A concentração bancária é uma calamidade no Brasil. Ajude as taxas de juro caírem, abandone os grandes bancos.
Duvidar de Datafolha e Ibope. No passado eu acreditava na moral ilibada e na técnica apurada dos grandes institutos, mas …
Uma vez por semana ser vegano. Reduzir o consumo de carne é bom para o meio ambiente, sua saúde, seu paladar.
Ler um autor conservador respeitável. Autores progressistas dominam o ecossistema cultural. Conheça o que existe além deles.
Anotar em quem votou a cada eleição. Com o tempo você vai ficar surpreso.
Fazer compostagem doméstica. Uma prática ecológica que demanda algum comprometimento.
Ser politicamente incorreto quando for o correto. Você vai concluir que quase sempre politicamente correto é dominação pela linguagem.
Colocar em dia a carteirinha de vacinação. Adulto e idoso também se vacina.
Adotar um vira-latas se puder cuidar dele até o fim. Mas tem que cuidar bem como bicho e não como gente.
Não guardar lugar na praça de alimentação. Tem gente que não entende essa.
Visitar 194 países antes de dizer “só no Brasil”. Duas vantagens nessa: viajar bastante e não ter complexo de vira latas.
Descobrir uma utilidade do teorema de Pitágoras. São tantas, não passe vergonha dizendo que mais um dia se passou sem você usar a Matemática.
Dominar o Excel. 80% dos problemas da humanidade são resolvíveis no Excel.
Trocar um pneu (se mulher). Não acredite em feminista que não troca pneu.
Lavar a louça (se homem). Homem com H lava louça.
Comprar perto de casa. Mova a economia local.
Evitar pós brancos como açúcar e sal. E tem mais pós a evitar.
Planejamento plurianual de marketing
Fazer um book de fotos.
Fazer desfiles e comerciais.
Fazer bons contatos.
Namorar um esportista famoso.
Desmanchar o namoro.
Conceder entrevistas contando tudo sobre o namoro.
Aparecer em festas e eventos escolhidos cuidadosamente.
Posar nua para a Playboy.
Aparecer em talk shows e programas de auditório.
Namorar a sério um homem muito rico.
Casar com o homem muito rico em uma festa de arromba.
Publicar as fotos da lua de mel na revista Caras.
Conceder entrevistas contando como está feliz.
Abrir o apartamento de cobertura para a revista Caras.
Plantar rumores de desentendimento entre o casal.
Separar-se do homem muito rico.
Viajar para a Suiça tentando esquecer a separação.
Assinar contrato com uma emissora para estrelar programa de TV.
Namorar homens variados da moda.
Criar factóides diversos de manutenção.
Por que listar?
Por muito tempo pensei que nesse mundão de Deus eu estava entre os poucos com fixação por listas. De uns tempos para cá, porém, a mania das listas está contagiando mais pessoas, ou pelo menos está ficando mais visível. Siga meu raciocínio. Se você for à livraria vai encontrar obras como 1001 lugares para conhecer antes de morrer, 1001 filmes para ver antes de morrer, 1001 discos para ouvir antes de morrer ou 1001 livros para ler antes de morrer. As grandes revistas criam listas de todos os tipos: as maiores empresas, as personalidades mais influentes, os fatos mais marcantes do ano, as mais bem vestidas, etc. Na Internet, é possível encontrar sites onde a atividade principal é montar listas.
Criar listas é uma atividade que se intensifica no final de cada ano. Época de balanço e renovação a virada do ano nos põem a contabilizar o que deu certo, quem se destacou, o que marcou e o que virá. Listas fixam cânones, classificam, trazem certeza, dão segurança, separam o joio do trigo e, por isso, fazem sucesso.
Um mistério, contudo, envolve a arte da listagem: qual é o número cabalístico que define uma lista? Talvez, por termos dez dedos nas mãos, boa parte das listas é definida em múltiplos de dez: os dez melhores vinhos, as 100 maiores empresas, os 1000 melhores filmes. Os adoradores de 10 não botam fé em listas com números “quebrados”. 1001 até que passa, talvez pela proximidade com 1000 e por conta da analogia com as 1001 noites, mas quem aceitaria uma lista com 999 itens? Alguns ousados arriscam listas com números exóticos como 140 dicas para Twitter. Nesse caso, a graça vem de 140 remeter ao número máximo de caracteres que um tweet aceita. Da minha parte, tenho uma admiração secreta pela base de contagem 2 e, por isso, minhas listas sempre envolvem potências de 2. É por isso que listo 64 sites, 128 peças teatrais, 256 filmes, 512 músicas e 1024 livros.