O televisor é um item de peso no consumo de energia elétrica da casa. Em muitas residências encontramos dois ou mais aparelhos e o tempo que permanecem ligados diariamente é longo. Além disso, o tamanho das telas tem aumentado com o passar dos anos. Até alguns anos atrás o normal era comprar uma TV de 21 polegadas. Hoje o sonho de consumo da maioria das pessoas é o televisor 40” ou mais. Está certo que as novas tecnologias são mais eficientes do ponto de vista energético, mas com o aumento das telas o consumo mensal absoluto só aumenta. Outra dúvida do consumidor ecológico é em relação à tecnologia das TVs. Qual delas é mais econômica?
Os televisores atuais são produzidos em várias tecnologias. A tecnologia CRT está superada, mas ainda é encontrada nas residências. Sua sobrevida deve-se aos conversores digitais que captam o sinal digital e o convertem em sinal analógico compatível com as TVs de tubo antigas. A tecnologia de plasma também está caindo em desuso. As TVs de LCD e OLED são as predominantes na atualidade.
Tecnologia | Descrição |
CRT | Tubo de raios catódicos, de cinescópio. |
LCD CCFL | Display de cristal líquido com iluminação de fundo por lâmpada fluorescente de cátodo frio. |
LCD Edge LED | Display de cristal líquido com iluminação de bordas por lâmpada LED. |
LCD Full LED | Display de cristal líquido com iluminação de fundo por lâmpada LED. |
OLED | Diodo emissor de luz orgânico. |
PLASMA | Painel de plasma. |
Todas as tecnologias recentes são fornecidas também na opção 3D.
Infelizmente, não é fácil comprar uma TV no Brasil pelo seu consumo de energia elétrica. O fabricante informa a potência nominal do aparelho, mas falta uma padronização para comparar a potência média efetiva entre aparelhos. O programa Procel mantido pelo Inmetro faz uma classificação de televisores, mas só mede a eficiência dos aparelhos em modo standby. Sinceramente, o Procel dos televisores é de pouca relevância porque a atitude consciente é não usar o modo standby. A regra do programa para etiquetar uma TV exige que o aparelho possa ser 100% desligado apertando um botão. Em outras palavras: o próprio Procel considera importante desligar essa inutilidade antiecológica chamada modo standby.
Para chegar a um ranking de televisores mais econômicos consultei as tabelas do programa de etiquetagem Procel. Os dados trazem modelos de 2011 a 2017. A partir dessas informações montei a tabela a seguir que mostra o consumo médio segundo a tecnologias e dimensões de tela.
Tabela de potência nominal média (W) de TVs por tecnologia e dimensão de tela.
Tecnologia | 20” | 30” | 40” | 50” | 60” | 70” |
CRT | 75 | 105 | ||||
LCD CCFL | 40 | 119 | 181 | |||
LCD Edge LED | 35 | 65 | 97 | 141 | 200 | 238 |
LCD Full LED | 25 | 62 | 92 | 104 | 207 | 246 |
OLED | 204 | 326 | 260 | |||
PLASMA | 219 | 325 | 445 |
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Ver TV é um lazer ecológico? Como é uma atividade de baixo impacto, sim. Com certeza, é mais ecológico do que viajar, mas perde para uma caminhada no parque ou, para uma prosa na varanda com os amigos. Para ver TV é preciso um televisor, energia elétrica e uma emissora que coloque a programação no ar. Produzir o programa custa caro, mas esse gasto é rateado entre muitos espectadores. Para o espectador fica o gerenciamento do impacto do aparelho e da energia elétrica, por isso, veja algumas dicas de meio ambiente sobre ver TV.
Televisores por residência. Em muitas casas é comum encontrar duas ou mais TVs, o que é ruim, pior ainda se todas forem ligadas ao mesmo tempo para sintonizar o mesmo canal. Que tal doar ou vender as TVs mais velhas e compartilhar um só aparelho em família? Isso rende até uma troca de ideias entre os viventes da casa enquanto veem a programação.
Tecnologia do aparelho. Há varias tecnologias de TV : CRT, plasma, LCD, OLED. A tecnologia CRT é a mais antiga, tem consumo médio e, está saindo de circulação. As TVs de plasma também não são econômicas. A tecnologia mais recente e de maior eficiência energética é a de LED.
Área de tela. Quanto maior a tela da TV, maior seu consumo de energia. Ao longo dos anos o tamanho médio das telas tem aumentado bastante. Houve um tempo em que a TV 21” CRT era padrão nas residências. Depois, veio a onda das CRT 29” e agora, o padrão que está se firmando é o das TVs 42”. Isso sem falar nas TVs maiores ainda de 50, 60 ou mais polegadas. As tecnologias iluminadas por LED têm baixo consumo específico de energia, mas essa eficiência acaba neutralizada se a área do aparelho for muito grande. Por isso, ao escolher um televisor, não se deixe levar pela ideia de que tamanho é documento.
Luminosidade do ambiente. Os oftalmologistas recomendam um ambiente de luz suave para assistir TV; os ecologistas, também. Fechando as cortinas durante o dia ou usando um abajur na sala durante a noite é possível reduzir o brilho da TV e economizar energia. TVs mais modernas vem com sensor de luminosidade que ajusta o brilho automaticamente de acordo com a necessidade do ambiente.
Temporizador e sensor de luminosidade, sim; standby, não. Alguns recursos tecnológicos são bem-vindos. Poder programar a TV para desligar sozinha depois de um tempo é ótimo para aqueles que dormem diante da TV e só acordam horas depois. O sensor de luminosidade é ótimo para ajustar o brilho da TV automaticamente e economizar energia. Por outro lado, TVs com standby não são ecológicas. O consumo em standby parece pequeno, mas em alguns aparelhos alcança 10 W. Um aparelho em standby o mês inteiro faz diferença a mais na conta de energia.
Como se vê, dá para baixar o impacto ambiental até na hora de ver TV. Se você, porém, não curte TV pode reduzir ainda mais seu impacto ambiental recorrendo a formas de lazer mais ecológicas e antigas como fazer sexo, que geralmente não requer aparelhos elétricos e pode ser praticado com luz apagada. Só lembre que esse lazer não deve resultar em crescimento populacional.
O consumidor típico tem uma atração irresistível por televisores grandes, mas o consumidor consciente entende que a ideia do quanto maior melhor não funciona para televisores. Os fabricantes recomendam uma distância ideal entre a tela e o assento onde o consumidor assiste à TV. Quanto maior a tela, maior a distância ideal para assistir. Isso se deve a fatores como:
Em resumo, TVs de tela grande devem ficar mais distantes do espectador, o que torna a experiência com elas parecida com a que temos com uma TV menor que fica mais próxima do sofá.
Para calcular quanto uma TV consome em R$ por mês é preciso levar em conta dados como:
Vamos exemplificar o cálculo considerando uma TV LCD Full LED de 40”. Vamos supor que a TV fica ligada durante 5 horas por dia. No resto do tempo ela permanece em standby. Vamos supor que o consumo em standby é de 1 W e quando em uso a TV consome 90W.
Temos 5 h x 30 dias de TV ligada. Isso nos dá 90W x 5 x 30 = 13,5 KWh.
Temos 19 h x 30 dias de TV em standby. Isso nos dá 1 W x 19 x 30 = 0,57 KWh.
O consumo total dessa TV será de 14,07 KWh por mês.
Se o preço do KWh for R$ 0,80, o gasto mensal fica em R$ 11,25.
Quando você compra um eletrodoméstico deve levar em conta o preço para tirá-lo da loja e o consumo de energia que ele vai gerar ao longo de sua vida útil. Estes são os dois itens principais que compõem o custo total de propriedade. Para nossa análise vamos fazer uma simplificação e supor que a vida útil de uma TV é de dez anos, que nesse período ela não vai precisar de manutenção, que o televisor é utilizado por 5 horas ao dia e que fica em standby quando fora de uso. No cálculo abaixo temos um comparativo entre duas TVs que leva em conta o custo total do aparelho durante uma vida útil estimada em dez anos.
TV LCD Full LED 40”
TV LCD Full LED 60”
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