Tentaremos mostrar aqui algumas regularidades fonológicas observadas nas flexões verbais.
Cada verbo regular do português segue um dos três padrões de flexão. Comparando os três padrões encontramos algumas regularidades como se vê na tabela seguinte:
Padrão A | Padrão E | Padrão I |
Cant a r | Vend e r | Part i r |
Cant a sse | Vend e sse | Part i sse |
Cant a ra | Vend e ra | Part i ra |
Cant a rei | Vend e rei | Part i rei |
Cant a ria | Vend e ria | Part i ria |
Cant a mos | Vend e mos | Part i mos |
Colocamos lado a lado flexões que exemplificam os três padrões de flexão. Note que nos exemplos dados os sufixos flexivos de cada padrão são quase iguais entre si e diferem unicamente pela vogal inicial. Essa vogal é característica do padrão de tal forma que vamos designar cada padrão pela vogal característica. Assim, temos o padrão A, o padrão E e o padrão I.
A vogal característica, também chamada vogal temática, diferencia os sufixos de cada padrão em 50% dos casos.
Comparando as flexões verbais dos do padrão E com as do padrão I veremos que elas são iguais em muitos casos como nos tempos verbais seguintes:
As flexões de segunda pessoa do imperativo são iguais às de segunda pessoa do indicativo presente, subtraindo-se o fonema /s/ do final da palavra.
Indicativo presente | Imperativo |
Canto | |
Cantas | Canta |
Canta | |
Cantamos | |
Cantais | Cantai |
Cantam |
Em sete tempos verbais regulares a flexão de primeira pessoa singular é idêntica à de terceira pessoa singular. Isso corresponde à 50% dos casos. São eles:
Em verbos regulares, a primeira pessoa do plural possui uma regularidade fonológica que não é encontrada nas demais flexões, pois todas as flexões de primeira pessoa plural terminam com a sequência /môs/.
Nos verbos regulares, esses dois tempos têm flexões idênticas. Não podem ser tratados como um tempo verbal único, no entanto, porque em verbos irregulares as flexões podem contrastar consideravelmente.
Para alguns tempos verbais regulares temos uma regularidade que nos permite supor que os sufixos verbais são decomponíveis em duas partes: uma que define modo, tempo e aspecto e outra que define pessoa e número. Vejamos no exemplo os sete tempos verbais em que a regularidade ocorre:
Indicativo passado posterior | Indicativo passado anterior | Indicativo passado durativo | Subjuntivo passado |
And-aria | And-ara | And-ava | And-asse |
And-aria-s | And-ara-s | And-ava-s | And-asse-s |
And-aria | And-ara | And-ava | And-asse |
And-aría-mos | And-ára-mos | And-áva-mos | And-ásse-mos |
And-aríe-is | And-áre-is | And-áve-is | And-ásse-is |
And-aria-m | And-ara-m | And-ava-m | And-asse-m |
Subjuntivo presente | Infinitivo pessoal | Subjuntivo futuro |
And-e | And-ar | And-ar |
And-e-s | And-ar-es | And-ar-es |
And-e | And-ar | And-ar |
And-e-mos | And-ar-mos | And-ar-mos |
And-e-is | And-ar-des | And-ar-des |
And-e-m | And-ar-em | And-ar-em |
No subjuntivo passado, por exemplo, a sequência asse está presente em todos os sufixos do tempo e pode ser associada ao tempo, modo e aspecto da flexão. Já nas flexões de primeira e terceira pessoa a parte do sufixo que define pessoa e número está ausente e é necessário supor o morfema zero na posição, pois temos uma ausência distintiva. Assim, o morfema zero define primeira e terceira pessoas do singular. O s define a segunda pessoa do singular, mos define primeira pessoa do plural, is define a segunda do plural e em, a terceira do plural.
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