A classe dos locativos é fechada e compostas por palavras invariantes, não flexionadas. Comportam-se como pronomes na maioria dos casos, ou seja, substituem a contento sintagmas substantivos. Na Gramática Tradicional os locativos são tratados como advérbios de lugar.
A classe dos possessivos é limítrofe. Poderia ser considerada como um caso especial da classe dos adjetivos, mas tem características especiais como o fato de ser uma classe fechada e de ser flexionada em número, gênero, pessoa singular e pessoa plural. Em função dessas características, incomuns aos adjetivos, é que a consideramos em separado.
A classe dos possessivos é formada por um único lexema que apresenta 24 flexões. Perceba que cada possessivo que forma o lexema tem característica de número, gênero e pessoa, mas que a formação é irregular, ou seja, os morfemas que marcam cada uma das características não seguem um padrão regular.
Alguns verbos de nossa língua não apresentam todas as 65 flexões normais esperadas e algumas dessas flexões são vetadas nos discursos formais. São os chamados verbos defectivos pela gramática normativa tradicional.
Na gramática tradicional chamamos abundantes os verbos que apresentam mais de uma flexão válida para o mesmo tempo verbal. O caso típico é a abundância do particípio quando apresenta as formas regular e irregular.
Não há uma regra que permita dizer quando o verbo é abundante. É preciso convívio com a língua para dominar essa particularidade do sistema verbal. Os dois casos de particípio, quando ocorrem não são equivalentes. Cada um é usado em situações específicas definidas pela norma culta.
O particípio regular é usado no tempo composto do modelo TER/HAVER + particípio como em:
Tem aceitado.
Havia aceitado.
O particípio irregular usa-se com o tempo composto do modelo SER/ESTAR + particípio como em:
Foi aceito.
Será aceito.
Em muitos casos a variante irregular se forma pela eliminação de parte do sufixo flexivo, especificamente sua parte inicial. Assim, acei-tad-o se reduz a aceit-o. Essa solução é mais usada com verbos de final AR.
Também é comum um fonema novo substituir parte da forma regular como emace-ndid-o que muda para ace-s-o ou ben-zid-o que muda para ben-t-o.