Arquivo da categoria: Narratologia

Elementos da narrativa

Contar uma história envolve técnica e arte. Vamos apresentar aqui vários elementos a se levar em conta na hora de criar uma narrativa.

Ficção: é o discurso narrativo ou representação ou fábula que nos remete a uma construção subjetiva em que figuram entidades, ações e situações que formam um todo organizado não veraz.

Universo ficcional: é uma criação subjetiva intuída a partir de uma ficção, formado por entidades, ações e situações formando um todo organizado e hipotético. O discurso narrativo ou representação ou fábula é o ponto de partida para a construção do universo ficcional, que não é dado em si, mas por aspectos. Podemos até imaginar o universo ficcional se estendendo para além de onde é possível ver pela janela do discurso. Mera divagação! O que extrapolamos para além dos dados do discurso é por nossa conta e risco, o que não deixa de ser saudável em certos casos. Se o discurso nos remete a um universo ficcional, em certos aspectos análogo ao universo objetivo, diremos que ele possui uma dimensão realista, o que para a narratologia é um atributo contingente.

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Continuidade narrativa

Continuidade narrativa é a característica de uma representação que possibilita ao receptor saber as condições de posição e movimento dos objetos da cena e dos pontos de vista nela inseridos.

Continuidade de posições e objetos

O espectador em todos os momentos da representação está a par das posições relativas dos objetos da cena. O problema clássico para este tipo de continuidade ocorre no cinema. É o da reunião de múltiplos personagens que conversam entre si com a cena sendo registrada por meio de planos fechados. Para mantê-la, é preciso iniciar a cena com planos que estabeleçam as posições relativas para, só depois, usar planos que não mostrem o conjunto.

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Descrição: tipos e características

É raro a descrição ocorrer isolada da narração e vice-versa. Tanto que os conceitos de descrição e narração são mais pressupostos metodológicos do que resultado da observação experimental dos discursos.

Descrição é um tipo de discurso que dá ao receptor a situação vigente do universo narrativo considerado que, não raro, é o universo de objetividades. É o discurso sobre o que é imutável ao longo da ocorrência dos fenômenos. É discurso sobre o que é.

Narrar é informar, através do discurso, sobre a mutação das coisas. A narração trata dos fatos, da ação. Narrar é dizer o que acontece.

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Narrativas noticiosa e literária

Há dois modos notáveis de narrar que chamamos arbitrariamente de noticioso e literário. Pelos nomes não se deve concluir que a narrativa noticiosa não aparece na literatura e que a narrativa literária não é usada em jornalismo ou em outro tipo de discurso. Vejamos as características de cada uma em relação a várias categorias:

Dramatização: A narrativa noticiosa não dramatiza. Contrariamente na narrativa literária, a dramatização é freqüente.

Tempos: A narrativa noticiosa usa a narração pretérita, geralmente contraída. Nela o uso dos tempos não favorece a presentificação e o envolvimento. A narrativa literária desfruta de maior liberdade no uso dos tempos verbais. A narração pode ser contraída, justa, dilatada, conforme a necessidade do envolvimento e presentificação. Na narrativa literária pode ocorrer narração em tempo real.

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Formas narrativas

Vamos começar tratando de três formas narrativas que admitem uma abordagem em conjunto: o conto, a novela e o romance. Um modo produtivo de tratar do conto, da novela e do romance como formas narrativas é por comparação. A diferença mais visível entre elas é a extensão física. Pode-se dizer que um conto longo pode ser confundido com uma novela curta, e que uma novela longa passa por romance curto.

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