Ironia é a afirmação de algo diferente do que se deseja comunicar, geralmente o contrário, na qual o emissor deixa transparecer a contrariedade por meio do contexto do discurso, ou através da alguma diferenciação editorial, ou entoativa ou gestual. O que diferencia a ironia do enunciado falso simples é a sinalização da contrariedade, geralmente sutil, através do contexto, edição, entoação ou gesto ou de outro sinal. A função da ironia geralmente é crítica e impressionista.
Dizer ironicamente que alguém é virtuoso implica numa impressão: ‘é um mau exemplo’ e numa crítica: ‘devia mudar, ser diferente’. Ironiza-se o excesso e o reprovável.
Um caso particular e relevante de ironia é a mimese irônica. Imita-se o estilo ou o ponto de vista de outrem, mas o que se pretende é criticar o que se mimetiza. No caso da mimese de estilo, leva-se a entender que o estilo adequado não é tal.
Há também o uso irônico de termos a que se reserva alguma crítica quanto a conotação. Por exemplo: usar ironicamente uma gíria, dá a entender que se reprova a gíria e, provavelmente, quem a pratica.
A ironia é um recurso usual de humor. Torna-se mais intensa quanto mais extrema a relação de oposição entre o falso atribuído e o verdadeiro. Assim, uma ironia entre o ‘belo’ e o ‘feio’ é menos extrema e intensa que entre o ‘lindo’ e o ‘horrível’.
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