A água usada nas atividades domésticas se transforma no resíduo líquido conhecido como esgoto, que pode causar sérios problemas tanto ao meio ambiente como à saúde das pessoas. O esgoto doméstico pode ser tratado com relativa facilidade antes de ser lançado no ambiente. Infelizmente, tratamento de esgoto é uma baixa prioridade para o poder público e para a população em geral, o que resulta em índices baixos de coleta e tratamento no Brasil.
Quando falamos no problema do esgoto temos que pensar em dois tipos de impacto: o sanitário e o ambiental. O impacto sanitário envolve os problemas de saúde pública causados pelo esgoto, que propaga doenças quando não é coletado e tratado corretamente. As estatísticas mostram que a qualidade de vida da população está ligada diretamente a boas condições sanitárias.
Por muito tempo, as ações públicas e individuais em relação ao esgoto deram prioridade somente ao aspecto sanitário. A questão ambiental só começou a ser considerada recentemente. No mundo atual, porém, não faz sentido resolver apenas os problemas do esgoto que ameaçam a saúde da população. A saúde do ambiente também deve ser preservada, afinal, se o ambiente se degradar, a qualidade de vida da população vai cair também.
Entende-se por coleta as soluções para levar o esgoto desde sua origem até o seu destino final. Normalmente isso se traduz em tubulações enterradas por onde o esgoto escoa. Já o tratamento consiste em um conjunto de operações que transformam o esgoto novamente em água de qualidade que pode ser reusada ou lançada no meio ambiente sem causar problemas.
Tanto a coleta como o tratamento do esgoto podem ter uma etapa privada e outra pública. Quem constrói sua casa e canaliza o esgoto da pia, do tanque, do vaso sanitário até a tubulação que passa na rua está fazendo a parte privada do processo. Já as manilhas da rua estão na parte pública do caminho realizado pelo esgoto. Quando o proprietário de uma casa instala uma fossa séptica no seu terreno está fazendo um tratamento do esgoto no lado privado. Se o esgoto é tratado em uma estação municipal, então o tratamento está acontecendo no lado público.
Mas a quem compete resolver o problema do esgoto? Ao cidadão ou ao governo? Quem mora em um sítio provavelmente terá que resolvê-lo por conta, pois não é viável estender a rede pública de coleta até áreas rurais. Em algumas cidades, a lei obriga condomínios residenciais a fazerem tratamento do seu esgoto antes de lançá-lo na rede pública.
Em áreas urbanas, o cenário ideal seria aquele em que o poder público coleta e trata todo o esgoto doméstico, mas no Brasil esse ainda é um sonho que pouquíssimos municípios concretizaram. Sobra para o cidadão consciente, na maioria dos casos, a responsabilidade não assumida pelo poder público.
No Brasil, os índices de coleta pública de esgoto são baixos e os de tratamento público, menores ainda, ou seja, em muitos lugares não há rede pública de coleta e onde essa rede existe geralmente falta o tratamento.
O esgoto faz um caminho desde a origem até o seu destino final que pode apresentar as seguintes etapas.
Existem muitas formas de tratar o esgoto doméstico. Algumas são simples e baratas, outras, mais sofisticadas e exigem investimento. Em uma situação ideal, o tratamento do esgoto pode até gerar produtos de valor econômico como água reutilizável, metano para geração de energia e biossólido para adubação e condicionamento de solos.
Na sequência, vamos descrever alguns cenários de coleta e tratamento e avaliá-los pelo impacto sanitário e ambiental que causam.
Tratamento público completo. O esgoto é canalizado em todo o seu trajeto até a estação pública de tratamento onde passa por um processamento completo, seguindo as melhores práticas disponíveis. É o melhor cenário sob os aspectos ambiental e sanitário. Nesse caso, são gerados produtos de valor econômico como biogás (metano), água para reuso e adubo (biossólido).
Tratamento privado completo. O esgoto passa por tratamento privado completo e depois segue para a rede pública ou diretamente para o ambiente. Este cenário tem impactos ambiental e sanitário muito baixos. A água cinza tratada pode ser reutilizada na propriedade. A única ressalva é a dificuldade para aproveitar o metano gerado na decomposição anaeróbica do esgoto. Esse problema não ocorre, porém, se o tratamento for feito unicamente em processo aeróbico.
Tratamento privado parcial com rede pública de coleta. O esgoto escoa canalizado e passa por um tratamento parcial, mas eficiente, antes de ser lançado na rede pública. Em algumas cidades, essa solução é obrigatória para condomínios e empresas. Mesmo que a rede pública não tenha tratamento, o impacto ambiental é baixo porque a água lançada no corpo receptor teve a maior parte de sua carga poluente removida.
Fossa séptica mais sumidouro. O tratamento privado é parcial. O esgoto é canalizado até uma fossa séptica seguida de sumidouro. Essa solução é bastante comum no Brasil em áreas residenciais pouco adensadas Seu impacto ambiental e sanitário é médio. O lençol subterrâneo é contaminado e há risco para a saúde se existirem poços de água próximos ao sumidouro. O metano gerado na fossa séptica não é aproveitado e vai para a atmosfera aumentando o efeito estufa.
Rede pública de coleta sem tratamento. O esgoto das residências é canalizado para uma rede pública de coleta sem tratamento. O aspecto sanitário é resolvido, mas o esgoto vai chegar aos córregos e rios da região causando um sério problema de poluição aquática. Impacto sanitário baixo com impacto ambiental alto.
Fossa negra. O esgoto é lançado sem tratamento em uma fossa negra onde contamina o solo e as águas subterrâneas. Um exemplo são as latrinas onde as pessoas defecam diretamente em um buraco no chão. Outro exemplo: dejetos da criação de animais lançados em um buraco aberto no chão. Impactos ambiental e sanitário altos.
Esgoto a céu aberto. Nesse cenário, que é o pior possível, o esgoto não é canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto até o corpo receptor, escoa a céu aberto da origem até o destino, onde chega sem tratamento. Esse cenário foi o mais comum na história da humanidade por muitos séculos. Na atualidade, ainda é uma triste realidade em áreas carentes. O esgoto sem canalização e tratamento causa um altíssimo impacto sanitário e ambiental.
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Ótimo post!!!
Durante a obra da rede de coleta de esgoto do bairro Abraão, tivemos que negociar com a CASAN e com a Empreiteira a construção de uma rede privada, pois não tínhamos como ligar às nossas casas a rede principal, a não por bombeamento. Então, a CASAN nos forneceu sete (7) caixas de passagem de 50cm de diâmetro X 70cm de profundidade. A CASAN ficou de nos entregar as tampas para essas caixas, mas até hoje nunca aconteceu. Com as demolições que ocorreram na rua (2 casas) restamos apenas quatro (4) imóveis na rede privada que é ligada a uma caixa de passagem na área do parquinho e depois deságua na Av. Patrício Caldeira de Andrada, quase em frente ao prédio número 620. Gostaríamos de receber três tampas, pois um dos vizinhos conseguiu uma. Os proprietários que precisam de tampas são dos imóveis de números 216 (José Luiz Schmitt), 230 (Manoel Leite Cavalcanti e 258 (Ricardo Conceição). Nós nos encarregaremos da instação.