O Brasil começou a produzir álcool combustível em escala industrial ainda na década de 1970. No início do Proálcool (Programa Nacional do Álcool), a idéia era diminuir a dependência do país em relação ao petróleo, que tinha sofrido uma forte alta de preços na época. Desde então, o Brasil mantém seu programa de produção de combustível a partir da cana de açúcar. Com o aumento do efeito estufa, o álcool passou a ser uma fonte de energia interessante também sob o aspecto ambiental. Há vários fatores a favor do uso do etanol como combustível e outros tantos que comprometem o seu uso. Vamos relacionar os principais a seguir:
Antes de dizer que o álcool é o combustível do futuro, é preciso desatar os nós que envolvem sua produção. No Brasil, ainda estamos longe de aplicar as melhores práticas de forma generalizada. Ainda se queima da palha da cana antes da colheita, o que reduz a fertilidade do solo e polui o ar. A mão de obra da cana é submetida a condições degradantes de trabalho. Os subprodutos da usina, bagaço e vinhoto, precisam ser processados da melhor forma possível em vez de serem descartados.
É possívell que as desvantagens da produção de etanol sejam ignoradas diante da necessidade premente de substituir os combustíveis fósseis. Mas não custa imaginar um cenário otimista em que essas desvantagens sejam contornadas pela aplicação de boas práticas e da vontade política.
Bem, vamos às conclusões: se você tiver que escolher entre etanol e gasolina, abasteça com etanol, porque no balanço global é a melhor opção ambiental. Além do mais, é produzido no Brasil e costuma ser mais barato que a gasolina. Melhor ainda é reduzir seu consumo de álcool ao estritamente necessário.
Quando queimamos álcool no motor do carro produzimos CO2 que vai para a atmosfera. Olhando apenas para essa etapa do processo concluiríamos que o álcool aumenta o efeito estufa. Abrindo a lente da nossa análise, porém, vamos ver que o carbono presente no álcool está apenas retornando à atmosfera.
Ele foi retirado do ar durante o crescimento da cana que, por fotossíntese, converte CO2 atmosférico em matéria orgânica usada para produzir álcool. Olhando dessa forma, concluiríamos que o ciclo do álcool é fechado e que esse combustível não causa nenhum aumento de efeito estufa, só estamos devolvendo para a atmosfera CO2 que já estava lá alguns meses antes.
Agora, vamos ampliar ainda mais o alcance da nossa investigação, Para produzir o álcool é preciso acionar uma indústria complexa que consome fertilizantes, utiliza máquinas agrícolas, exige transporte de materiais, usa energia intensivamente na usina, etc. Em todas as etapas desse processo, temos débito de carbono, seja na fabricação do fertilizante ou no motor a diesel do caminhão que leva a cana até a usina.
Considerando o processo como um todo concluímos que sim, o álcool gera débito de carbono. Seria preciso estudos mais aprofundados para medir em quanto fica esse débito. Alguns especialistas afirmam que para cada tonelada de carbono lançada ao ar por carros a álcool, temos outros 200 kg de carbono emitidos em definitivo pela agroindústria desse produto. A situação se complica bastante se o plantio de cana de alguma forma provocar o desmatamento de florestas nativas.
O que um ecologista deve fazer então? Lançar-se ao abismo dirigindo seu carro a álcool? Calma. O álcool continua dando de goleada em combustíveis fósseis como gasolina, diesel e gás natural. Esses produtos são lançados integralmente e em definitivo na atmosfera e não são renováveis, além de gerarem débito de carbono alto em sua cadeia produtiva. Com a evolução da tecnologia e da consciência ambiental, o débito de carbono do álcool vai cair. Por isso, em vez de se jogar nas cavas de Varanasi, deixe seu carro a álcool na garagem e utilize-o somente quando for realmente necessário. Sempre que puser, vá de transporte coletivo, de bicicleta, a pé, ou nem vá, resolva pela Internet.
Em um mundo ecologicamente perfeito não haveria carros flex. Pensando bem, nesse mundo não haveria automóveis, mas vamos manter o pé na realidade e entender os prós e contras do carro flex. No Brasil, flex é o carro bicombustível que roda com álcool hidratado, com a gasolina nacional (que tem 25% de álcool) ou com a mistura em qualquer proporção desses dois combustíveis.
Álcool e gasolina têm propriedades diferentes e cada um precisa de uma regulagem própria do motor para alcançar o melhor rendimento. Os carros flex fazem algumas regulagens automaticamente para se adaptar à mistura presente no tanque. A diferença mais importante em termos de regulagem, porém, é a taxa de compressão. Ela deve ser mais alta para o álcool, mas os carros flex não têm regulagem dinâmica da taxa de compressão do motor. Em vez disso, usam uma taxa intermediária fixa.
A consequência é que o motor flex não fica na regulagem ideal nem para álcool, nem para gasolina e rende menos do que carros com motores mono combustível equivalentes. Só para exemplificar: a Saveiro total flex 1.6 faz 8,7 km/l com álcool. A Saveiro 1.6 a álcool de 1986 fazia 10,67 km/l. Parece piada, mas no Brasil tem carro velho rendendo mais do que carro novo cheio de tecnologia.
Se o carro mono combustível é melhor em consumo e potência, por que os carros flex, vendidos desde 2003, fazem tanto sucesso? Quando o consumidor adquire um carro flex está pensando em duas coisas: abastecer sempre com álcool e ficar calçado caso haja um rebuliço no mercado e o álcool fique muito caro ou venha a faltar nas bombas.
O motorista quer usar apenas álcool em seu carro flex, pois acha que vai economizar uma boa grana. Na maioria dos casos a economia acontece mesmo, mas não dá para ter certeza antes de fazer as contas. Nem sempre a diferença de preço entre álcool e gasolina está favorável. Além disso, é preciso considerar que um carro mono combustível renderia bem mais.
Em alguns momentos, abastecer um flex com álcool sai mais caro do que abastecer um carro a gasolina equivalente, mas o consumidor nem percebe porque o cálculo é enjoado de fazer. Enfim, os brasileiros querem sempre abastecer com o combustível mais barato. Lei de Gerson. A indústria automobilística tem interesse no carro flex porque dessa forma oferece duas opções ao consumidor e investe em apenas um projeto. O país sai prejudicado, pois o consumo geral de combustíveis poderia cair mais de 10% caso a frota fosse apenas de carros mono combustíveis eficientes.
Os carros flex se justificam em um país que está diversificando a sua matriz energética e ainda não conseguiu montar uma cadeia produtiva estável para seus combustíveis. Nos EUA, por exemplo, dos 170.000 postos existentes, em torno de 2.000 apenas oferecem álcool combustível. Lá, os carros flex fazem sentido, não para o consumidor economizar dinheiro, mas simplesmente para que consiga abastecer o carro.
Nossa realidade é outra. Estamos evoluídos na questão dos biocombustíveis, produzimos mais álcool do que gasolina. Nossa aposta no álcool começou há mais de trinta anos. Aqui, combustível alternativo é a gasolina, o álcool está disponível em quase todos os postos e a indústria desse combustível é sólida. O mercado oscila, é verdade, mas será que nós que produzimos petróleo e álcool, precisamos do carro flex para regular os preços? Eu, que já tive vários carros 100% a álcool e nunca fiquei na mão mesmo nas manhãs frias de Curitiba, gostaria de vê-los novamente a venda. São mais econômicos, mais ecológicos, mais brasileiros.
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Otímo artigo!!!!!!!!!!!!
Uma pergunta.:
Qual as porcentagens dos elementos que compõe o álcool combustível?
Valeu
Mateud
gostei interessante e me deu mais ideias sobre o álcool combustível ...
*_* as minhas ideias sobre o álcool combustível-etanol agora são outas novas.
vou visitar mais sites sobre o álcool combustível
assim fico mais crack nesse assunto.
e espero que todos que visitarem esse site goste também e que possam visitar um outro site sobre outros assuntos.
gostei muito do site me audou muito na minha pesquisa escolar
Gostei muito agora aprendi muita coisa nesse site me ajudou muito
Agora estou crak para debater na escola