Bens duráveis como imóveis, veículos e máquinas sofrem uma desvalorização ao longo do tempo que precisa ser medida para fins contábeis ou para avaliação em transações comerciais.
Há vários métodos para determinar a depreciação de ativos e nesta atividade vamos trabalhar com três: o linear, o fixo e o duplo (método com fator). Para cada método vamos gerar uma tabela e um gráfico que nos mostra como se dá a depreciação do bem em sua vida útil.
Antes de começar, vamos definir as principais variáveis:
Custo: é o valor inicial do ativo no início de sua vida útil.
Recuperação: é o valor residual do ativo depois de encerrar sua vida útil.
Vida útil: número total de períodos antes de o bem chegar ao seu valor residual.
Nos três modelos vamos usar os mesmos dados:
Declínio linear
O nome desse modelo vem do fato que o gráfico que mostra a depreciação do ativo é uma reta. É uma depreciação com valor constante em moeda a cada período. Para calcular a depreciação linear tiramos a diferença entre o custo e a recuperação. Em seguida, dividimos a depreciação total pela vida útil do bem.
Depreciação total = Custo – depreciação.
Depreciação por período = Depreciação total / vida útil.
A tabela de depreciação do bem fica assim:
Declínio fixo
Nesse modelo a desvalorização ocorre a uma taxa percentual fixa em cada período. Funciona como se fosse uma descapitalização composta. A cada período aplicamos a taxa de declínio sobre o valor do bem no período anterior.
Para calcular a taxa fixa de declínio usamos a seguinte fórmula:
Taxa = 1 – (recuperação/custo)^(1/vida útil)
A tabela do declínio fixo fica assim:
Também podemos fazer o cálculo usando a função BD do Excel que fornece a desvalorização do ativo em um período específico usando o método da taxa fixa. Um detalhe sobre esta função é que ela não apresenta a mesma precisão do cálculo com fórmulas porque a função faz o arredondamento da taxa na primeira casa decimal.
Declínio com fator
Nesse método vamos recorrer à função BDV do Excel. Essa função nos dá a depreciação acumulada do ativo em um intervalo de períodos usando um método que acelera a desvalorização no início da vida útil. Nós controlamos a velocidade do declínio regulando o fator. Se o fator não for informado o Excel o considera valendo dois, daí o método também ser chamado de declínio duplo.
Uma característica desse método é que ele não converge para o valor residual e, por isso, quando está próximo do final da vida útil o Excel muda o método para linear. Percebemos a mudança de método na tabela a seguir:
Gráfico
Feitos os cálculos da depreciação ao longo de toda a vida útil do bem podemos criar o gráfico de declínio do valor do ativo. No gráfico de linhas abaixo vemos a desvalorização pelos três métodos.
Observe que o gráfico do declínio linear é uma reta.
No declínio duplo temos uma curva em que a desvalorização é mais acentuada no começo e no final é mais suave.
No declínio com fator podemos controlar a curva. Como usamos fator 3 no exemplo a desvalorização é bem acentuada no início da vida útil. No final da vida útil perceba que o gráfio muda de curva para reta devido à mudança de método que a função BDV adota.
Autor: Radamés
Engenheiro curitibano pela UFPR, professor e produtor de conteúdos e ferramentas educacionais para a Internet.
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