A classe dos demonstrativos é limítrofe, pois apresenta características de adjetivos e de pronomes. Constitui-se de um único lexema com 15 flexões.
Os demonstrativos apresentam uma rica matriz de flexões. Observando a tabela podemos notar algumas regularidades como:
Pessoa | Singular M | Plural M | Singular F | Plural F | Indeterminados |
1ª | Este | Estes | Esta | Estas | Isto |
2ª | Esse | Esses | Essa | Essas | Isso |
3ª | Aquele | Aqueles | Aquela | Aquelas | Aquilo |
Os demonstrativos possuem características que os aproximam tanto da classe dos pronomes, como da dos adjetivos. Para começar, os demonstrativos portam ideia de pessoa, embora isso se dê no plano semântico e não no sintático como é típico dos pronomes. Por outro lado, os demonstrativos são uma classe fechada o que é típico dos pronomes e atípico para adjetivos.
Outra característica interessante é que os demonstrativos apresentam formas determinadas e formas indeterminadas em gênero e número. Finalizando, os demonstrativos são empregados também para expressar relações espaciais de proximidade e afastamento e relações temporais. Quando usados nessas funções, perdem a ideia de pessoa associada que lhes é típica em outros usos.
Os demonstrativos determinados em gênero e número são usados como adjetivos. Veja exemplos:
Em alguns casos, os demonstrativos determinados em gênero e número são empregados em função substantiva, mas isso ocorre em condições similares às que se dão para os adjetivos. Observe os exemplos:
Já os demonstrativos indeterminados em gênero e número (isto, isso e aquilo), são usados só com função substantiva e se comportam como pronomes. Eis alguns exemplos:
Não é possível usar isto, isso e aquilo em função adjetiva. Observe:
A característica mais marcante dos demonstrativos são as flexões ligadas à categoria de pessoa. Em princípio, os demonstrativos indicam posições relativas às pessoas do discurso. Veja os exemplos:
Nos exemplos, os demonstrativos estão determinando o substantivo livro. No primeiro caso, o livro está próximo à quem fala (primeira pessoa do discurso). No segundo enunciado, o livro está próximo do ouvinte (segunda pessoa) e no terceiro exemplo, está próximo de quem se fala (terceira pessoa).
Os demonstrativos não indicam posse. São válidas frases como:
Por extensão, os demonstrativos também são empregados para indicar posições relativas em situações as mais variadas. O trinômio das pessoas do discurso, por analogia, é empregado para indicar relações como proximidade ou afastamento, presente ou não presente, etc. Vamos exemplificar:
No exemplo, temos a seguinte regra: a flexão de primeira pessoa indica o que foi citado por último e a de terceira pessoa indica o que foi citado primeiramente. A analogia que se estabelece é do tipo:
primeira pessoa = enunciado próximo
terceira pessoa = enunciado afastado
O uso mais rico dos demonstrativos, conforme estabelecido na variante culta, geralmente depende de aprendizado formal. Na fala coloquial o uso dos demonstrativos é mais distenso. As regras quanto às flexões de pessoa são transgredidas na fala coloquial com muita frequência. Isso ocorre, em parte, porque as regras para uso de demonstrativos são sutis e exigem atenção no emprego.
Temos que considerar também que em alguns casos, essas regras de uso podem dar margem à ambigüidade como no exemplo:
Se falante e ouvinte estão tocando o livro juntos, as duas frases são adequadas ao contexto.
Não se pode determinar um item simultaneamente com demonstrativo e artigo. Não são aceitas frases como:
Os demonstrativos não podem ser determinados por artigo ou adjetivo.
Os demonstrativos podem ser determinados por alguns advérbios.
O demonstrativo precede imediatamente o determinado e seus outros determinantes. Exemplos:
Os demonstrativos determinados em gênero e número, quando em função adjetiva, concordam com o determinado em gênero e número.
Os demonstrativos variáveis em gênero e número, quando em função substantiva, concordam em gênero e número com a ideia portada.
Nas frases em que isto, isso e aquilo estão em função sintática que define a concordância, esta é feita com a idéia portada pelo demonstrativo. Exemplos:
Repare que nos exemplos o verbo concorda em número com a idéia portada pelo demonstrativo. Vale registrar que é raro o emprego de isto, isso e aquilopara representar noções que pedem plural.
Os demonstrativos formam contrações com as preposições de, em e a conforme a tabela:
Deste Neste | Destes Nestes | Desta Nesta | Destas Nestas | Isto Nisto |
Desse Nesse | Desses Nesses | Dessa Nessa | Dessas Nessas | Disso Nisso |
Daquele Naquele Àquele | Daqueles Naqueles Àqueles | Daquela Naquela Àquela | Daquelas Naquelas Àquelas | Daquilo Naquilo Àquilo |
A classe dos locativos é fechada e compostas por palavras invariantes, não flexionadas. Comportam-se como…
A classe dos artigos é fechada e formada, a rigor, por um único lexema que…
A classe dos possessivos é limítrofe. Poderia ser considerada como um caso especial da classe…
Os sintagmas são as unidades formais mínimas da sintaxe, ou seja, são as unidades que…
A língua portuguesa não é para fracos. São tantos detalhes e exceções que resolvi fazer…
O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa entrou em vigor no Brasil em 1º de janeiro…