Os substantivos em português podem apresentar dois gêneros: masculino e feminino, no entanto, apresentam vários comportamentos com relação à essa categoria. Vejamos quais são as possibilidades na tabela a seguir.
Classificação | Função semântica? | Flexionado em gênero? | Tem gênero implícito? | Flexão dos determinantes ligados | Exemplos |
Biforme | Sim | Sim | Não | Concordam com a flexão do substantivo que concorda com o contexto. | Menino/menina Gato/gata ministro/ministra |
Heterônimo | Sim | Não | Sim | Concordam com o gênero implícito. | Homem/mulher Touro/vaca cachorro/cadela |
Comum de dois | Sim | Não | Não | Concordam com o contexto. | O estudante/a estudante O poeta/a poeta O motorista/a motorista |
Sobrecomum | Não | Não | Sim. | Concordam com o gênero implícito. | A criança A testemunha O cônjuge |
Epiceno | Não | Não | Sim | Concordam com o gênero implícito. | O jacaré macho/o jacaré fêmea A mosca macho/a mosca fêmea |
Neutro | Não | Não | Sim | Concordam com o gênero implícito. | O garfo A faca A colher |
O gênero implícito é uma solução da língua portuguesa que garante a concordância sintática das frases. Nos substantivos neutros, por exemplo, o gênero não tem função semântica, pois a utensílios como garfo, faca, colher e prato, não se pode atribuir característica semântica de sexo.
Apesar dessa impossibilidade, a estrutura gramatical das frases em português exige concordância de gênero entre termos sintáticos, como no caso dos grupamentos artigo + adjetivos + substantivo. Para que isso ocorra, boa parte dos substantivos recebe convencionalmente um gênero implícito. Daí, resulta: o garfo, a faca, o prato e a colher, cada um associado a um gênero, sem que haja razão semântica nessa atribuição.
Embora seja possível captar alguns padrões aqui e ali, no geral, a atribuição do gênero implícito dos substantivos é predominantemente aleatória.
Vamos analisar um caso em que a formação do gênero implícito mostra um padrão. Trata-se da herança de gênero. Este caso tem a vantagem de nos permitir exemplificar com substantivos de formação recente.
Observe o gênero implícito associados ao nome de bancos: o Banco do Brasil, o Citibank, o Bradesco, o Itaú, o HSBC. Nesse caso, embora bancos sejam empresas, o gênero implícito dos exemplos é o mesmo do substantivo banco, que mantém com os exemplos uma relação semântica do tipo particular-genérico.
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