Para começar

O que é gramática, seus tipos e usos?

Descrever o idioma? Prescrever? Ensinar? Conservar? Compará-lo com outro idioma? Acompanhar sua evolução histórica? Analisá-lo à luz da Linguística? Tradicionalmente, as gramáticas fazem de tudo isso um pouco. Uma gramática é um estudo ou tratado que, orientado para um fim, reflete sobre o idioma em si.

De fato, a reflexão gramatical não se exercita no vazio, no inespecífico. Ela existe para um fim, que pode ser descritivo, normativo ou pedagógico, só para citar algumas possibilidades. Em outras palavras: a finalidade da gramática condiciona a sua definição. A gramática deste site pretende ser uma descrição linguística da variante culta da língua portuguesa contemporânea do Brasil.

Tipos

A classificação mais relevante é a que diz respeito à finalidade, mas não é fácil classificar gramáticas por este critério, pois dificilmente encontraremos gramáticas rigorosas quanto ao seu fim. Normalmente elas se orientam para mais de um. Tradicionalmente, as gramáticas se distinguem quanto ao fim como:

  • De língua materna. Dirigidas aos falantes nativos.
  • De pontos quentes. Ocupam-se das questões em que os usuários costumam apresentar problemas de competência.
  • De segunda língua. Voltadas aos falantes não nativos.
  • Descritivas. Descrevem o idioma como ele é, sem filtragens sociais.
  • Históricas. Documentam a evolução da língua.
  • Linguísticas. São focadas nos aspectos científicos, linguísticos, da língua.
  • Normativas. Prescrevem o modo correto de se expressar, geralmente na variante padrão.
  • Pedagógicas. Voltadas para a melhoria da competência do idioma.

A gramática internalizada

Temos que lembrar que a palavra gramática também designa o sistema de regras de uma língua. A gramática sistema, implícita, é descrita pela gramática tratado. A primeira é patrimônio comum dos falantes da língua e viabiliza todos os discursos proferidos. A segunda, através de modelos teóricos, descreve a primeira. Como modelo teórico, a gramática tratado é marcada pela condição histórica, social e cultural em que foi produzida.

A Gramática Tradicional

Neste site, quando nos referirmos à Gramática Tradicional estaremos citando o corpo admirável de contribuições à Linguística erigido ao longo de mais de vinte séculos. Essa tradição, que remonta ao mundo antigo, merece todo nosso respeito e admiração, o que nos separa de correntes que não poupam esforços para desacreditar sistematicamente a tradição gramatical, mesmo bebendo na sua fonte a todo o momento. É claro que quando citamos a tradição gramatical, nos referimos às contribuições de alto nível que se distinguem facilmente de leituras rasteiras e viciadas.

Nossa relação com a Gramática Tradicional será de diálogo contínuo, divergindo nos momentos em que as conquistas da linguística moderna apontam uma nova rota, mas mantendo guarda alta contra querelas mesquinhas e paroquiais que tanto prejudicam os estudos gramaticais.

Para começar

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Radamés

Engenheiro curitibano pela UFPR, professor e produtor de conteúdos e ferramentas educacionais para a Internet.

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