De vez em quando gosto de fazer viagens sem sair do lugar. Eu fazia explorações no Google Maps e digitei Praga, pensando na capital da República Tcheca. Aquela incrível ferramenta multicultural prontamente se posicionou em uma cidade chamada Praha localizada no país Česká republika, conhecido em inglês como Czech Republic. O Google Maps se expressa bem em português, tcheco e inglês o que nos remete a três maneiras diferentes de falar o nome de lugares. Vou chamá-las de nacionalista, internacional e multicultural.
Nacionalista. A maneira nacionalista de citar topônimos (cidades, províncias, países, etc.) é recomendada no Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Segundo o acordo a forma aportuguesada do topônimo é preferencial, logo use Londres, em vez de London. Essa maneira se volta para uma proteção nacionalista do idioma que é bem mais forte em Portugal do que no Brasil. Basta dizer que os gajos preferem operar o computador pelo rato, em vez de usar mouse.
Internacional. Na visão internacional os nomes dos lugares pode ser citado em inglês, uma vez que este seria o idioma internacional. Nem todo mundo concorda, em especial as pessoas que não simpatizam com a influência americana na política internacional. Mas então qual seria a verdadeira língua internacional? Na ONU há várias línguas consideradas internacionais levando em conta alcance cultural e a quantidade de pessoas que a falam;
Se o critério fosse quantidade de falantes e influência geopolítica teríamos que considerar o mandarim como sério candidato a língua internacional. O Google Maps por ser de empresa americana usa o inglês em sua interface ao citar os países. O Brasil é apresentado em letras menores também como Brazil.
Multicultural. A forma multicultural prescreve que o nome do local seja citado como os nativos da região falam. Nessa linha, Japão não deve ser citado como Japan e sim como Nippon. Essa regra funciona bem na língua falada, mas traz problemas para a forma escrita. Nippon, por exemplo, é uma palavra escrita no alfabeto latino que é pouco usado no Japão. Se nós brasileiros tivermos que navegar por um mapa escrito nos alfabetos japoneses estamos fritos.
Pelo mundo afora existem vários sistemas de escrita: cirílico, hebraico, árabe, hindú, etc. O multiculturalismo geralmente colide nessa barreira e nos obriga a criar versões aproximadas dos topônimos multiculturais em outros sistemas de escrita. O Google Maps não tem problemas com isso, pois se expressa bem em todos os sistemas de escrita relevantes.
Eu pensava que tinha esgotado o assunto até que visitei a Wikipedia e encontrei o verbete República Checa. Confesso que a falta da letra T me fez ler o texto de outra forma e o Google que é esperto tem alguns resultados alternativos para checa.
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