Algumas características do discurso são determinadas por dualidades como as apresentadas na sequência.
O discurso oral e o escrito têm particularidades que os fazem diferir. Vejamos algumas características inerentes a um e outro.
No discurso oral não existe a possibilidade do retorno do discurso, exceto se o receptor pedir ao emissor que o faça, o que não é possível em discursos sem retorno. Contrariamente, no discurso escrito o leitor pode retornar a uma parte do texto que não tenha compreendido. Este fato geralmente faz com que os profissionais da palavra, como os que atuam no telejornalismo coloquem nos discursos orais uma taxa maior de redundância que a usada no escrito, para suprimir as deficiências de assimilação do receptor.
No discurso oral está presente a entoação, que acrescenta à comunicação um segundo código, e em alguns casos também o gestual, um terceiro código. Na maioria dos casos o emissor de um discurso oral lança mão dos recursos gestuais e entoativos de comunicação. É raro alguém falar como se escrevesse, abstraindo a entoação.
Na escrita, porém, a entoação e os gestos têm de ser abstraídos, em função das limitações da escrita para reproduzir o entoativo e o gestual. No discurso oral temos uma comunicação com três códigos sobrepostos e na escrita, dos três códigos, persiste apenas o linguístico, que é modificado pela edição.
A formalidade e a informalidade são categorias sociológicas que exercem sua influência na forma do discurso. A formalidade do discurso é uma característica relativa, pois não existe discurso absolutamente formal. Normalmente diz-se que um discurso é formal quando sua formalidade, está acima da média dos demais discursos.
Existem padrões sociais de excelência de comportamento, extensivos também ao modo de discursar, que em certas ocasiões são mais adequados que em outras. Alguns padrões de excelência para o discurso formal.
Em oposição ao discurso formal, típico das situações de relacionamento social em que se cobra alto desempenho do emissor, se coloca o discurso informal, típico das ocasiões distensas do convívio social. O informal caracteriza-se por uma certa tolerância com o que o formal reprova.
A diferença básica entre esses discursos é que no primeiro a emissão ocorre concomitante à codificação e no segundo há uma defasagem de tempo entre a codificação e a emissão, o que permite os processo da revisão e da versão.
São características do discurso espontâneo: retificação, hesitação, redundância, imprecisão, desconexidade, desorganização, anacolutos, equívocos e impropriedades.
O discurso privado tem um destinatário único, definido. Contrariamente, o discurso público tem um destinatário indefinido, coletivo. Em função disso, algumas características diferenciam um do outro.
No discurso público há diversas maneiras de supor o destinatário. Existe a suposição que faz a abstração máxima do receptor, tratando-o como uma entidade sem atributos, exceto o de ser receptor.
Existe a suposição de vinculá-lo a um grupo, o que lhe dá alguns contornos de definição.
Existe a possibilidade do tratamento impessoal, comum, por exemplo, no jornalismo mais sisudo e existe a possibilidade de um tratamento mais pessoal, como é comum na publicidade.
Existe a possibilidade de abstrair as características mais particulares do receptor ou então arbitrai-las. Um exemplo desse arbítrio ocorre quando um apresentador de televisão diz: ‘Você, telespectador, aí sentado em sua poltrona.’ O apresentador está se fixando na idéia de que é típico assistir televisão sentado numa poltrona. Mas é claro que há espectador assistindo ao programa em pé, deitado, na banheira, etc. O arbítrio geralmente se baseia em suposições de tipicidade.
No discurso público é comum não se fazer referências ao contexto do receptor. Em certos, casos essas referências são arbitradas nos mesmos moldes com que se faz o arbítrio das características do receptor.
Impessoalidade: É a característica do discurso em que são abstraídas ao máximo as características do receptor e do emissor, em que não se faz referência ao contexto que os circunda, opta-se pelas formas gramaticais menos ligadas à pessoa.
O discurso com retorno é aquele em que receptor e emissor interagem mutuamente. Eles trocam de papéis constantemente ao longo do discurso, que neste caso passa a condição de diálogo. Algumas características desses:
Vamos analisar as diferenças entre dois casos extremos: o discurso falado espontâneo informal privado e com retorno versus o escrito elaborado formal público e sem retorno
A seguir, uma listagem das características que diferenciam a forma mais distensa do discurso de sua forma mais tensa . Citaremos as características típicas do discurso falado espontâneo informal privado e com retorno que são opostas à forma mais tensa:
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