Há dois modos de entender a informação: como significante e como significado. Como significante é o modo que adota a Teoria da Informação. Entendida como significante, informação é o discurso tomado como coisa, como objetividade que veicula uma mensagem, que ocupa espaço de estocagem e tempo de transmissão.
Para o discurso linguístico, que é composto por unidades discretas nos seus diversos níveis – gráfico, fonológico, morfológico e sintático – unidade de informação é definida a partir da escolha arbitrária de uma categoria num dos níveis. Assim, se a palavra é escolhida como categoria para unidade de informação é porque não pode ser segmentada em unidades menores a que se possa atribuir características de palavra.
Escolhida a categoria para servir de unidade de informação, temos em cada código um conjunto de unidades de informação que chamamos repertório. O problema é escolher a categoria para servir de unidade. No plano linguístico, por exemplo, pode-se optar pelo fonema, pelo morfema, pela palavra, pelo sintagma ou pela frase. A escolha está ligada a fatores como economia de transmissão, repertório e estocagem.
Escolhida uma categoria para unidade de informação, quantidade de informação é o número de unidades presentes no discurso. As unidades de informação devem ser consideradas de mesma extensão, quer dizer, ocupam um mesmo espaço de estocagem e um mesmo tempo para transmissão. Esta consideração é apenas metodológica. Dependendo da escolha que se faz para a unidade de informação pode haver diferenças de extensão entre uma unidade e outra no mesmo repertório.
A quantificação da informação como significado enfrenta vários impasses. É necessário resolver questões como: a informação é segmentável ou ao menos mensurável? Há como definir uma unidade de informação significativa?
Tomemos como simples exemplo a lista telefônica. Suponhamos que a unidade mínima de significação de uma lista telefônica seja os dados cadastrais do usuário: nome, endereço e número de telefone. Nesse caso, a quantidade de informação contida numa lista telefônica será o número de usuários cadastrados. Do mesmo modo, poderíamos estipular o verbete como unidade de significação da enciclopédia.
Assim, a quantidade de informação de uma enciclopédia seria seu número de verbetes. Mas um verbete pode ter extensão muito maior que outro. E as informações nele contidas são relevantes? A maioria dos discursos, não oferece uma solução viável e inequívoca para a quantificação da informação significativa como a da lista telefônica. Como definir a unidade de informação significativa num romance? Em uma reportagem? Em um ensaio?
A escolha da unidade mínima significativa é condicionada por fatores como o grau de síntese que se considera adequado. Uma descrição minuciosa pode ser considerada uma unidade de significação se os detalhes não forem considerados relevantes. Se forem, eles é que serão considerados unidade de informação.
É a razão entre a quantidade de informação significativa, excluídas as redundâncias, e a quantidade de informação como significante. No exemplo da lista telefônica, poderíamos definir densidade como a razão entre o número de usuários cadastrados e o número de grafemas da lista. A densidade é uma função da escolha das unidades de informação significativa e significante.
Pode-se distinguir a informação significativa pela relevância. Normalmente, do relevante se exclui o óbvio, o trivial, o supérfluo, o dispersivo, o redundante, o sobejamente conhecido.
De modo análogo, densidade de informação significativa relevante é a razão entre essa quantidade de informação significativa relevante e a quantidade de informação significante.
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