Todos os posts de Radamés

Sobre Radamés

Engenheiro curitibano pela UFPR, professor e produtor de conteúdos e ferramentas educacionais para a Internet.

A casa que não gera esgoto

Imagine uma casa que não gera efluente líquido, o popular esgoto. Em vez de efluente, o único líquido que sai da casa é água com um nível de pureza que não traz riscos para o ambiente nem para a saúde das pessoas. Para realizar essa façanha em uma casa comum é preciso fazer uma série de adaptações e mudanças. Vejamos quais.

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Casa autônoma é um sonho ecológico possível?

Viver em uma casa ecológica é o sonho de muita gente, mas o que define a casa ecológica? A condição essencial é que ela gere um impacto ambiental bem menor do que as casas “normais”. Quanto menor? É difícil dizer, pois não existe padrão para esse cálculo.

Na minha escala pessoal eu diria que uma redução de pelo menos um terço seria o mínimo aceitável. Ecologistas mais aguerridos, porém, sonham mais alto e acreditam que uma casa pode alcançar níveis muito baixos de impacto ambiental chegando em alguns quesitos ao impacto zero. Uma das formas de reduzir o dano ambiental de uma moradia é torna-la autônoma em vários aspectos como veremos a seguir:

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Antropoceno: 10.000 anos de geoengenharia planetária

Antropoceno seria o período em que as características geológicas do nosso planeta passaram a sofrer alterações significativas por conta da ação humana. Não se trata de um período geológico oficial; a ideia de cria-lo partiu do Prêmio Nobel de Química Paul Crutzen em 2000, embora outros cientistas já tivessem feito propostas semelhantes bem antes. Paul Crutzen defende que o período Antropoceno iniciou no século XVIII com a invenção da máquina a vapor. Foi nessa época que os humanos começaram a fazer uso intensivo dos combustíveis fósseis e de lá para cá a concentração de gás carbônico na atmosfera aumentou drasticamente.

Outros estudiosos defendem que a ação humana passou a causar alterações significativas no planeta desde o desenvolvimento da agricultura há cerca de dez mil anos. Se considerarmos todos os impactos da espécie humana sobre os ecossistemas teríamos que recuar ainda mais no tempo. O crescimento da população de homo sapiens pode estar relacionado com a grande extinção de megafauna após a última glaciação, ocorrida há quase doze mil anos atrás. Nessa linha de raciocínio o período geológico oficial conhecido como Holoceno poderia ser renomeado para Antropoceno já que foi nesse intervalo de cerca de 12.000 anos que a Terra passou a sentir o impacto da presença do homo sapiens.

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Por que algumas pessoas não reciclam

O blog Care2 relacionou 5 motivos que explicam porque algumas pessoas não participam do esforço coletivo pela reciclagem de resíduos. Essas razões podem ser contestadas, poderíamos dizer que se tratam de desculpas de bêbado, mas seria melhor levá-las em conta se quisermos ampliar a reciclagem de resíduos. Não adianta apenas ignorá-las, até porque fazem sentido em muitos casos. O melhor é deixar os relutantes sem desculpas. Vejamos os cinco motivos:

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Menos cômodo, porém ecológico, econômico e saudável

Existe uma regra sobre atitudes ecológicas que se verifica em quase todas as situações: O que é mais ecológico, também é mais econômico e mais saudável. O preço que temos que pagar por essas vantagens é alguma perda de comodidade, item de menor peso diante dos valores em jogo na opção ecológica. Vou dar um exemplo do meu cotidiano:

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A evolução e o retrocesso dos refrigeradores

Eu estava remexendo em documentos antigos quando encontrei o manual de uma velha geladeira Prosdócimo comprada há quase vinte anos. No manual estava colada a etiqueta do Inmetro que naquela época já avaliava a eficiência energética das geladeiras. 37,5 kWh/mês era o consumo registrado para esse refrigerador de uma porta sem frost free e capacidade de 304 litros que era um aparelho médio para a época.

De lá para cá, a fabricante paranaense Prosdócimo foi adquirida pela americana Electrolux. O modelo similar produzido atualmente pela Electrolux tem capacidade de 317 litros e eficiência energética de 28,4 kWh/mês. Graças à evolução tecnológica os refrigeradores de hoje consomem 25% menos energia. Seria de se comemorar esse ganho ambiental, não fosse um detalhe. Geladeiras de uma porta e sem frost free estão sumindo das lojas.

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Quantos tipos de resíduos geramos em casa

É mais fácil fazer um parto em um fusquinha em movimento do que destinar corretamente nossos resíduos. Esses dias, percorri minha casa procurando  os tipos de resíduo que poderiam sair dali um dia. Não sou um desocupado prestes a pirar, pode crer. Na verdade, eu queria escrever um post sobre a dificuldade de ser ecologicamente correto com nossos resíduos.

Vejam a lista de tipos de resíduos que montei. Talvez, na sua casa haja outros. Se houver, por favor comente esse post, assim dividimos conhecimento sobre esse assunto complexo e incômodo. No futuro todos os resíduos vão valer dinheiro e, por isso, não estou usando a palavra lixo de propósito, mas por enquanto, destinar resíduos é um desafio.

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O fim da palavra lixo

Não é o fim do lixo, mas pelo menos na lei federal dos resíduos sólidos não se usa mais a palavra lixo. Sancionada em 02/08/2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos contém inúmeros avanços em sintonia com o novo pensamento ambiental. Mudanças culturais vêm acompanhadas de mudanças no vocabulário e isso é visível na nova lei que vai trazer novas expressões para o nosso cotidiano.

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Bombril é ecológico?

No passado, eu vi na TV uma campanha publicitária em que faziam uma comparação ambiental entre a esponja de aço Bombril e as esponjas sintéticas. O milenar garoto propaganda Carlos Moreno alertava que o Bombril é ecológico, ao contrário das esponjas sintéticas que, além de não serem biodegradáveis, acumulam bactérias. A propaganda foi retirada do ar por decisão do CONAR que acatou as queixas de alguns fabricantes de esponjas sintéticas.

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O notebook de bambu e o rádio de madeira

A AsusTek Computer de Taiwan desenvolveu a linha de notebooks EcoBook com carcaça feita de tiras prensadas de bambu. O resultado é bem interessante tanto no aspecto ambiental como no estético. O bambu é uma matéria prima renovável, resistente, durável e biodegradável, Ele cresce rápido e se for usado na produção de bens duráveis tem potencial para sequestrar carbono da atmosfera.


O notebook de bambu me faz lembrar que no passado rádios, toca-discos e televisores eram fabricados com carcaça de madeira. Muitos desses eletrodomésticos ainda funcionam por aí graças ao carinho dos aficionados por antiguidades  Pois é, às vezes, para evoluir é preciso voltar no tempo.

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Lixo que vale ouro

A fabricação de aparelhos eletrônicos utiliza uma variedade impressionante de materiais, muitos deles de alto valor comercial. Em uma tonelada de celulares velhos encontramos 340 g de ouro, 3,5 kg de prata, 140 gramas de paládio (mais valioso do que ouro) e 130 kg de cobre. Se esses metais forem recuperados podem render cerca de 15.000 dólares. Bem, aqui começa o problema.

Primeiro é preciso reunir os celulares descartados em um mesmo lugar. Depois, vem o desmanche e um processo sofisticado de reciclagem que extrai os metais preciosos do meio da sucata. Não é uma tarefa para amadores. Se esse lixo for simplesmente incinerado, por exemplo, serão liberadas toxinas para a atmosfera. A reciclagem do lixo está se tornando um problema bem complexo, mas que pode ser muito lucrativo.

reciclagem de celulares
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Geladeiras grátis para reduzir o aquecimento global

Uma geladeira velha e ineficiente chega a consumir o dobro da energia elétrica gasta por um modelo novo de mesma capacidade e classificação A pelo Inmetro. Nas casas de pessoas de baixa renda é comum encontrar modelos antigos com eficiência baixa por conta do desgaste e da tecnologia ultrapassada. Diante desses números, algumas ideias estão sendo postas em prática para economizar energia elétrica com geladeiras.

Nas casas modestas, onde encontramos poucos aparelhos elétricos, a geladeira é o item de maior peso na conta de luz junto com o chuveiro. É possível baixar o consumo da geladeira com ações simples como não colocar alimentos quentes dentro dela. No entanto, mesmo com boas práticas o consumo da geladeira é determinado principalmente pela tecnologia e pela idade do aparelho.

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