Qual é a energia mais perigosa: petróleo, carvão, gás ou nuclear?

Quando recebemos as notícias sobre o desastre nuclear de Fukushima ficamos assustados com os riscos que a energia nuclear apresenta. Um acidente nuclear é sempre uma ameaça de grandes proporções ao ser humano e ao meio ambiente. O desfecho do acidente de Fukushima ainda é incerto, mas felizmente seu balanço final deve ser menos trágico que o de Chernobyl, de longe, o pior acidente nuclear da história.

Diante das notícias ruins que vieram de Fukushima somos tentados a perguntar: não seria melhor fechar de vez as usinas nucleares? Que bom se a resposta fosse simples, mas antes de responde-la é bom pensar na pergunta que vem logo em seguida: que fonte de energia seria usada para substituir a nuclear? A matriz energética mundial ainda é dependente dos combustíveis fósseis e não seria exagero afirmar que o fechamento de uma usina nuclear hoje implicaria na construção de outra do tipo termoelétrica movida a óleo, gás ou carvão.

Fontes renováveis limpas?

É claro que o ideal seria substituir a energia nuclear e dos combustíveis fósseis por fontes mais limpas como a solar, eólica ou de biomassa, mas enquanto esse sonho não se adapta à realidade dos números temos que fazer escolhas difíceis: energia nuclear ou combustíveis fósseis? Qual é a fonte menos perigosa? Qual delas prejudica menos o meio ambiente? Para ajudar na argumentação sugiro uma visita aos artigos da Wikipedia que tratam de acidentes nas indústrias da energia.

Acidentes nucleares
Acidentes com petróleo
Acidentes com carvão

Os acidentes listados acima mostram que as principais fontes de energia da atualidade apresentam grandes riscos ao homem e ao meio ambiente. Analisando os números friamente vamos perceber que a indústria dos combustíveis fósseis também é letal e causa danos enormes ao meio ambiente.

Decisões difíceis

Comparando números chegaremos à conclusão que a energia nuclear é mais segura. Está certo que o porte da indústria dos combustíveis fósseis é muito maior e que os requisitos de segurança da indústria nuclear são mais severos. Analisando números em vez de manchetes nos precavemos contra percepções enganosas. Acidentes nucleares geram comoção mundial, mas são raros e de menor impacto quando comparados com o elevado número de acidentes menos noticiados da indústria dos combustíveis fósseis.

O impacto das usinas nucleares também poderia ser comparado com o de fontes supostamente mais brandas como as usinas hidrelétricas. O desastre de Chernobyl condenou a área em um raio de 30 km em torno da usina. São aproximadamente 2.700 km2 impróprios à ocupação humana por tempo indeterminado. Até agora esse é o único caso representativo de área sob isolamento nuclear.

Apenas a usina de Sobradinho no Brasil inundou uma área de 4.214 km2. Veja que há diferença entre áreas potencialmente sob risco em torno de usinas nucleares e áreas efetivamente alagadas para a instalação de usinas hidrelétricas.

Não pensem que sou um entusiasta das usinas nucleares. Pessoalmente, eu gostaria que fosse possível substituí-las por fontes limpas, mas é preciso manter o pé no chão enquanto essas fontes do futuro não chegam. Infelizmente, não chegamos ao tempo de escolher entre a fonte boa e a ótima. Por enquanto, nos resta optar entre a ruim e a menos pior.

Ambientalismo

Minimalismo raiz x minimalismo Nutella

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