Ao receber uma mensagem, o receptor atribui valores a ela como: importância, gravidade, aceitação/reprovação, além de uma resposta emocional. Tal valoração e a resposta emocional, bastante subjetivas e contextualizadas, podem ser atenuadas ou agravadas pelas características do discurso que veicula a mensagem. Isso decorre de transferências icônicas, convenções editoriais, de entoação e gestual, manipulação psicológica e ênfase. Os meios formais de atenuação chamamos eufemismo e os que agravam de disfemismo. Eles ocorrem em diversos níveis do discurso. Vejamos:
Ordem de emissão. O que é recebido antes, convencionalmente é considerado mais importante.
Corpo tipográfico relativamente maior está associado, por convenção, à maior importância do que se está veiculando.
Volume de texto maior está associado à maior importância.
Ordem temática: essa ordem pode agravar ou atenuar, dependendo do caso.
Ordens gradativas, ascendentes ou descendentes, podem agravar ou atenuar conforme o caso.
Iconias: podem atenuar ou agravar, conforme o caso.
Repetição: agrava se repete o que agrava, atenua se repete o que atenua.
Ênfase: atenua ou agrava conforme enfatize o que atenua ou o que agrava.
Entoação e gestual expressivos: uma entoação expressiva, conforme ao que suscita a mensagem, pode agravar o impacto psicológico. Uma entoação e um gestual que tendem para a neutralidade emocional atenuam.
Sintáticos: apostos, adjuntos adverbiais e adnominais podem agravar ou atenuar, conforme o caso.
Lítotes atenua. Ex.: ‘Sou bela?’ ‘Não és feia’.
Metonímias atenuam ou agravam conforme o caso.
Comparações idem. Um caso notável de comparação que intensifica: ‘Inteligente como um jumento’. ‘Bonito como um dragão’. Nessas comparações não se pode dizer que temos ironia, pois o jumento não é de todo destituído de inteligência, mas o grau de inteligência nele é considerado muito baixo comparativamente a outros seres.
Metáforas, em especial as hipérboles, atenuam ou agravam, conforme o caso.