Famílias de cédulas brasileiras II

As primeiras edições do Cruzeiro

Conheça as famílias de cédulas que circularam no Brasil desde a Independência até os dias atuais. São vinte e cinco famílias em 197 anos de Brasil independente, o que dá uma média de uma família criada a cada oito anos. A pouca longevidade de nossas cédulas reflete as turbulências econômicas e a inflação alta que corroeu o poder aquisitivo do papel moeda em vários momentos de nossa história.

Neste post temos o período com as duas primeiras edições do cruzeiro.

Cruzeiro segunda edição segunda família

A segunda família de cruzeiros foi criada para acompanhar o ritmo da inflação aumentando progressivamente o valor de face das cédulas. Iniciada em 1981 essa família circulou até 1990 convivendo por algum tempo com o cruzado que sucedeu o cruzeiro. A nota de 1000 cruzeiros, o popular barão, é um pouco diferente da versão lançada na família anterior. As efígies são variadas, sendo três delas de militares. Há dois padrões de design nessa família, mas o destaque fica para as cédulas simétricas que olhadas de ponta cabeça exibem a mesma imagem.

Família de cédulas cruzeiro 2a. edição
  • Cédulas: 8
  • Produção: 1981 – 1986
  • Circulação: 1981 – 1990
  • Emissão: Banco Central do Brasil
  • Impressão: Casa da Moeda do Brasil

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Cruzeiro segunda edição primeira família

Essa família do cruzeiro foi lançada em 1970 durante o Regime Militar e circulou até 1990. As cédulas de 1 a 100 apresentam um design peculiar. São homenageados a República, nossos dois imperadores e os dois primeiros presidentes do país.

Família de cédulas Cruzeiro 2a. edição

Duas cédulas foram acrescentadas mais tarde à família mas não mantem a unidade de design das primeiras cédulas do conjunto. A de 500 cruzeiros é comemorativa dos 150 anos de Independência do Brasil.

Família de cédulas Cruzeiro 2a. edição
  • Cédulas: 7
  • Produção: 1970 – 1986
  • Circulação: 1970 – 1990
  • Emissão: Banco Central do Brasil
  • Impressão: Casa da Moeda do Brasil

Cruzeiro novo

Esta família mantém o design da família anterior e apenas acrescenta um carimbo com o novo nome e valor de face das cédulas. Foi uma estratégia de transição para o cidadão se acostumar com o novo padrão monetário que cortou três zeros no valor de face do papel moeda. A mesma estratégia se repetiria várias vezes em décadas seguintes para compensar a inflação acelerada. Lançado em 1967 no Regime Militar o cruzeiro novo foi substituído pela segunda edição do Cruzeiro em 1970.

  • Cédulas: 8
  • Produção: 1966 – 1970
  • Circulação: 1966 – 1970
  • Emissão: Banco Central do Brasil
  • Impressão: Thomas de La Rue

Cruzeiro primeira edição segunda família

As duas famílias da primeira edição do Cruzeiro são semelhantes. As duas famílias se distinguem pelas cores. Enquanto na primeira família todas as cédulas tem tom azul na frente, as da segunda família tem cores variadas combinando com a cor do verso. A nota de 5000 cruzeiros não segue a unidade de design das outras cédulas. Essa família foi introduzida em 1948 no governo Dutra e circulou até a década de 1970. São homenageadas figuras da Política nacional dos períodos colonial, império e república, destaque para Getúlio Vargas ainda vivo na época do lançamento. Produzidas pela gráfica inglesa Thomas De La Rue.

Família de cédulas do cruzeiro primeira edição

Em 1961 foi lançada a cédula de 5 reais com efígie do índio e impressa na Casa da Moeda do Brasil.

  • Cédulas: 11
  • Produção: 1948 – 1966
  • Circulação: 1948 – 1970
  • Emissão: Tesouro Nacional
  • Impressão: Thomas de La Rue

Cruzeiro primeira edição primeira família

A primeira edição do cruzeiro foi lançada em 1943 no governo Vargas para padronizar o meio circulante que tinha dezenas de cédulas de mil réis na rua. Produzida pela American Bank Note Company essa família vai de 1 a 10.000 e tem unidade de design, exceto pelas cédulas de 5.000 e 10.000 que fogem um pouco ao padrão. Foi produzida até meados da década de 1960 e circulou até a década de 1970. Os homenageados nas efígies são de vários períodos históricos, incluindo Getúlio Vargas que era presidente no lançamento da família.

Família de cédulas cruzeiro primeira edição
  • Cédulas: 12
  • Produção: 1943 – 1966
  • Circulação: 1943 – 1974
  • Emissão: Tesouro Nacional
  • Impressão: American Bank Note Company

Cruzeiro réis carimbados

Na transição do mil-réis para cruzeiro iniciada em 1942 as notas de mil-réis foram carimbadas com o novo nome e valor de face que teriam dali em diante. Dessa forma, a população se adaptou gradativamente ao novo padrão monetário. Essas cédulas circularam até 1953.

Família de cédulas mil-réis cruzeiro carimbadas
  • Cédulas: 7
  • Produção: 1942 – 1944
  • Circulação: 1942 – 1953
  • Emissão: Tesouro Nacional
  • Impressão: American Bank Note Company

Colecionismo

2 pensou em “Famílias de cédulas brasileiras II

  1. Considero as cédulas de 10 mil, 50 mil e 100 mil cruzeiros emitidas a partir de 1984, bem como as moedas de 100, 200 e 500 cruzeiros emitidas em 1985 e 1986 como a TERCEIRA FAMÍLIA de cédulas próprias do segundo cruzeiro, que era denominado “cruzeiro novo” quando de sua concepção até a época de seu lançamento em circulação em 1970. Inclusive tal família de cédulas veio a ser reaproveitada quando do lançamento do cruzado.
    Tais cédulas já não contam com a marca do já falecido designer gráfico Aloísio Magalhães, que foi responsável pelo design das peças da primeira e da segunda família do cruzeiro lançadas a partir de 1970.
    As cédulas do segundo cruzeiro (ainda denominado “novo” quando de seu lançamento) foram majoritariamente emitidas pela Casa da Moeda do Brasil, ao passo que as cédulas do cruzeiro “antigo” (o primeiro cruzeiro lançado, composto de cédulas emitidas e lançadas em circulação até o final dos anos 60) eram em sua maioria produzidas no exterior pela “American Bank Note Company” e pela “Thomas de La Rue”.
    As cédulas carimbadas com dizeres de centavos e de cruzeiro novo eram para acostumar a população até que o maquinário da Casa da Moeda estivesse em condições para a emissão das novas cédulas.
    Considero a nota de 1000 cruzeiros de 1978, cognominada “Barão” como a primeira da segunda família, ainda que depois de seu lançamento tenha havido modificações nas cédulas de 10 (que na estampa B passou por modificações com vistas a reduzir seu custo de emissão, dado que já havia em projeto a substituição de tal valor, assim como dos valores de 1 e de 5 cruzeiros por moedas de aço inoxidável) e de 500 cruzeiros (com a introdução na estampa B de um registro coincidente ausente na estampa A de tal valor, que foi lançada em 1972). A cédula foi modificada em 1981 por conta de constantes problemas com as falsificações.

  2. Por conta dos problemas de falta de troco na época do lançamento do primeiro cruzeiro, em 1944 foram colocadas em circulação o estoque de cédulas de 1$000 que foram encomendadas pelo Banco do Brasil duas décadas antes. A despeito delas não possuírem carimbo de equivalência de 1 cruzeiro, elas foram colocadas excepcionalmente em circulação pela escassez de cédulas e de metal para moedas na época da guerra. Inicialmente, as notas de 1, 2 e 5 cruzeiros do primeiro cruzeiro lançado em 1942, equivalentes a 1, 2 e 5 mil réis respectivamente, não eram para ter existido, mas foram colocadas em circulação ainda assim. Os planos eram de emitir apenas as notas nas importâncias entre 10 mil réis a um conto de réis, que pela conversão de 1942 viriam a ser 10 cruzeiros a 1000 cruzeiros. Apesar disso, as cédulas de 1 e 2 cruzeiros seguiram sendo emitidas até 1958 e a de 5 cruzeiros até 1964.
    Inicialmente (no final da década de 1920) o plano era de que o Cruzeiro fosse equivalente não a mil-réis e sim a dez mil réis e caso assim fosse, teríamos todos os centavos/cêntimos e não só as importâncias a partir de 10 centavos, que veio a ser equivalente a menor moeda então circulante, que era de 100 réis.
    Todas essas cédulas foram fabricadas no exterior, com exceção da “nota do índio” de 1961/1962, que se você observar, é dissonante das outras cédulas do cruzeiro, assim como ocorre com a nota de 5000 e 10000 cruzeiros também lançadas nos anos 60.
    Talvez tivesse sido mais interessante lançar a nota do índio no valor de cinco mil ao invés de no valor de cinco cruzeiros. Isso poderia dar mais sobrevida a cédula, se bem que não seria adequado sair fazendo, como Jânio fez, distribuindo notas de 5 mil a torto e a direito.

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