Iniciativas ambientais que você pode pôr em prática na esfera privada da vida, sem depender de governo, leis, ONGs, regulações etc.
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Na era dos bens descartáveis a atitude ambiental é investir em bens duráveis de qualidade, eficientes e de baixo consumo. Digamos que você precisa comprar uma máquina de lavar roupa. Invista em uma máquina de alta qualidade, assim ele vai durar mais e no longo prazo o custo adicional será compensado. Uma máquina eficiente cumpre o objetivo a que se propõe que é lavar bem a roupa trazendo economia em produtos de limpeza. Máquina de lavar eficiente reduz seu consumo de água e de energia elétrica, logo fique atento à nota do aparelho conferida por institutos de certificação. Rejeite a cultura do consumo precário. A regra é o combo qualidade + eficiência + baixo consumo. Custos adicionais da qualidade são compensados pela durabilidade.
Adquira bens de consumo e serviços dimensionados para a sua necessidade real. Quer comprar um refrigerador? Considere quantas pessoas vivem na casa, suas necessidades de congelar produtos e se você realmente precisa de um refrigerador gigante que só ocupa espaço e consome muita energia elétrica. Somos estimulados a adquirir bens superdimensionados e a fazer mais estoque do que o necessário. Esse descontrole leva a desperdício e passa uma ideia de ostentação.
Adquira bens com mais de uma utilidade e evite aqueles específicos demais restritos a uma só utilidade. Vá além e opte por soluções básicas e simples em vez de engenhocas espetaculosas. Por exemplo: você realmente precisa de um artefato especializado em fazer pipoca na cozinha? Bens específicos mono funcionais são um gasto desnecessário, ocupam espaço e ficam a maior parte do tempo sem uso. Isso vale também para espaços na casa. Você recebe amigos com frequência para justificar um espaço gourmet no layout da sua casa? Há vários aparelhos multifuncionais no mercado que atendem necessidades múltiplas do cotidiano. A versatilidade tem custo mais alto que é compensado pela substituição de dois ou três aparelhos por um. Alguns deles são clássicos de baixa tecnologia como a panela que, entre outras coisas, faz pipoca.
Ao adquirir bens e serviços você deve levar em conta o impacto ambiental que geram. Um móvel de madeira reflorestada tem impacto menor que outro de madeira extraída de mata nativa. Um produto produzido na sua região tem menor impacto do que outro similar que deu a volta no mundo para chegar na suas mãos. Analisar o impacto ambiental envolve um esforço pessoal para levantar a história de cada produto. Além do mais, o impacto ambiental não é o critério único na decisão de compra. Você tem que coloca-lo na conta junto com fatores econômicos, conveniência, disponibilidade etc. No final das contas, porém, considerar o impacto ambiental no cálculo é decisão sábia.
Uma pessoa do passado que viajasse no tempo para o mundo atual ficaria chocada com nossa cultura de jogar fora tudo que estragou. A maioria dos produtos não são mais fabricados para facilitar a manutenção. Os padrões de excelência vem caindo continuamente e as novas gerações acham natural a cultura do descarte. Pessoas conscientes, por outro lado, procuram bens de qualidade que admitem e compensam conserto. Bens de alta qualidade antigos merecem restauro. Sabemos que um móvel antigo restaurado vai durar mais de que um novo de baixo padrão. Uma casa sólida bem cuidada não tem prazo de validade e por aí vai.
Associado a pessoas bem de vida desde o nascimento, o estilo Old Money pode ser adotado por pessoas de renda modesta, pois é uma filosofia de vida mais do que uma moda. Entre as características desse estilo destacamos algumas que têm a ver com preservação ambiental. Pessoa Old Money adquire bens de qualidade com beleza sóbria e atemporal que duram bastante. Pessoas com esta visão gostam de passar legado às gerações futuras, logo se preocupam com manutenção de patrimônio. São pessoas que detestam ostentação, modismos e hábitos extravagantes. Enfim, são pessoas discretas e de baixo impacto.
Por que receber faturas impressas se tem a opção fatura digital por e-mail? Por segurança, dirão alguns, mas o fato é que versões digitais também são seguras e economizam recursos. Isso vale também para mídias físicas como discos musicais, filmes e livros. Em alguns aspectos a mídia física é superior, mas para a maioria das pessoas a mídia digital resolve bem. É claro que precisa fazer as contas na ponta do lápis, pois a solução digital exige uma infraestrutura cara e que gera impacto. Na maioria dos casos, porém o digital substitui o físico com ganhos ambientais.
Canudinho de plástico, pratinho de plástico, talheres de plástico etc. Impressionante a quantidade de descartáveis one way que nos rodeiam. Evite a conveniência escandalosa dos descartáveis, prefira soluções reusáveis e duráveis. Isso vale também para produtos de baixa qualidade que sabidamente não duram como aqueles guarda-chuvas de camelô que duram uma chuva apenas.
A despensa de algumas casas parece um arsenal de guerra química e biológica: ácidos, produtos cáusticos, bactericidas, solventes, pesticidas, removedores etc. São produtos na maioria dos casos desnecessários e que oferecem risco à saúde da sua família e ao meio ambiente. Deixe o uso desses produtos agressivos para profissionais e para cuidar da casa recorra a soluções mais brandas.
Pessoas conscientes fazem destralhamento periódico, ou seja, revisam seus bens e passam adiante tudo que não é essencial. Essa prática associada ao minimalismo também tem vantagens ambientais, pois pode aumentar a vida útil de bens e assim economizar recursos. Uma roupa que não serve mais, um livro lido, um aparelho que deixou de ter uso podem ser apenas tranqueiras ocupando espaço e acumulando pó na sua casa. Para outra pessoa, porém podem ser úteis e, por isso, considere uma das três alternativas:
Na hora de destralhar considere que o bem deve ser passado adiante enquanto é útil para outra pessoa. Não adianta guardar até estragar, ficar obsoleto ou tão gasto que não permite mais aproveitamento.
Produtos com mercado secundário: alguns bens como celulares de qualidade têm um mercado de usados bem ativo. Nesse caso, você pode trocar seu celular seminovo por um novo sem dor na consciência desde que venda o anterior para um novo dono. Essa prática talvez não seja aprovada por economistas, mas não prejudica o meio ambiente.
Você é responsável por destinar corretamente os resíduos que gera, isso dá algum trabalho e exige algum conhecimento. Você precisa conhecer os tipos de resíduos e qual o destino correto de cada um. Resíduos orgânicos, materiais recicláveis, resíduos perigosos etc. De modo geral, os resíduos devem ser destinados limpos, secos e compactados. Dessa forma, você facilita a reciclagem. Conheça melhor os resíduos que uma casa gera nesta postagem: Quantos tipos de resíduos geramos em casa.
Geramos em casa uma quantidade considerável de lixo orgânico, aquele que pode ser consumido por micro-organismos do solo. Esse tipo de resíduo admite compostagem doméstica. Basicamente, compostagem é acelerar o processo de decomposição biológica do resíduo orgânico transformando-o em composto. O composto é um material estabilizado que pode ser usado para adubação. A compostagem pode ser feita no quintal da casa ou em ambientes fechados usando composteiras. Conheça mais sobre lixo orgânico e compostagem nesta postagem: Lixo orgânico – o que é e como tratar.
O Brasil ainda é deficiente em tratamento de esgoto. São poucas as residências que contam com tratamento público de seu efluente. Diante disso, o cidadão consciente deve fazer tratamento de efluentes na sua propriedade antes de lança-lo no ambiente ou na rede pública. Em condomínios, as prefeituras via de regra exigem tratamento básico do efluente. Nas casas, o proprietário pode usar algumas soluções de tratamento que amenizam o impacto ambiental do esgoto doméstico. Para entender melhor o assunto veja a postagem Esgoto doméstico.
Como regra geral prefira o comércio local, serviços locais e produtos locais. Na maioria dos casos, um produto feito perto de você é melhor para o meio ambiente do que outro que deu a volta ao mundo para chegar na sua porta. É claro que a economia no bolso deve ser considerada, mas fatores geopolíticos podem deixar os preços do importado artificialmente baixo e no longo prazo a economia nacional e o meio ambiente saem prejudicados.
Nas grandes cidades a regra é fazer longos deslocamentos diários para ir e voltar do trabalho. Desperdício de tempo e recursos em transporte. Trânsito congestionado, consumo de combustível, transporte coletivo cheio e estresse são realidades dos grandes centros. Felizes os que conseguem se organizar para fazer deslocamentos curtos até o trabalho ou, então, trabalhar em casa. Um caso em que a qualidade de vida vai de encontro aos ganhos ambientais.
A técnica empresarial dos baixos estoques pode ser aplicada à vida pessoal cotidiana. Não fazer estoques desnecessários, economizar energia com refrigeração, ocupar menos espaço, evitar desperdício de perecíveis etc. A técnica just in time consiste em só trazer para casa o que vai ser consumido no curto prazo. Repense a ideia de fazer estoques de congelados, de comprar mais do que precisa só porque estava em oferta ou adquirir mais um armário porque está faltando prateleira em casa.
Por mais que digam que carro elétrico é bom para o meio ambiente ou que o Uber é a solução nada supera o transporte coletivo em questões de meio ambiente. Sabemos que em muitas cidades o transporte coletivo é sofrível e que para uso familiar pode ficar mais barato ir de carro. De qualquer forma, sempre que possível prefira o transporte coletivo, pois pode ser mais rápido, cômodo e barato.
No passado, era preciso pensar antes de sair de casa. Deslocamentos tomavam tempo e eram caros. Hoje, na civilização do automóvel e das vias expressas as pessoas não pensam duas vezes antes de colocar as rodas na pista. Reduzir deslocamentos é economia de tempo e recursos. Resolver vários assuntos em uma única saída, otimizar o trajeto para rodar menos, mais pessoas no carro etc. Menos quilometragem é melhor para o meio ambiente.
Diferente das mães de pet que fazem festinha de aniversário para cachorro, o ecologista sabe que cachorro não é vegano e passarinho não canta de felicidade na gaiola. Tratar bicho como bicho envolve entender a natureza deles e respeita-la. Envolve criar condições para que os bichos vivam plenamente a sua natureza junto à natureza. Os animais silvestres principalmente precisam ser respeitados sem idealização e romantismo.
Ao plantar uma árvore em seu terreno dê preferência a uma espécie nativa da região. Ela está adaptada ao clima e vai se integrar ao ecossistema local. Espécies exóticas podem se tornar invasoras agressivas ou não atingir sua plenitude porque não estão adaptadas ao ambiente local. Paisagismo e jardinagem devem valorizar e respeitar o ecossistema local.
Grama é melhor que cimento até porque permite infiltração da água da chuva. Árvores protegem a casa dos ventos e de ruídos. Vegetação traz diversidade de vida ao ecossistema local. O verde decora, deixa o ambiente mais fresco e acalma. As vantagens de cercar-se de verde são tantas que os poucos inconvenientes são amplamente compensados.
Um projeto arquitetônico eficiente traz décadas de economia e bem-estar. Invista em um projeto de qualidade ao construir ou reformar focando em coisas como ventilação e iluminação naturais. Uma casa bem ventilada economiza em ventilação forçada e condicionamento de ar. A iluminação natural economiza energia com lâmpadas e aquece a casa no inverno. Uma casa eficiente envolve vários sistemas e para aprofundar no assunto veja a postagem Casa tecnológica sistemas.
Um dos sistemas mais conhecidos para economizar energia em casa. Aquecer água com o sol é mais vantajoso que usar energia elétrica ou gás. No Brasil, a insolação abundante favorece a viabilidade desse sistema. O aquecimento de água é um dos vilões do consumo doméstico de energia. Usar uma fonte renovável de energia é atitude ecológica.
Água potável é um recurso escasso e o problema tende a se agravar com o crescimento das cidades. Coletar água da chuva é uma forma de aliviar a demanda por água tratada. Embora não seja potável, a água da chuva pode ser usada em várias funções da casa. Um sistema bem projetado pode ser vantajoso como investimento. Em regiões sujeitas à falta d’água o sistema ganha uma dimensão sobrevivencialista. Veja mais na postagem Captação de água da chuva.
Deixar uma área do terreno permeável para permitir infiltração de água da chuva é exigência comum do poder público, especialmente nas áreas de manancial ou regiões com problemas de alagamento. Em vez de cobrir todo o terreno com cimento, o proprietário consciente mantém gramados e calçamento permeável por onde a chuva pode penetrar no solo. Isso reduz a sobrecarga das redes de água pluviais, previne alagamentos e alimenta os mananciais.
Tradicionalmente, a energia elétrica em casa vem da concessionária, mas a geração residencial está ganhando força, pois pode ser um bom investimento além de usar fontes renováveis. A energia fotovoltaica é a que mais ganha terreno atualmente. Ela permite inclusive a geração on grid em que o excedente produzido é vendido à concessionária.
A casa ecológica conta com circuitos de águas potável, pluvial e de reúso. A potável geralmente é fornecida pela concessionária, a pluvial é captada nos telhados da casa e a de reúso envolve dar um segundo uso para a água antes de descarta-la. Por exemplo: a água da máquina de lavar pode ser usada para lavar pisos. Considere todas as possibilidades de reutilização da água, pois muitas necessidades domésticas não requerem água potável. Aprofunde o assunto na postagem: Como reaproveitar a água da lavadora sem levar banho.
Embora a automação residencial seja usada mais para comodidade é possível orienta-la para economia de recursos. Quando a automação desliga as luzes de um ambiente vazio, acende e apaga as luzes vigia externas segundo a necessidade aí temos o uso da automação para economia. Programar operações que consomem energia fora dos horários de pico são usos inteligentes da automação.
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