Nesta postagem apresento ideias para uma visão ambiental objetiva e realista. Na segunda parte, faço a crítica ao ambientalismo de megafone que é idealista e pouco efetivo.
I – Somos natureza
Viemos da natureza, somos parte dela e dela dependemos. Não há como se dissociar dessa herança evolutiva. Homem e natureza são uma coisa só e há um propósito nesta trajetória. Temos um lugar no planeta, somos a espécie mais evoluída. Não há como desvincular o homem do seu habitat ou supor que somos externos a ele. Como espécie devemos seguir o princípio darwinista de busca da perpetuação. Crescei e multiplicai é o lema de toda espécie. Graças à nossa auto consciência podemos nos adaptar e explorar com sabedoria os recursos disponíveis.

II – Mude o mundo, arrume seu quarto
A ação ambiental mais efetiva é praticada individualmente no seu entorno. Antes de salvar o mundo é preciso arrumar a própria casa. O micro vem antes do macro. A ação individual, miúda, solitária é poderosa quando praticada por todos. Envolve dedicação, responsabilidade individual, renúncia. É fazer o certo quando ninguém está olhando.
III – Minimalismo de baixo impacto
Viver com o essencial, não acumular, evitar excessos, ter hábitos simples, ser feliz com pouco. Viver com sobriedade e na austeridade é uma sabedoria antiga cultivada pelos sábios do passado. Desde os primeiros tempos o modo de vida minimalista é ecológico. Com o conhecimento acumulado sobre impactos ambientais o estilo minimalista pode avançar para um novo patamar.
IV – A tecnologia salva
Ao contrário do senso comum ambiental de que se deve viver com baixa tecnologia tradicional o ambientalismo de resultados aposta na tecnologia avançada. Pela tecnologia a produção de alimentos multiplicou sua produtividade. Com tecnologia as máquinas ficaram mais eficientes, mais duráveis e de menor consumo energético. Tecnologias eficientes de baixo impacto preservam o meio ambiente. A escolha entre low tech e high tech deve ser racional e pautada por sustentabilidade e sobrevivencialismo.
V – Demografia sustentável
Salvar o planeta e a nossa espécie. Embora alguns digam que é preciso escolher uma opção apenas, melhor é buscar uma sociedade que não exaure os recursos naturais e se sustenta no longo prazo. Encontrar o limite populacional de cada região, atingi-lo e mantê-lo.
VI – Ambientalismo lucrativo
Soluções ambientais devem ser economicamente viáveis, caso contrário será difícil implantá-las. A viabilidade deve ser real e não sustentada em incentivos, subsídios, regulações etc. Um produto ambientalmente correto fará grande sucesso se também for bom, bonito e barato. Pode parecer que lucro e meio ambiente não se misturam, mas basta lembrar que os produtos mais eficientes, de menor consumo e preço baixo se impõem naturalmente sem precisar de incentivos artificiais.
VII – Descentralizado, espontâneo e libertário
Na natureza não existe planejamento central. As coisas acontecem de forma espontânea, seguindo o fluxo, cada ser cumprindo seu papel. É um exemplo a seguir pelos humanos que às vezes acham que vão salvar o planeta com canetaços em gabinetes de burocratas. A salvação não virá com geoengenharia, crédito social ou regras ditadas por iluminados.

Ambientalismo de megafone
Em oposição ao ambientalismo de resultados existe o ambientalismo de megafone. As principais características negativas dessa linha de pensamento estão colocadas a seguir:

- Pecado ambiental original. Parte-se do princípio que o ser humano já nasce com um pecado nas costas, o pecado de ter nascido. Para o ambientalista de megafone a natureza é pura e sua beleza virginal não pode ser tocada. Os humanos são externos à Natureza e, por existirem, a corrompem e destroem. A pureza original será restabelecida só no dia em que não houver mais humanos.
- Malthusianismo. Ecologistas de megafone são alarmistas e agem como Pedro da fábula que apitava o tempo todo para alertar a aldeia mesmo sem perigo iminente. As previsões desse soprador de apito sempre supõe o pior cenário e profetizam o apocalipse logo ali. Fazem previsões sombrias como Malthus que há duzentos anos previu a população mundial morrendo de fome.
- Eugenismo. Ecologista de passeata é obcecado por controle populacional. Todos os recursos devem ser usados para evitar que o povo se reproduza, especialmente os considerados inadequados para procriar. Há uma eugenia mal disfarçada nas suas intenções de controle populacional de pobres, ignorantes e não alinhados à visão iluminista. É um ambientalismo antinatalista.
- Estado salvador. Via de regra, o ecologista de rede social apostas todas as fichas no poder do Estado para vigiar e punir quem agride o meio ambiente. Essa visão estatista se combina com uma aversão à responsabilidade individual. Não há problema ambiental que não possa ser resolvido com um bom imposto, pensam eles.
- Ascetismo. O ambientalista radical está disposto a tudo pelo meio ambiente inclusive a práticas ascéticas como comer insetos ou trocar papel higiênico por palha de milho. Vale até ficar desnutrido pela mãe terra.
- Naturalismo. Apegado a uma ideia romântica e idílica de vida natural o ambientalista de megafone é nostálgico de um estilo de vida próximo da natureza indefinido e insustentável.
- Niilismo. Carente de propósito e de mal com a vida o objetivo do ecologista rabujento passa a ser a autodestruição da sociedade. Surge então o agente Smith da Matrix que considera os humanos um vírus a ser eliminado.

Ambientalismo de resultados
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