Lixo orgânico – o que é e como tratar

Durante muitos séculos, o lixo produzido pelo homem foi basicamente orgânico. Faz pouco tempo que a produção de lixo se ampliou e outros tipos de resíduos começaram a abarrotar as lixeiras. O plástico, por exemplo, só começou a ser produzido em escala industrial em meados do século XX. As estatísticas mostram que há uma relação entre o desenvolvimento econômico de um país e a porcentagem de lixo orgânico gerado por sua população.

Em países pobres, o lixo orgânico predomina nas lixeiras. Já em países ricos, a porcentagem do material orgânico na composição do lixo cai acentuadamente. Isso não significa que pessoas de alta renda geram menos lixo orgânico, mas que o resíduo orgânico passa a se juntar com plástico, papel, metal, etc. Em outras palavras, quanto maior a renda da população, maior a produção de lixo. Para piorar, esse lixo se torna mais complexo e prejudicial ao ambiente.

O que é lixo orgânico?

Para entender o que é lixo orgânico, vamos começar dando alguns exemplos. São orgânicos:

  • folhas de verduras,
  • cascas de frutas e legumes,
  • borra de café,
  • sacos de chá,
  • cascas de ovos,
  • restos de comida,
  • migalhas de pão,
  • guardanapos de papel usados,
  • folhas de árvores do quintal,
  • podas de jardim,
  • aparas de grama,
  • palhas de horta,
  • serragem de madeira não tratada,
  • papeis inviáveis para reciclagem (engorduradas),
  • varredura doméstica.

Lixo orgânico com restrições sanitárias:

  • papel higiênico usado,
  • dejetos de animais domésticos,
  • sobras de comida gordurosas,
  • sobras de comida proteicas (carne),
  • ossos,
  • pelos e penas de animais domésticos.

O lixo orgânico com risco sanitário merece atenção porque sua compostagem doméstica requer cuidados extras.

De forma geral, consideramos orgânicos os resíduos de origem vegetal ou animal que não são recicláveis, que são decompostos com facilidade pelos microrganismos do solo e que podem ser tratados por processos de decomposição como a compostagem.

Não é lixo orgânico

Alguns exemplos de lixo que não deve ser tratado como orgânico:

  • dejetos humanos,
  • madeira tratada com produtos químicos,
  • lixo hospitalar,
  • remédios vencidos,
  • óleo de cozinha.

Nos exemplos acima temos resíduos com algum tipo de risco. Devem ser destinados corretamente para a coleta pública.

Do ponto de vista da Química. Para os químicos, papel e plástico também são materiais orgânicos, mas não devem ir para o lixo orgânico porque são recicláveis, ou seja, podem ser transformados em novas embalagens de papel e plástico. Já, o lixo orgânico não pode ser convertido em seus materiais originais. Mesmo assim, tem valor econômico. Pela compostagem, ele pode ser transformado em adubo orgânico. Em aterros sanitários, a decomposição do lixo orgânico gera gás metano que pode ser canalizado e usado como fonte de energia.

E a cinza? A cinza que vem do fogão a lenha, da lareira ou da churrasqueira é um resíduo inorgânico, mas rico em nutrientes para as plantas. O uso da cinza no adubo depende do solo onde será aplicada. Como a cinza eleva o pH do solo é recomendada para solos ácidos e não indicada para solos alcalinos. A cinza não deve ser adicionada ao lixo orgânico durante a compostagem.

Compostagem

Em uma floresta, os resíduos sólidos da atividade biológica acabam no chão. As folhas secas caem, os animais defecam, carcaças de animais ficam no solo depois de devoradas pelos predadores e restos de frutas são jogadas pelos animais de passagem. Para tratar esses resíduos sólidos, a natureza recorre aos microrganismos decompositores que vivem no solo. Eles trabalham em silêncio e transformam os resíduos em húmus, uma substância escura, úmida e estabilizada que melhora a qualidade do solo, deixando-o propício à perpetuação da vida.

A compostagem nada mais é do que uma decomposição por microrganismos acelerada artificialmente e que transforma os resíduos orgânicos em composto, uma substância estabilizada com propriedades que permitem usá-la como adubo. Para acelerar o processo de decomposição da matéria orgânica, o homem pode lançar mão de recursos como controlar a temperatura, a umidade, a acidez e a aeração dos resíduos. O resto fica por conta dos organismos decompositores. Um processo que pode levar meses em condições desfavoráveis, se realiza em alguns dias em ambiente controlado.

Compostagem industrial. A compostagem em grande escala costuma ser realizada pelo poder público. As usinas de compostagem ainda são raras no Brasil, mas há países como os EUA onde a maior parte do lixo orgânico já passa por compostagem em usinas. O adubo orgânico gerado nelas é empregado na agricultura com vantagens econômicas em relação ao adubo químico.

Compostagem doméstica. Quem mora em casa ou dispõe de um espaço adequado pode fazer a compostagem doméstica. Dessa forma, os resíduos orgânicos são compostados perto de onde são gerados e viram adubo para jardim e quintal. A compostagem doméstica é fácil de fazer e não requer muitos cuidados.

Risco sanitário. A compostagem doméstica de lixo orgânico com risco sanitário deve ser evitada ou feita com os devidos cuidados. Resíduos como papéis higiênicos usados ou dejetos de animais domésticos podem transmitir doenças. Esse tipo de compostagem exige cuidado para evitar que o composto seja revirado por cães, gambás, moscas etc.

Três métodos de compostagem doméstica

Veja três maneiras de fazer compostagem doméstica.

Compostagem externa em pilha

Esse método é indicado para quem tem um espaço no quintal e volume reduzido de material orgânico. Basicamente, a ideia é fazer uma pilha de composto com cerca de um metro de altura. O lixo orgânico deve ser depositado em camadas alterando com restos de jardinagem.

Dessa forma, temos a combinação ideal de elementos químicos para a compostagem. É só deixar os microrganismos trabalharem lentamente. Ocasionalmente, você pode revolver a pilha com um garfo de jardim para areja-la e umedecê-la com água de reuso. Uma vez por semestre ou por ano recolha o adubo formado no fundo da pilha.

Compostagem externa acelerada

Método indicado para quem tem espaço externo disponível e volume maior de lixo orgânico. Nesse caso, devem ser construídos containers de madeira gradeada com cerca de um metro de altura. Fica fácil de arejar o material e molha-lo. Alterne o lixo orgânico com sobras de jardinagem. O processo é mais acelerado.

Compostagem interna com composteira

É possível comprar composteiras fechadas no mercado. Elas consistem basicamente de reservatórios empilhados onde se armazena o composto. O recipiente inferior recolhe o líquido gerado (chorume). Os recipientes superiores são furados na base para permitir a drenagem e a movimentação dos organismos decompositores. O chorume pode ser usado como adubo para regar canteiros. Os recipientes devem ser movimentados deixando o composto mais maduro na parte de baixo e adicionando o material orgânico novo no recipiente superior.

Minhocas. Você pode colocar minhocas na composteira para acelerar o processo de decomposição dos resíduos.

Resíduos

Minimalismo raiz x minimalismo Nutella

18 pensou em “Lixo orgânico – o que é e como tratar

  1. eu amo a natureza mas eu acho que ela esta sendo judeada muito, tem certas pessoas que jogam,papel no lixo de vidro,vidro no metal então vamos cuidar da natureza vamos jogar lixo no lixo,papel no papel,plástico no plástico,vidro no vidro,metal no metal,organico no organico. Cuidem bem da natureza. assi:camila.

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