Tira-teima: RAW x JPEG

Fotografar em RAW ou JPEG? Essa pergunta só faz sentido se você tem uma câmera que oferece as duas opções de arquivo de imagem. Geralmente, essas máquinas são mais sofisticadas e, por consequência, mais caras. Se você é um feliz proprietário desse tipo de equipamento já deve ter refletido sobre o melhor formato de arquivo para guardar suas belas fotos. Eu já fotografei em JPEG e atualmente uso RAW, mas confesso que até hoje não estou plenamente convencido da superioridade do formato RAW e, por isso, resolvi fazer um teste pessoal para comparar os dois formatos.

Assista ao vídeo e acompanhe o comparativo.

No meu teste fotografei a mesma cena primeiro em RAW e depois em JPEG em duas variações.  A cena era externa sob luz solar direta.

Fotos originais

Foto 1. RAW 6000 x 4000 pixels.
28,1 MB.

raw-jpeg-1

Foto 2. JPEG 6000 x 4000 pixels.
Qualidade alta, 11,4 MB.
Equilíbrio de branco: luz do sol direta.
Perfil de câmera: padrão.

raw-jpeg-2

Foto 3. JPEG 6000 x 4000 pixels.
Qualidade alta, 11,4 MB.
Equilíbrio de branco: sombra.
Perfil de câmera: padrão.

raw-jpeg-3

Primeiras impressões

  • Como esperado, o formato RAW é um devorador de bits. A foto em RAW ocupa 28,1 MB contra 11,4 MB das fotos JPEG em qualidade e resolução máxima.
  • Como esperado, a foto RAW sem tratamento é a mais desanimada. Nas fotos JPEG ocorre um pré tratamento na própria câmera que adiciona presença às fotos.
  • O resultado em JPEG varia bastante dependendo dos ajustes feitos. Na foto 3 errei propositalmente o equilíbrio de branco e isso causou uma distorção indesejada nas cores.

Tratamento no Lightroom

Tratei as imagens no Lightroom buscando um resultado natural com cores fieis à cena que fotografei. Procurei usar os mesmos ajustes em todas as fotos. Segue o resultado:

Foto 1

nd7_3326

Foto 2

nd7_3322

Foto 3

nd7_3324

Considerações após o tratamento

  • Minha curiosidade maior era o comparativo entre uma foto RAW e uma JPEG bem tirada. Percebi que, nesse caso, as fotos ficam próximas entre si, mas as cores da foto RAW resultam um pouco mais profundas sob as mesmas condições de edição.
  • Quando você erra o balanço de branco na foto JPEG as cores ficam comprometidas. Não consegui ajustar as cores na edição.
  • É mais difícil voltar atrás depois de adotar um perfil de câmera específico.

E afinal, RAW ou JPEG?

Acredito que em condições de iluminação difíceis com fontes luminosas mistas o risco de usar JPEG é alto, pois o equilíbrio de branco na edição fica limitado. Se o fotógrafo tem pouco tempo para fazer os ajustes, fotografar em JPEG também pode ser um problema. Fotografar em RAW te dispensa de pensar em equilíbrio de branco e perfil de câmera. Uma foto em JPEG bem tirada, fica próxima do resultado que se obtém em RAW e reduz o trabalho de edição. Tudo depende, porém, do tipo de edição que você faz nas fotos, mas convenhamos, diferenças sutis não justificariam o uso do RAW na maioria dos casos, pois a foto passa por vários caminhos que distorcem os detalhes até chegar no olho do usuário final. Até aqui falamos apenas da qualidade final da foto. É claro que uma análise completa envolve outros aspectos: RAW consome memória e dá mais trabalho de edição em programas mais sofisticados. Na dúvida, continuarei usando RAW para não correr riscos, até porque converter RAW para JPEG é fácil, mas o contrário é impossível.

Autor: Radamés

Engenheiro curitibano pela UFPR, professor e produtor de conteúdos e ferramentas educacionais para a Internet.

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