The dirty dozen
Direção de Robert Aldrich
1967 : EUA : 145 min
Com Lee Marvin (Major Reisman),
Ernest Bornigne (General Worden),
Charles Bronson (Wladislaw),
John Cassavets (Franko),
Telly Savalas (Margott),
Donald Sutherland (Pinkley),
Jim Brown (Jefferson),
Clint Walker (Posey) e
Robert Ryan (Coronel Breed)
Canalhas, delinquentes, indisciplinados, perigosos. Pode imaginar os piores adjetivos para qualificar esses doze condenados, só que eles são os heróis do filme. Chefiados por um major durão, boca dura e indisciplinado, eles têm a missão de invadir um castelo na França onde oficiais nazistas de alta patente se divertem durante o período em que estão licenciados do front. A ideia é chegar lá, abater o maior número possível de nazistas e dar no pé.
A outra opção é ficar na cadeia e cumprir as pesadas penas a que cada um foi condenado. Os especialistas em questões militares devem passar horas discutindo a legitimidade de operações de extermínio como a que coube aos doze condenados, mas a guerra é uma coisa suja, não é mesmo? E como o nome do filme sugere, trata-se de uma dúzia de imundos.
Questionamentos éticos não são o forte desses caras. Vou mais além: é um filme sujo para espectadores sujos. Tudo bem, eu adoro o filme e não estou sozinho nessa, afinal todos nós temos um lado negro e carregamos manchas na biografia. Mesmo assim, queremos redenção.
O filme é sobre caras indisciplinados, no entanto, o enredo segue uma disciplina militar. As coisas acontecem cada uma no seu lugar. A cena inicial do enforcamento desarma o espectador e o coloca irreversivelmente do lado dos condenados. Em seguida, o major recebe a missão, temos o recrutamento dos voluntários forçados, o treinamento, a prova qualificatória, a formatura em grande estilo, o embarque e, enfim, a missão. Um roteiro que remete às velhas fábulas épicas e que funciona como um relógio suíço.
Em filmes sobre grupos de camaradas, geralmente, cada personagem tem características de personalidade bem definidas e contrastantes com os demais. The dirty Dozen não foge à regra. Como são doze os condenados, o diretor Robert Aldrich decidiu dar mais destaque a alguns dos condenados. Assim, o filme ganhou densidade, ao se concentrar em um número menor de personagens.
Franko (John Kassavets) é o agitador nato. Sua rebeldia faz dele o porta voz do grupo. Só que ele ainda não tem muito domínio sobre seu potencial de liderança e acaba sendo neutralizado pelo major durão. Wladislaw (Charles Bronson) é o pragmático frio e calculista que odeia qualquer hierarquia e só adere ao grupo se isso for um mal necessário para os seu interesse pessoal. Margott (Telly Savalas) é o fundamentalista religioso, um psicótico que odeia mulheres e desde o início se torna o maior perigo para a segurança do grupo. O brutamontes Posey (Clint Walker) é o bronco que não tem domínio sobre sua força nem sobre suas emoções. Jefferson (Jim Brown) é o negro revoltado com o racismo que o cerca e que acha que aquela guerra não é dele. Pinkley (Donald Sutherland) é o tongo que busca a todo custo se integrar ao grupo e ser reconhecido como alguém de valor.
Observe os doze condenados com atenção. Lá estão representados muitos grupos da sociedade: o militante político, o fundamentalista religioso, o negro revoltado com a sociedade racista, o hispânico, o índio, enfim, tipos vistos como escória da sociedade por uma minoria auto intitulada normal. Mas o que é maioria senão um agrupamento de minorias? Vale lembrar que o filme foi lançado em 1967, época em que florescia a contra cultura e a luta pelos direitos civis das minorias.
Não resta dúvida que The dirty dozen é um entretenimento de primeira. O humor se alterna com aventura e tensão do começo ao fim. A invasão do castelo é um primor do cinema de ação. Mas seria ingênuo dizer que esse filme se reduz ao entretenimento escapista. Usando os óculos corretos, veremos que há nele um entendimento profundo da psicologia do espectador e, por que não dizer, um questionamento sobre o bem e o mal, hierarquia e anarquia, pureza e imundície, condenação e redenção.
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