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Crítica | Um ato de liberdade

O êxodo

Defiance
Direção de Edward Zwick
2008 : EUA : 137 min
Com Daniel Craig (Tuvia) e
Lev Schreiber (Zus)

Quando Moisés liderou seu povo na fuga do Egito em busca da Terra Prometida foi preciso cruzar o Mar Vermelho. Segundo a Bíblia, a travessia só foi possível graças à intervenção divina. Guardadas as proporções, Um ato de liberdade é uma história de superação, um verdadeiro Êxodo nos confins da Bielorrússia. Baseado em fatos reais, o filme nos conta a história dos irmãos judeus Bielski que lutaram contra os nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

Quase toda a família Bielski desapareceu no extermínio de judeus comandado pela SS durante a invasão da União Soviética. Para fugir da morte os irmãos se esconderam na floresta, mas não contavam que outros fugitivos viriam se juntar ao grupo. Com o tempo, forma-se uma comunidade de sobreviventes que terá que passar por provações de todo tipo: fome, frio, doença e perseguição.

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Crítica | A queda – as últimas horas de Hitler

Alemães ajustam contas com o passado

Der Untergang
Direção de Oliver Hirschbiegel
2004 : Alemanha : 156 min
Site oficial: www.downfallthefilm.com
Com Bruno Ganz (Adolf Hitler),
Alexandra Maria Lara (Traudl Junge) e
Corinna Harfouch (Magda Goebbels)

O risco era alto: Um filme alemão sobre o fim do Terceiro Reich. Bastava errar a mão e os idealizadores seriam acusados de desrespeitar a memória dos milhões de mortos da Segunda Guerra. Mas o filme deu certo e, com equilíbrio e sensibilidade, ajudou os alemães a acertarem contas com seu passado.

Hitler visto de perto

Algumas pessoas ficaram incomodadas por verem um Hitler humano. Realmente, a atuação de Bruno Ganz nos coloca diante de um Hitler perturbado, que delira comandando tropas imaginárias, que não sente compaixão pelo destino dos alemães, mas que reserva algumas palavras ternas para colaboradores próximos. Não vejo como poderia ser diferente. Em um filme denso não se tem escolha senão mostrar o personagem principal como ser humano, mesmo que o ser humano em questão seja Adolf Hitler.

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Crítica | Underground – mentiras de guerra

O bom e o mau comunista

Underground
Direção de Emir Kusturica
1995 : França/Iugoslávia :  194 min
Com Miki Manoljovic (Marko),
Lasar Rostowski (Crni) e
Mirjana Jokovki (Natalija).

A capa do DVD de Underground nos mostra uma imagem de extraordinária força: uma bela loira dança excitada em volta do canhão de um tanque de guerra. O poder das armas seduz e corrompe. Esta é apenas uma das muitas metáforas de Underground, filme que conta através do realismo fantástico a trajetória da antiga Iugoslávia, desde o período da invasão nazista na II Guerra Mundial até o seu esfacelamento no final do século XX.

História da Iugoslávia

Underground começa e termina em festa e no meio da farra acontecem as desgraças. Os personagens parecem conformados com essa promiscuidade entre alegria e tragédia e preferem se concentrar na festa do que dar atenção à tragédia. Emir Kusturica é ousado e abusado. Em dois momentos do filme o povo dos Bálcãs é representado por animais. Isso mesmo.

Na cena inicial que se passa no zoológico de Belgrado, os animais vivem em um mundo tranquilo, apesar das grades. São bem cuidados pelo tratador gago, mas de repente e do nada surgem aviões no ar que começam a despejar bombas na cabeça de todos. Alguns morrem no bombardeio, outros escapam de suas jaulas e saem vagando sem rumo pela cidade devastada. No final do filme, uma boiada surge nadando no meio do lago em busca de terra firme. Encontram abrigo em uma minúscula ilha que acaba de se desprender do continente. São os refugiados de uma guerra insana em um país que se fragmenta.

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Crítica | Os doze condenados

Treze párias em busca de redenção

The dirty dozen
Direção de Robert Aldrich
1967 : EUA :  145 min
Com Lee Marvin (Major Reisman),
Ernest Bornigne (General Worden),
Charles Bronson (Wladislaw),
John Cassavets (Franko),
Telly Savalas (Margott),
Donald Sutherland (Pinkley),
Jim Brown (Jefferson),
Clint Walker (Posey) e
Robert Ryan (Coronel Breed)

Canalhas, delinquentes, indisciplinados, perigosos. Pode imaginar os piores adjetivos para qualificar esses doze condenados, só que eles são os heróis do filme. Chefiados por um major durão, boca dura e indisciplinado, eles têm a missão de invadir um castelo na França onde oficiais nazistas de alta patente se divertem durante o período em que estão licenciados do front. A ideia é chegar lá, abater o maior número possível de nazistas e dar no pé. 

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