Adaptation Direção de Spike Jonze EUA : 2002 : 114 min Com Nicolas Cage (Kaufman), Meryl Streep (Susan) e Chris Cooper (John Laroche)
Adaptação é um meta filme, quer dizer, é um filme que fala sobre a arte de criar filmes. Eu não sabia desse detalhe antes de assisti-lo e confesso que, se soubesse, talvez desistisse de vê-o. Ainda bem que não desisti. Confesso que tenho certo preconceito contra obras de arte que falam sobre o processo de produção do artista, mas vamos admitir a hipótese que autores também são seres humanos e que os dramas enfrentados por eles têm algum resquício de universalidade.
Meta filme
Adaptação é a história de um roteirista incumbido da missão de adaptar um livro para o cinema. Além disso, o filme trata de adaptação em outros sentidos: a adaptação darwinista pela sobrevivência e a do roteiro que se adapta às reviravoltas que acontecem na cabeça do roteirista.
It happened one night Direção de Frank Capra 1934 : EUA : 100 min : branco e preto Com Clark Gable (Peter Warren) e Claudette Colbert (Ellie Andrews)
Há dois tipos de opostos: os que se repelem e os que se atraem. Nessa comédia romântica eterna, no início pensamos que se trata de um caso de ódio à primeira vista, mas o filme vai passando e os astros que comandam o destino giram em suas órbitas.
Marty Direção de Delbert Man 1955 : EUA : 91 min : branco e preto Com Ernest Borgnine (Marty Piletti), Batsy Blair (Clara Snyder) e Esther Minciotti (Sra. Piletti)
Provinciano? Sim, é um filme sobre pessoas simples de ideais simples, provincianas enfim. Resta saber se a mensagem do filme é provinciana também. Pode ser, mas talvez aí esteja a sua força, afinal é impossível não torcer pelo simpático gorducho.
Quase toda boa história começa com uma situação inverossímil. Marty é um solteirão de 34 anos, mas não por opção. Ele sempre quis constituir família, porém não consegue e aí está o problema. Ele é simpático, boa praça, responsável e respeita as pessoas. Não dá para crer que com esse elenco de qualidades ainda não tenha arrumado uma esposa.
Busca dos valores genuínos
Marty acredita que o problema é com ele e que não consegue noiva porque é tímido, desajeitado e feio e daí vem o tema do filme: o dilema de se deixar levar pela superficialidade do grupo ou seguir o que o próprio julgamento manda. Marty sabe no seu íntimo quais são as qualidades indispensáveis a quem quer se casar. Os seus amigos, no entanto, preferem a farra, as moças bonitas e fáceis e acreditam que sair com moças feias compromete a imagem do sujeito.
A história do filme cobre pouco mais do que 24 horas na vida do açougueiro Marty. Para contá-la bastariam umas duas ou três linhas, porque a história é muito simples. Trata-se do encontro de Marty com Clara, uma professora de Química, que também busca um companheiro e que enfrenta as mesmas dificuldades do nosso herói. Ela também é tímida, desajeitada e sem encantos físicos. Infelizmente, para os dois pombinhos, as pessoas que cercam Marty parecem estar unidas no propósito maligno de melar a relação dos dois. Marty, porém, sabe o que quer e mesmo balançando diante das pressões toma o caminho que sua consciência e seu coração mandam.
The devil wears Prada Direção de David Frankel 2006 : EUA : 109 min Com Meryl Streep (Miranda Priestly), Anne Hathaway (Andy Sachs) e Stanley Tucci (Nigel) Site oficial: www.devilwearspradamovie.com
O diabo tem suas armas para atrais as almas: sofisticação, glamour, poder e grifes caríssimas. Andy (Anne Hathaway), nossa heroína, terá que lutar muito contra o assédio das forças do mal. Ela é uma jovem recém-formada em jornalismo buscando seu lugar no mundo profissional. Eficiência e dedicação não lhe faltam, mas essas qualidades acabam sendo úteis aos interesses do Mal.
Crítica ao workaholic
O diabo, ou melhor: a diaba, nesse caso é a lendária executiva do jornalismo de moda Miranda Priestly. Essa diaba (Meryl Streep) nunca desce do salto e cumpre à risca o seu papel na sociedade. É uma executiva ultra eficiente e visionária que dá as cartas no iniciático universo da alta moda. Bem, esse é o lado light de sua figura. Completam o perfil da diva o mau humor 24 por 7, o perfeccionismo a qualquer preço e a convicção de que todos a sua volta estão em um nível ínfimo de competência e relevância.
Andy consegue o emprego de segunda assistente de Miranda em parte pelo acaso, mas principalmente por ser diferente das jovens que ocuparam o cargo anteriormente. Na editora de Miranda todos repetem o mesmo mantra: “Um milhão de garotas dariam a vida pela sua vaga, minha cara Andy.” Andy, porém, sequer sabia quem era a poderosa Melissa antes de chegar para a entrevista. Depois de conquistar a vaga,
Andy, que sonha trabalhar no jornalismo ‘sério’, inicia um processo de rápida transformação. Ela começa a entender de moda, a ficar mais sofisticada e graças às cobranças desumanas da chefe rapidamente se transforma em uma máquina de trabalhar. Uma transformação para o bem ou para o mal?
Esse é um filme sobre o universo do trabalho. Além de ser uma comédia deliciosa, podemos refletir sobre os limites da servidão aos interesses da carreira. Para ser reconhecido e chegar ao topo há um preço alto a pagar. Talvez seja preciso puxar o tapete de alguns concorrentes ou deixar o namorado esperando.
Mercado da mega hiper competência
Em sua busca pela mega hiper competência Andy se transforma. A sua vida simples começa a se perder no passado, os velhos amigos vão se afastando. Evolução ou corrupção? Uma hora Andy terá que decidir o que deseja para si. Levar a sério a futilidade da alta moda? Futilidade? Mas como se é um negócio que movimenta milhões? E o que seria o trabalho ‘sério’ que Andy cultua?
No fundo, Andy projeta na chefe sua imagem amanhã e Miranda vê na assistente a si mesma ontem. Talvez Miranda tenha escolhido Andy por causa de um desejo secreto: o de fazer com que pessoas normais e inteligentes respeitem o mundo fashion, tido por muitos como frívolo e afetado. Um filme para rir dos chefes carrascos. Miranda é o retrato escarrado de alguns que estão por aí infernizando a vida dos seus funcionários. Tudo em nome da eficiência pós-moderna, claro.
Marcante
Os mortíferos olhares de desprezo de Miranda. Capazes de reduzir qualquer um ao pó da insignificância.
Miranda, personagem inesquecível graças à atuação de Meryl Streep que é ótima quando é má. A personagem se torna ainda mais divertida quando lembramos que foi inspirado em Anna Wintour, editora chefe da revista Vogue de Nova York.
Seven brides for seven brothers Direção de Stanley Donen 1954 : EUA : 102 min Com Betty Carr e Howard Keel. Música de Gene de Paul e Saul Chaplin Coreografia de Michael Kidd
Em uma cabana nas montanhas do Oregon, nos tempos da colonização, sete irmãos solteiros levam uma vida simples e rude. Um belo dia, o irmão mais velho se casa e traz a mulher para morar no rancho da família. Isso põe em movimento os motores vitais dos outros seis irmãos que também decidem casar. Para tanto, contam com o auxílio da cunhada que tenta lhes ensinar boas maneiras.