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Crítica | A rede social

O antissocial que se deu bem

The social network
Direção de David Fincher
2010 : EUA : 121 min
Com Jesse Eisenber (Mark),
Justin Timberlake (Sean) e
Roomey Mara (Eduardo).

Quando fiquei sabendo que A rede social contava a história da fundação do Facebook recuei um passo. Vale a pena assistir um filme sobre a ascensão fulminante de uma empresa de tecnologia? O que há de interessante na biografia de um nerd de Harvard que justifique uma película de duas horas?

A ascensão do nerd

Bem, o nerd tornou-se bilionário antes de completar trinta anos de idade. Gênio, dirão alguns; estava no lugar certo na hora certa dirão outros. Excêntrico, criativo, insensível, obstinado, arrogante, visionário; os adjetivos aplicáveis ao personagem principal vão de um extremo a outro na escala que começa no elogio e termina no xingamento. A rede social é um drama psicológico que trata de formação, ética, caráter ou da falta disso tudo, se preferirem e, por isso, é um filme que vale a pena.

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Crítica | A culpa é do Fidel

Educação prafrentex

La Faute à Fidel
Direção de Julie Gavras
França : 2006 : 99 min
Com Nina Kervel-Bay (Anna),
Julie Depardieu (Marie) e
Stefano Acccorsi (Fernando)

Embora o filme mostre vários “comunistas barbudos comedores de criancinhas” e alguns “ricaços porcos imperialistas” prefiro vê-lo como uma obra sobre educação e não sobre política. Exemplos sobre o que não fazer ao educar os filhos são abundantes no filme e acredito que devia ser exibido em todos os cursos de pedagogia como case de dificuldades educacionais. Além disso, o filme traça um perfil divertido de esquerdistas e direitistas que se assemelham entre si em muitos aspectos e competem no quesito fundamentalismo tacanho.

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Crítica | O segredo de seus olhos

O amor, como a justiça, tarda mas não falha

El secreto de sus ojos
Direção de Juan José Campanella
2009 : Argentina : 127 min
Com Ricardo Darin (Esposito) e
Soledad Villamil (Irene)

Esposito é um investigador aposentado da justiça argentina que resolve passar a sua vida a limpo escrevendo um romance policial. O livro trata de um crime ocorrido em 1974 investigado pelo próprio Esposito e que gerou desdobramentos profundos na sua vida. Seria um balanço autobiográfico? Mais que isso: durante a pesquisa para a escrita do romance novos fatos vem à tona e se incorporam à história.

O romance e a realidade se fundem, um influenciando a outra. Na verdade, Esposito não tem pretensões literárias. A escrita do romance funciona como uma tentativa da auto preservação, como uma forma de evitar que o passado lentamente se perca na memória, deixando que injustiças se dissolvam impunes e que a amargura substitua os sonhos não realizados.

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Crítica | Um ato de liberdade

O êxodo

Defiance
Direção de Edward Zwick
2008 : EUA : 137 min
Com Daniel Craig (Tuvia) e
Lev Schreiber (Zus)

Quando Moisés liderou seu povo na fuga do Egito em busca da Terra Prometida foi preciso cruzar o Mar Vermelho. Segundo a Bíblia, a travessia só foi possível graças à intervenção divina. Guardadas as proporções, Um ato de liberdade é uma história de superação, um verdadeiro Êxodo nos confins da Bielorrússia. Baseado em fatos reais, o filme nos conta a história dos irmãos judeus Bielski que lutaram contra os nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

Quase toda a família Bielski desapareceu no extermínio de judeus comandado pela SS durante a invasão da União Soviética. Para fugir da morte os irmãos se esconderam na floresta, mas não contavam que outros fugitivos viriam se juntar ao grupo. Com o tempo, forma-se uma comunidade de sobreviventes que terá que passar por provações de todo tipo: fome, frio, doença e perseguição.

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Crítica | 12 homens e uma sentença

A justiça em julgamento

Twelve angry men
Direção de Sidney Lumet
1957 : EUA : 96 min : preto e branco
Com Henry Fonda (jurado nº 8),
Lee J. Cobb (jurado nº 3) e
Ed Begley (jurado nº 10).

Em filmes sobre julgamentos em tribunal, geralmente, o espectador sabe de antemão se o réu é inocente ou culpado. A questão se resume em torcer pelo surgimento das provas para que se faça justiça. Em Doze homens, o problema é outro. O réu já passou por julgamento, as provas já foram apresentadas e cabe ao júri dar o veredicto.

Justiça imperfeita

Nesse filme sem mulheres; como o nome sugere são doze homens em cena; aparentemente o caso está liquidado. Os doze jurados, que não se conhecem, entram na sala do júri em um final de dia muito quente, o que será um ingrediente a mais para aumentar a tensão entre eles, e só podem sair de lá com um veredicto unânime. Caso o resultado seja guilty, a pena para o réu será a cadeira elétrica.

Todos pensam que será uma decisão rápida porque as provas contra o réu parecem bem contundentes. Começa a votação e o resultado é onze a um pela condenação. Apenas o jurado número 8 (Henry Fonda) discorda do grupo. Nesse momento se ata o nó da ação.

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