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Dualidades do discurso

Algumas características do discurso são determinadas por dualidades como  as apresentadas na sequência.

O discurso oral e o escrito

O discurso oral e o escrito têm particularidades que os fazem diferir. Vejamos algumas características inerentes a um e outro.

No discurso oral não existe a possibilidade do retorno do discurso, exceto se o receptor pedir ao emissor que o faça, o que não é possível em discursos sem retorno. Contrariamente, no discurso escrito o leitor pode retornar a uma parte do texto que não tenha compreendido. Este fato geralmente faz com que os profissionais da palavra, como os que atuam no telejornalismo coloquem nos discursos orais uma taxa maior de redundância que a usada no escrito, para suprimir as deficiências de assimilação do receptor.

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Retórica da oratória

Oratória é a arte do discurso público em tempo real. No discurso oratório é marcante a característica performática. Não basta que ele tenha sido bem planejado, bem redigido, tem de ser bem emitido.

O orador tem de zelar pela sua aparência, pois o ouvinte pode fazer uma transferência icônica a partir da aparência do orador para o conteúdo do discurso. A imagem do orador deve despertar na plateia a impressão por ele premeditada. Para isso, o orador precisa conhecer as expectativas de sua plateia e se beneficiar disso. Esta regra, de moralidade duvidosa, faz a oratória, em certos casos, parecer uma arte de dissimulação.

Retórica
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O mito do discurso básico

Existe o mito de um discurso básico, de referência, do grau zero da escritura, de um modo normal de discursar, de um jeito natural, da linguagem essencialmente não-literária, de um discurso inespecífico, sem estilo, sem Retórica, primário.

Inespecífica é a linguagem, massa plástica informe e potencial, que dentro de certas balizas se amolda aos objetivos a que se destina. Já o discurso, é a particularização, a atualização de uma potencialidade.

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