Fonema

O fonema é a unidade formal inferior da Fonética. Usamos fonemas com naturalidade em nossa comunicação, mas é difícil dizer em que medida os falantes têm uma consciência natural deles. O que se pode dizer é que essa consciência se firma principalmente durante a alfabetização em sistemas fonológicos de escrita. É durante a aquisição da escrita que nos aproximamos dos fonemas.

Como nos sistemas fonológicos o grafema geralmente corresponde a um fonema, o falante alfabetizado passa a distinguir com clareza essas unidades mínimas da fala. A consciência dos fonemas requer, portanto, aprendizado cultural. A história da escrita nos mostra o longo e árduo caminho percorrido até se chegar a sistemas consistentes de escrita fonológica. Isso nos dá uma ideia do esforço envolvido no processo de compreensão do fonema.

Fonema é o módulo abstrato mínimo da fala em nível de significante. É o átomo de construção do significante do discurso.

Fonética
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Os sentidos da palavra sentido

O estudo do sentido em Linguística tem uma dimensão filosófica, mas no momento o que vai nos ocupar é a distinção entre alguns tipos relevantes de sentido.

Sentidos próprio e figurado

Comumente afirma-se que certas ocorrências de discurso têm sentido próprio e sentido figurado. Geralmente os exemplos de tais ocorrências são metáforas. Assim, em ‘Maria é uma flor’ diz-se que ‘flor’ tem um sentido próprio e um sentido figurado. O sentido próprio é o mesmo do enunciado: ‘parte do vegetal que gera a semente’. O sentido figurado é o mesmo de ‘Maria, mulher bela, etc.’ O sentido próprio, na acepção tradicional não é próprio ao contexto, mas ao termo.

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Níveis de análise linguística

A Linguística analisa o discurso decompondo-o em constituintes, mas faz isso a partir de mais de uma perspectiva. A linguística opera em níveis de análise que formam um modelo de camadas concêntricas. Vamos entender como se dá a análise linguística através de um exercício, tomando para exemplo o primeiro parágrafo do livro Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.

Gramática
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Variante culta

A variante culta, também chamada de norma culta ou norma padrão, é a variedade linguística de caráter oficial para nosso idioma. É a variante recomendada para os contextos formais, estudada na escola, amplamente descrita e abonada pelos gramáticos normativos. Seu status é diferenciado em relação a outras variantes. Tem prestígio e tutores, tanto que é a única variante protegida por lei.

Gramática
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Variantes linguísticas

A língua é um meio de expressão onipresente na sociedade usado nos mais variados contextos da vida social. Esse uso intensivo gera uma tendência natural à diversidade. Seria ingênuo esperar que a língua fosse homogênea, afinal seu uso não é homogêneo. Ela permeia toda a vida social e, em função disso, apresenta variantes linguísticas que se manifestam e se desenvolvem em diferentes contextos de uso.

Seria um exagero afirmar que existem línguas dentro de uma língua porque as variações do idioma gravitam em torno de um núcleo comum. Podemos fazer uma comparação livre entre a língua e as espécies biológicas. Em uma espécie biológica sempre encontramos variedade. Por vezes, os indivíduos da espécie podem ser agrupados pela semelhança em conjuntos chamados de raças. Embora as raças contrastem entre si em muitos aspectos, pertencem a uma mesma espécie e o cruzamento entre indivíduos de raças diferentes gera descendentes férteis.

Com a língua ocorre algo similar. As variantes linguísticas contrastam entre si, mas como pertencem a um núcleo comum os falantes se entendem mesmo quando falam entre si misturando variedades diferentes da língua.

Gramática
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