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Metaplasmo – figura de linguagem

Genericamente, um metaplasmo é uma alteração intencional do código, é exercício de criatividade sobre a língua. Os metaplasmos são praticados nos diversos níveis linguísticos: gráfico, ortográfico, fonológico, gramatical.

Nosso  interesse está voltado para o uso retórico dos  metaplasmos, mas uma parte deles se difunde pelo uso e acaba levando à alterações diacrônicas do idioma.  Além disso, existe uma relação estreita entre a criação de  metaplasmos para uso retórico e a criação de léxico e gramática.

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Metonímia – figura de linguagem

Como acontece com a metáfora, a leitura imediata de uma metonímia nos revela uma impertinência. O leitor tentará resolvê-la usando um algoritmo próprio para metonímias. Os elementos desse algoritmo são:

  • substituto
  • substituído
  • relação de contiguidade
  • decifração

Decifrar a metonímia consiste em chegar ao termo substituído, ou seja, ao referente que atende à dupla condição de ocupar a posição do substituto e manter com este uma relação de contiguidade. A decifração depende do contexto e deve ser pertinente a ele.

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Oxímoro – figura de linguagem

Oxímoro é o enunciado contraditório à primeira vista, ou seja, faz-se a conjunção de duas proposições das quais uma é a negação ou implica na negação da outra.

O que diferencia o oxímoro da contradição propriamente dita é a intencionalidade do oxímoro, a proximidade dos termos contraditórios, a visibilidade flagrante e a admissibilidade de uma decifração.

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Figuras de linguagem pouco conhecidas

Vamos abordar aqui alguns recursos retóricos que não foram tratados individualmente.

Balizas

Balizas do discurso são frases que parafraseiam as funções de diversos recursos de Retórica. Alguns exemplos:

  • Sinalização de ênfaseÉ bom frisar …, Ressalto que …
  • Indicação de ordemPrimeiramente …, Por fim …
  • Índice de segmentaçãoVamos à outra parte …
  • Indicar entoaçãoPausadamente …, Gritado ….
  • Indicar foco: Os verbos discendi são exemplo: Disse ele …

Silepse

Numa leitura imediata, a silepse é uma anomalia de concordância. Uma ou mais flexões da frase discordam do termo sintaticamente ligado. Via de regra, a concordância se dá com um termo hipotético, implícito, mas previsível, que poderia substituir com pertinência o termo discordante. A substituição não causaria prejuízo à mensagem.

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O mito do discurso básico

Existe o mito de um discurso básico, de referência, do grau zero da escritura, de um modo normal de discursar, de um jeito natural, da linguagem essencialmente não-literária, de um discurso inespecífico, sem estilo, sem Retórica, primário.

Inespecífica é a linguagem, massa plástica informe e potencial, que dentro de certas balizas se amolda aos objetivos a que se destina. Já o discurso, é a particularização, a atualização de uma potencialidade.

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