A repetição como recurso de Retórica é praticada em diversos níveis: fonológico, gramatical, gráfico, etc. Há três casos de repetição:
- Repetição de formas de mesma função, ocorrências redundantes.
- Repetição de funções sob diferentes formas, igualmente redundantes.
- Repetição de formas com diferentes funções. Não há redundância. Um exemplo: ‘Come para viver ou vive para comer?’
A repetição é praticada por razões diversas, às vezes sobrepostas, tais como:
- Icônica. Neste caso pratica-se para sugerir obsessão, tipicidade, monotonia, etc.
- Trocadilho. Para gerar algum tipo de trocadilho.
- Rima. Para criar rima, ritmo.
- Remissão. Para retomar um conceito provisoriamente inconcluso ou não desenvolvido por razões didáticas. Exemplo: Há três razões: A, B e C. A porque …, B porque …, C porque …
- Tema. Porque o conceito surge repetidas vezes ao longo do discurso. Por exemplo: em uma biografia de Shakespeare não se conseguirá evitar contínuas repetições da palavra Shakespeare.
- Zeugma. Por não se usar o zeugma.
- Redundância. Para criar redundância.
- Estrutural. Por ser uma repetição estrutural da língua. Por exemplo: no português o dígrafo ss.
- Ênfase. Para enfatizar. Um exemplo: Hamlet perguntado sobre o que lia, diz: Palavras, palavras, palavras.