Pontes nos levam à ideia de superação. Do ponto de vista da arquitetura nos encantamos com a superação de obstáculos naturais, tecnológicos e estéticos. Gostamos de pontes que vencem grandes vãos, que se assentam sobre terreno inóspito, que se projetam a grandes alturas e que vão até os limites da técnica. Melhor ainda se além de tudo, se destacarem pela beleza.
É o caso da Ponte JK (Juscelino Kubitschek) em Brasília. Com 1.200 metros de extensão, vãos livres com até 240 metros a pista dessa ponte pênsil parece flutuar sobre o lago Paranoá. Seus três arcos de aço sugerem os saltos em trajetória parabólica de uma pedra arremessada contra a linha da água.
O posicionamento dos arcos transversais à pista e alternados entre si perturbam o olhar de quem espera a simetria monótona. Quem cruza a ponte em cada ponto da travessia se defronta com uma perspectiva inusitada. Um projeto com as características da Ponte JK, com toda sua complexidade só foi possível, provavelmente, graças ao cálculo estrutural auxiliado por computador. É a informática dando asas para a imaginação dos arquitetos. A ponte não é a maior do mundo, nem tem o maior vão ou a maior altura, mas é forte concorrente ao título de mais bela.
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