Morfema

Quando fazemos a segmentação dos enunciados, podemos chegar a um ponto em que não é mais possível desmembrar o segmento sem que se perca sua função semântica. Embora não seja simples definir exatamente o que é função semântica, vamos por hora considerar que o segmento exerce essa função quando porta algum tipo de significado.

Esse significado pode ser a evocação de uma noção do mundo real, a modificação de uma noção próxima, uma definição de número, tempo, o estabelecimento de uma relação entre itens adjacentes do discurso, etc. Quando chegamos ao ponto em que a continuidade da segmentação  implica em ausência de significado, então chegamos ao nível de morfema. Morfema é o segmento significativo mínimo do discurso.

Morfologia
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Palavra – conceito linguístico

A conceituação de palavra atormenta os linguistas, o que pode parecer estranho, afinal, os falantes têm uma intuição clara do que sejam palavras e conseguem identificá-las facilmente nas situações em que se exige a segmentação do discurso palavra a palavra, como ocorre, por exemplo, no discurso escrito. Mas quando nos debruçamos sobre o estudo da palavra, encontramos sérias dificuldades para estabelecer uma definição universal, válida para todas as ocorrências.

Morfologia
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Período, frase, encaixe e sintagma avulso

Período

O período (P) é formado por uma frase ou então, pela concatenação de duas ou mais frases que se relacionam duas a duas por sintagma conectivo.

Notação formal

P = F ( [ SCon  F]n)

 Notação Lê-se:
P Período
F Frase
SCon Sintagma conectivo

Poderíamos definir o período como concatenação de ao menos duas frases. Para isso, bastaria eliminar os parênteses que envolvem o termo [SCon F]n, o que o deixaria obrigatório na regra. Optamos por não fazer isso pois assim, o período passa a ser a raiz da nossa árvore e a partir do período podemos gerar também uma frase isolada. Essa é uma prática comum em linguística onde, por exemplo, uma frase pode ser composta por um só sintagma, um sintagma por uma só palavra e uma palavra por um só morfema.

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Estrutura sintática da língua portuguesa

Toda a comunicação em língua portuguesa brasileira se dá em conformidade com uma estrutura de regras gramaticais implícitas. Na lista de itens a seguir, explicitamos uma parte dessas regras. O conjunto completo é sem dúvida mais complexo do que a aproximação tosca a que nos propomos. Em conjunto, as regras relacionadas permitem gerar os enunciados aceitáveis de nosso idioma.

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Intercalação sintática

Ocorre intercalação sintática quando um segmento externo é inserido em meio à uma estrutura sintática em desenvolvimento, deixando-a descontínua. Vamos exemplificar:

  • Ele tem acertado, não sei como, todos os resultados.
  • Devo confessar, meu caro, que você está certo.
  • Vou fazer isso, me entenda, pelo seu bem.
  • Entenda que, consideradas as circunstâncias, esta é a melhor decisão a tomar.
  • Eu farei, como disse antes, o que estiver ao meu alcance.
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