Arquivo da categoria: Retórica

Ordem do discurso

O uso retórico da ordem é vasto. Há vários  tipos de ordem a considerar.

Ordem de emissão

É aquela que rege a emissão dos signos do discurso. No discurso oral é linear e temporal, ou seja, cada signo é emitido individualmente numa sequência ao longo do tempo. A exceção é a dos discursos orais sobrepostos, quando mais de uma mensagem é veiculada no mesmo lapso de tempo. Basta lembrar dos quartetos da ópera lírica ou da música coral.

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Recursos retóricos ortográficos

Antes de tratar das relações entre ortografia e Retórica, vamos comentar algo sobre a ortografia em  si, o que nos servirá de  ponto de partida para propósitos posteriores.

Ortografia é um conjunto de regras que disciplinam a emissão do discurso na sua forma escrita, que é a forma traduzida do discurso oral e pode adotar como unidade mínima o fonema, a sílaba, o morfema, a palavra. Também pode ter representação unitária para categorias superiores à palavra, como locuções, nomes, frases.

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Oxímoro – figura de linguagem

Oxímoro é o enunciado contraditório à primeira vista, ou seja, faz-se a conjunção de duas proposições das quais uma é a negação ou implica na negação da outra.

O que diferencia o oxímoro da contradição propriamente dita é a intencionalidade do oxímoro, a proximidade dos termos contraditórios, a visibilidade flagrante e a admissibilidade de uma decifração.

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Repetição – figura de linguagem

A repetição como recurso de Retórica é praticada em diversos níveis: fonológico, gramatical, gráfico, etc. Há três casos de repetição:

  • Repetição de formas de mesma função, ocorrências redundantes.
  • Repetição de funções sob diferentes formas, igualmente redundantes.
  • Repetição de formas com diferentes funções. Não há redundância. Um exemplo: ‘Come para viver ou  vive para comer?’

A repetição é praticada por razões diversas, às vezes sobrepostas, tais como:

  • Icônica. Neste caso pratica-se para sugerir obsessão, tipicidade, monotonia, etc.
  • Trocadilho. Para gerar algum tipo de trocadilho.
  • Rima. Para criar rima, ritmo.
  • Remissão. Para retomar um conceito provisoriamente inconcluso ou não desenvolvido por razões didáticas. Exemplo: Há três razões: A, B e C. A porque …, B porque …, C porque …
  • Tema. Porque o conceito surge repetidas vezes ao longo do discurso. Por exemplo: em uma biografia de Shakespeare não se conseguirá evitar contínuas repetições da palavra Shakespeare.
  • Zeugma. Por não se usar o zeugma.
  • Redundância. Para criar redundância.
  • Estrutural. Por ser uma repetição estrutural da língua. Por exemplo: no português o dígrafo ss.
  • Ênfase. Para enfatizar. Um exemplo: Hamlet perguntado sobre o que lia, diz: Palavras, palavras, palavras.
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Segmentação do discurso

O discurso é segmentado em unidades discretas em todos os níveis linguísticos: fonológico, gráfico, morfológico, sintático e semântico. Além da segmentação com funções linguísticas, há segmentações retóricas e segmentações estilísticas. Uma diferença relevante entre segmentação linguística e retórica é o fato de a retórica ocorrer também num nível superior ao gramatical. A segmentação do discurso pode se dar na área do significante ou do significado.

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