Made in Brasil ou Made in Brazil?

Muitos brasileiros ficam incomodados ao ver o nome do Brasil escrito com Z nas embalagens de produtos para exportação. Quem age assim deve achar um desrespeito alterar a grafia original dos nomes de locais. A ideia de manter a grafia e pronúncia originais dos topônimos é razoável, mas nada fácil de pôr em prática.

Nós falantes do português, por exemplo, somos um fiasco nesse quesito. Enquanto os falantes do inglês trocam apenas uma letra na grafia de Brasil, nós convertemos United States of America em Estados Unidos da América; England em Inglaterra e Scotland em Escócia. No português antigo, vernáculo, os nomes estrangeiros de locais eram aportuguesados ao ponto de ficarem irreconhecíveis no local de origem.

Não adianta ir à Alemanha e perguntar onde fica Alemanha para os nativos de lá. Eles não usam a palavra Alemanha. O costume do aportuguesamento perdeu a força, porém, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que começa a vigorar em breve, traz de volta essa preferência. Um dos artigos do Acordo recomenda que a forma vernácula (antiga) é preferível a qualquer outra.

Assim, Genebra é preferível a Genève, Munique é preferível a München e por aí vai. Por isso, antes de reclamar daquele Z de Made in Brazil lembre que os japoneses não usam a palavra Japão e que também não devem gostar de ler Made in Japan porque não é assim que eles escrevem e pronunciam o nome de seu país. Aliás, eles pouco usam o alfabeto latino.

Letras

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