Anos atrás uma colega me aconselhava com bom humor: “Você devia cuidar melhor do seu patrimônio.” A advertência era por causa de meu hábito de carregar o celular no bolso de frente da calça. Naquela época, eu não dava valor aos avisos de minha amiga, mas tenho que reconhecer que ela estava adiante de seu tempo. A OMS (Organização Mundial de Saúde) incluiu recentemente os celulares no grupo de risco 2B. Estão nessa categoria produtos como café e vegetais em conserva que podem ser cancerígenos embora ainda não existam estudos conclusivos que comprovem os riscos. A escala da OMS apresenta três níveis de risco:
- Nível 1: itens comprovadamente cancerígenos como tabaco, amianto e radiações ionizantes.
- Nível 1B: itens possívelmente cancerígenos como anabolizantes e atividades ligadas ao refino de petróleo.
- Nível 2B: itens com potencial cancerígeno não comprovado de forma conclusiva como a cafeína e os celulares.
O risco potencial dos celulares está associado às ondas eletromagnéticas que o aparelho emite durante seu funcionamento e que estão na faixa da radiação não ionizante. Apesar de serem menos agressivas que a radiação ionizante as ondas do celular poderiam ser comparadas em uma analogia tosca a um forno de microondas de baixa potência. Quando você usa o celular colado à cabeça estaria cozinhando seu cérebro. A massificação do uso dos celulares e o surgimento dos smatphones que emitem ondas de maior potência podem ter influído na decisão da OMS de colocar esses aparelhos na lista de itens com dano potencial à saúde. Felizmente, podemos minimizar o risco com iniciativas simples. Vejamos algumas dicas dos especialistas:
- Crianças longe do celular. Os ossos do crânio da criança ainda estão em formação, o que as torna mais vulneráveis às radiações emitidas pelo celular. Alguns pais tratam celular como item de segurança para os filhos, outros pensam que celular é uma questão de modernidade, mas quem sabe não seria melhor adiar o ingresso das crianças no estressante mundo da conexão em tempo integral?
- Use fone de ouvido ou viva voz. A ideia é manter o celular longe do cérebro, parte do corpo mais sensível às radiações do aparelho. Headsets sem fio com blueetooh estão liberados porque as ondas emitidas por essa tecnologia são de baixa frequência e intensidade.
- Não durma com o celular na cama. Quem usa o celular como despertador deve mantê-lo longe do corpo. Taí uma boa prática para quem não entende a diferença entre acordar e levantar. Deixando o celular na cômoda, por exemplo, você precisa sair da cama para desligar o alarme.
- Não carregue o celular junto ao corpo. O celular emite ondas mesmo quando não está em uso. Deixe-o sobre a mesa, no porta luvas, na bolsa. Os esquecidos serão acusados de usar celular fixo, mas compensa, principalmente para os homens que costumam levar o celular no bolso da frente. Só não me perguntem se o celular causa impotência.
- Evite locais de sinal fraco. Em áreas com sinal fraco o celular compensa emitindo ondas de maior potência. Obviamente, não há muito que fazer quanto a isso a não ser desligar o celular nas áreas de sombra de sinal.
- Fale menos no celular. Essa regra é recomendada pela OMS e pela OMMPF (Organização Mundial dos Maridos que Pagam a Fatura)
Como se vê, é fácil se prevenir contra os danos potenciais do celular à saúde. Seguindo as regras, o cidadão leva de bônus algumas vantagens como menos atrasos matinais e uma fatura mais barata.
Cara o smartphone mesmo desligado ele emite radiaçao