Esta é uma lista de filmes repletos de maus ensinamentos que você não deve assistir, mas caso resolva vê-los faça isso discretamente, sem chamar a atenção. Não comente sobre esses filmes com qualquer um, a não ser que você esteja em uma roda de inteligentinhos e seu objetivo seja provocar a fúria dos virtuosos combatentes das belas causas da pós-modernidade.
Veja a lista comentada em vídeo:
Desejo de matar
Clássico da justiça com as próprias mãos. A versão original de 1974 com Charles Bronson tornou-se uma franquia com 5 filmes. Vale também o remake de 2018 estrelado por Bruce Willis. O personagem principal Paul Kersey é atormentado pelo sentimento de culpa. Proteger a própria família é ponto de honra para homens como Paul, mas em tempos modernos cabe ao estado proteger o cidadão.
Infelizmente, o estado nem protege o cidadão nem pune os criminosos e a família Kersey é tragicamente atingida pela violência urbana. Daí a opção de Paul por fazer justiça com as próprias mãos. Diferente do Batman que não mata, o justiceiro Paul não vê problema em deixar malacos esticados no chão.
Desejo de matar (1974) na Wikipedia
Força aérea um
O presidente dos Estados Unidos e seu staff são sequestrados em pleno voo do Força Aérea Um. Nesse filme de ação eletrizante você verá o presidente dos Estados Unidos (Harrison Ford) lutar ferozmente contra selvagens terroristas cazaques que querem a libertação de um general comunista preso na Rússia. Os terroristas são o mal encarnado, o presidente é intrépido e o mudo livre está em risco. Frases inesquecíveis: “Get off my plane” e “We are air force one”.
Homens de preto
O primeiro filme lançado em 1997 nos mostra a saga dos homens de preto contra a escória do universo que insiste em invadir silenciosamente os Estados Unidos. Os aliens se infiltram disfarçados na sociedade americana com o objetivo de corrompe-la e domina-la. Só os homens de preto podem resolver a questão dos cucarachas. Sim, os piores aliens pertencem à linhagem das baratas. Lembrando que o termo cucaracha é uma forma pejorativa de se referir aos imigrantes ilegais nos Estados Unidos.
Kingsman: serviço secreto
Kingsman é um caso a parte de incorreção política. É uma overdose de violência estilizada, glamourizada e gratuita, no entanto, escapa dos ataques dos patrulheiros da infinita correção graças a alguns truques sutis. Por exemplo: no meio do filme há uma chacina dentro de uma igreja. Só que as vítimas são fundamentalistas brancos, então tudo bem. No final, temos uma apoteótica queima de fogos de artifício ao som disco e ninguém reclama, afinal as coisas que estão explodindo são do mal. O charme fica por conta da tradicional elegância britânica masculina. Manners Maketh Man.
Um dia de fúria
Este filme é de forma implícita um grito de revolta contra os opressivos tempos politicamente corretos em que vivemos. O anti-herói do filme é o pacato cidadão que tem que engolir sapo o dia inteiro e num certo dia a tampa da panela de pressão estoura. Sobra pra todo mundo incluindo minorias variadas. É a revolta do homem americano branco médio e seus white people problems.
O lobo de Wall Street
Capitalistas selvagens se engalfinham na selva de Wall Street para ganhar muito muito dinheiro fácil que jorra no mercado financeiro. Com o dinheiro no bolso levam uma vida louca com muita ostentação, sexo e drogas. A parte do sexo e drogas não é muito criticada pelos inteligentinhos politicamente corretos, mas o capitalismo selvagem esse não tem perdão. E não adianta dizer que no final os gananciosos se dão mal. Se durante 95% do tempo de filme eles se dão bem é porque a especulação financeira compensa.
O lobo de Wall Street na Wikipedia
Shaft (2019)
O conflito de gerações aos poucos cede à força dos laços de sangue. O velho Shaft, detetive durão dos bons tempos se une ao seu filho promissor, mas mal influenciado pelos cacoetes da geração floco de neve (snow flake). O velho é uma metralhadora de palavrões e comportamentos politicamente incorretos, resolve os problemas com astúcia e doses altas da boa e velha violência. Seu filho tecnológico e certinho tem muito a aprender. E aprende.
Rambo
A franquia Rambo começou em 1972 e de lá para cá o combatente solitário segue firme neutralizando os inimigos da América nos cinco filmes rodados até agora. Herói old school, musculoso, bronco, de poucas palavras, patriota, atira primeiro e faz perguntas depois, salva o mundo livre. Só vi qualidades, kkk.
Robocop
Robocop é um filme dupla face e, por isso, pode agradar a dois públicos. Para alguns, é uma sátira da sociedade tecnológica do espetáculo onde empresários inescrupulosos tentam empurrar soluções para o poder público como esse tal robô policial infalível. Para outros, Robocop é a solução para a criminalidade. Não estou falando do robô, mas do estilo adotado pelo robô: ação rápida, mira infalível, caçador implacável, neutralizador de meliantes. Ah, se houvesse um Robocop de verdade.
O original de 1987 teve duas continuações e um remake em 2015 pelo diretor José Padilha que trouxe elementos de modernidade ao filme.
Borat
O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão viaja aos Estado Unidos para raptar Pamela Anderson e se casar com ela à moda cazaque. O filme é provavelmente um dos mais processados da História por mexer com todo os seres sensíveis do mundo. Só para dar um exemplo: Borat acredita que mulheres judias botam ovos. O Cazaquistão proibiu o filme por um certo tempo, mas recuou depois de o turismo no país aumentar por conta do filme.
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