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Crítica | Alien o oitavo passageiro

Futuro primitivo

Alien
Direção de Ridley Scott
1979 : EUA :  116 min
Com Tom Skerrett (Dallas)
Sigourney Weaver (Ripley),
Ian Holm (Ash) e
John Hurt(Kane)
Site oficial: www.alien-movies.com

Há milhares de anos, os contadores de histórias reuniam os membros da tribo à noite em volta da fogueira e falavam sobre aventuras mágicas onde o homem se defrontava com feras terríveis, civilizações exóticas, situações de perigo extremo e medo absoluto diante do mundo desconhecido. O que Ridley Scott fez com maestria em Alien, foi transpor esse ancestral fascínio pelo perigo desconhecido para um ambiente futurista.

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Crítica | Os infiltrados

Quando o mau é bom e o bom é mau

The departed
Direção de Martin Scorsese
2006 : EUA :  149 min
Com Leonardo DiCaprio (Billy Costigan),
Matt Damon (Colin Sullivan),
Jack Nicholson (Frank Costello) e
Vera Farmiga (Madeleine)
Site oficial: thedeparted.warnerbros.com

Os infiltrados parte de um enredo engenhoso: o policial Billy Costigan (DiCaprio) se infiltra na gangue de Frank Costello (Nicholson) ao mesmo tempo em que o gangster Collin Sullivan (Matt Damon) inicia carreira na polícia de Boston. Em pouco tempo ambos sobem na hierarquia das organizações em que atuam. Billy (o bom) consegue entrar no círculo do velho mafioso e Collin (o mau) é promovido no departamento de polícia.

Porém, uma sucessão vertiginosa de incidentes faz com que os dois lados farejem a existência dos infiltrados. A partir daí, começa uma caçada em que o bom e o mau perseguem um ao outro. Essa trama simétrica serve para Martin Scorsese fazer aquilo que é sua especialidade: mostrar o mundo do crime por dentro.

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Crítica | Seven

O martírio como espetáculo

Se7en
Direção de David Fincher
1995 : EUA : 128 min
Com Morgan Freeman (Somerset),
Brad Pitt (Mills),
Gwyneth Paltrow (Tracy) e
Kevin Spacey

As cenas iniciais nos mostram o velho detetive Somerset se preparando para ir ao trabalho. A colcha impecavelmente alisada, os objetos pessoais alinhados sobre a cômoda. Um homem metódico e solitário, diferente de seu novo parceiro, o impetuoso e afoito Mills (Brad Pitt) que nunca desfaz o nó da gravata e vive em conflito com sua bela mulher (Gwyneth Paltrow).

Falta pouco para Somerset se aposentar e Mills está chegando à cidade grande disposto a conquistar espaço. O destino lhes reserva um caso difícil e logo surge uma aversão mútua entre os dois, no entanto, veremos que eles são opostos que se complementam: a experiência de um e o vigor do outro; o altruísmo do jovem e o ceticismo do velho; racionalidade de Somerset e a impulsividade de Mills.

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Crítica | Z

Política como caso de polícia

Z
Direção de Costa-Gavras
1967 : Argélia : 127 min
Com Yves Montand (Doutor),
Irene Papas (Helene) e
Jean-Louis Trintignant (Magistrado)

Z é um thriller político descaradamente maniqueísta. Os bons do filme são cavalheiros altruístas, dedicados, austeros, intelectuais e bonitões. Eles lutam por uma causa justa e erguem bandeiras pela democracia, pelo pacifismo e pela independência das nações. Os maus, por outro lado, são toscos, truculentos, cômicos e abraçam causas de direita unicamente por conta de interesses mesquinhos.

Maniqueísmo político

Os maus preferem a ditadura, o anticomunismo, a xenofobia; no entanto, vão ao teatro ver o balé Bolshoi e um deles é pederasta. Seriam as contradições expostas da direita tacanha que pratica o que critica? Z mostra um mundo polarizado: nobres cruzados da política elegante contra rudes defensores do status quo retrógrado. Será que o mundo é simples e raso assim? Então, porque considerar Z um filme de grande importância? Primeiro, porque é baseado em fatos reais, depois, porque a visão implícita nas lentes de Z é um produto da Guerra Fria que, por extensão, retrata também outras realidades políticas desse mundão de Deus.

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