Crítica | A mulher faz o homem

O escoteiro encontra as raposas

Mr. Smith goes to Washington
Direção de Frank Capra
1939 : EUA :  129 min : branco e preto
Com James Stewart (Mr. Smith),
Jean Arthur (Clarissa),
Claude Rains (Senador Paine) e
Edward Arnold (Jim Taylor)

Somente escoteiros mirins acreditariam na existência de políticos como o senador Smith. Ele é honesto, idealista e tem uma incrível disposição para lutar pelo que acha correto. Está certo que ele é um caipira ingênuo que caiu no ninho das velhas raposas de Washington, mas os filmes de Frank Capra são assim: falam sobre pessoas simples com valores simples.

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Crítica | A queda – as últimas horas de Hitler

Alemães ajustam contas com o passado

Der Untergang
Direção de Oliver Hirschbiegel
2004 : Alemanha : 156 min
Site oficial: www.downfallthefilm.com
Com Bruno Ganz (Adolf Hitler),
Alexandra Maria Lara (Traudl Junge) e
Corinna Harfouch (Magda Goebbels)

O risco era alto: Um filme alemão sobre o fim do Terceiro Reich. Bastava errar a mão e os idealizadores seriam acusados de desrespeitar a memória dos milhões de mortos da Segunda Guerra. Mas o filme deu certo e, com equilíbrio e sensibilidade, ajudou os alemães a acertarem contas com seu passado.

Hitler visto de perto

Algumas pessoas ficaram incomodadas por verem um Hitler humano. Realmente, a atuação de Bruno Ganz nos coloca diante de um Hitler perturbado, que delira comandando tropas imaginárias, que não sente compaixão pelo destino dos alemães, mas que reserva algumas palavras ternas para colaboradores próximos. Não vejo como poderia ser diferente. Em um filme denso não se tem escolha senão mostrar o personagem principal como ser humano, mesmo que o ser humano em questão seja Adolf Hitler.

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Crítica | Aconteceu naquela noite

Opostos separados pela Muralha de Jericó

It happened one night
Direção de Frank Capra
1934 : EUA :  100 min : branco e preto
Com Clark Gable (Peter Warren) e
Claudette Colbert (Ellie Andrews)

Há dois tipos de opostos: os que se repelem e os que se atraem. Nessa comédia romântica eterna, no início pensamos que se trata de um caso de ódio à primeira vista, mas o filme vai passando e os astros que comandam o destino giram em suas órbitas.

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Crítica | Adeus, Lenin!

A segunda queda do muro de Berlim

Good bye, Lenin!
Direção de Wolfgang Becker
2003 : Alemanha : 118 min
Com Daniel Brühl (Alexander) e
Katrin Sass (Christine)
Site oficial: www.good-bye-lenin.de

Sempre esperamos que a arte exorcize os demônios da História. A queda do muro de Berlim foi um trauma para muita gente. Não que as pessoas quisessem a continuação do muro, mas porque houve duas quedas em uma só: a do muro e a do socialismo real.

Tudo bem, estamos falando de pessoas ao redor do mundo que acreditavam, algumas ainda acreditam, na utopia socialista. Mas quem viveu no socialismo real vê as coisas sob outra perspectiva e nada como um filme feito por alemães para nos dar a visão de quem estava lá sobre o fim do muro e da RDA (República Democrática Alemã, a Alemanha oriental e socialista).

Comunista devota

Christine (Katrin Sass) é uma mãe devotada aos filhos e ao partido comunista. Depois que seu marido abandonou a família em circunstâncias mal explicadas, ela passou a ser uma ativista da causa socialista. Seu filho Alexander (Daniel Brühl) é mais pragmático e não se entusiasma com o comunismo. Chega a participar de uma passeata de protesto em 1989 pela queda do regime alemão oriental. A mãe de Alexander o vê no exato momento em que ele é preso pela polícia que dispersa a passeata e isso a leva a um enfarte.

Ela permanece em coma por oito meses e, enquanto isso, a situação política da Alemanha oriental vira de pernas para o ar. Quando Christine sai do coma, os médicos avisam o filho que a situação dela é muito delicada e que ela não pode passar por emoções fortes. Alexander então decide esconder da mãe comunista fervorosa toda a reviravolta política que ocorre no país. A partir daí, está montado o palco para situações hilárias e absurdas.

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Crítica | Adivinhe quem vem para jantar

Racismo na mesa do jantar

Guess who’s coming to dinner
Direção de Stanley Kramer
1967 : EUA :  103 min
Com  Spencer Tracy (Matt Drayton) ,
Sidney Poitier (John Prentice)
Katharine Hepburn (Christina Drayton)
e Katharine Houghton (Joanna Drayton)

É impressionante como esse filme suave consegue falar sobre racismo de forma tão contundente. Não sei onde formei a opinião de que filmes com esse tema exigem um clima tenso, mas em Adivinhe quem vem para jantar tudo transcorre de forma, digamos, civilizada e talvez aí esteja a sua força.

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