East of Eden Direção de Elia Kazan 1955 : EUA : 115 min Com James Dean (Cal), Julie Harris (Abra), Raymond Massey (Abram) e Jo Van Fleet (Kate).
Tudo em Vidas Amargas é repleto de significação, a começar pelo título original (East of Eden) que nos remete à história bíblica de Abel e Caim. Mas não pense em encontrar o bom e o mau irmão nos moldes bíblicos, porque nesse filme as fronteiras entre o bem e o mal são muito difusas, como na vida real.
Vidas Amargas é um filme sobre conflito de gerações, mas que vai muito além disso. É uma obra densa com personagens complexos e outros temas estão lá: o impacto da tecnologia; a transformação que a guerra traz à vida de uma pequena comunidade; a solidão; a perda da inocência; o conflito entre alinhados e desajustados; entre formais e viscerais; entre certinhos e malandros; e por que não dizer: entre o bem e o mal.
The blob Direção de Irvin S. Yeaworth Jr. 1958 : EUA : 86 min Com Steve McQueen (Steve) e Aneta Corsaut (Jane) Tema de abertura de Burt Bacharach
Ela veio do espaço dentro de um meteorito e está crescendo sem parar graças a uma dieta rica em proteína humana. Nada parece detê-la: nem tiros, nem ácido, nem choque elétrico. O que será da humanidade? Seremos todos engolidos pela bolha grudenta? A bolha é o legítimo filme trash cult. A produção é precária, as performances dos atores são uma droga, os efeitos especiais são toscos e engraçados, os diálogos são repetitivos.
Do trash ao cult
Enfim, quanto mais você assiste mais problemas encontra no filme. Então por que assisti-lo? Acontece que ele tem aquelas as virtudes fundamentais do trash cult: parte de uma ideia engraçada e original; pretende arrancar gritos de horror da plateia, mas acaba tirando boas risadas; é ingênuo e despretensioso e reflete uma visão de mundo simples e romântica.
A bolha é mais uma produção americana da década de 1950 que mescla horror com ficção científica. Outros exemplos são Guerra dos Mundos (1953) e Plan 9 from outer space (1959). Nas décadas anteriores, o cinema americano ainda importava monstros europeus como Drácula e Frankenstein. A partir da década de 1950, a indústria cinematográfica começou a se interessar pelo público adolescente e era preciso buscar novos paradigmas.
Com a corrida espacial em curso, o terror começou a vir do espaço. Como sempre, o terror vem de fora. O medo americano sempre tem como causa algo absolutamente mau que chega de além das suas fronteiras e ameaça uma população honrada. Ok, não são apenas os americanos que agem assim, mas eles lideram a indústria cinematográfica mundial, então que aguentem a bronca.
Pensando bem é bom
Mas nem tudo em A bolha é primário. Há algumas particularidades no filme que o mantém vivo em nossa memória. Note como ninguém acredita naqueles adolescentes, que são tratados como arruaceiros. Observe o policial durão que pensa que ainda está na Segunda Guerra. Perceba como no final, as diferenças são superadas e todos se unem contra a maldita bolha comilona.
Esse filme já teve remake com melhor produção em 1988 (A bolha assassina), mas vale a pena assistir o original. Atenção para Steve McQueen em início de carreira e a música de abertura de Burt Bacharach, que não tem nada a ver com filme de terror, é um mambo. Ideal para os saudosistas dos anos dourados e para quem pensa em largar o chiclete.
Marcante
O velho eremita é o primeiro a ver o meteorito fumegante que caiu próximo à sua cabana. De repente, o meteorito racha como um ovo e aparece a pequena bolha no seu interior. Como em todo filme de terror que se presa, os idiotas curiosos morrem primeiro e o velho resolve cutucar a bolha com um graveto.
The ladykillers Direção de Joel e Ethan Coen 2004 : EUA : 104 min Com Tom Hanks (G.H. Dorr) e Irma P. Hall (Marva Munson)
O bom Deus age por caminhos misteriosos, diria a senhora Marva (Irma P. Hall), a decidida velhinha que se vê às voltas com perigosos trambiqueiros. Eles querem pôr as mãos no dinheiro farto de um cassino no Mississipi cavando um túnel até a sala do cofre. Mas como executar o crime do século sem deixar pistas? Bem, nas imediações do cassino há uma casa respeitável com um quarto para alugar.
O professor G. H. Dorr, phD, se apresenta como candidato a inquilino. O quarto o agrada muito e talvez a senhora Marva pudesse liberar o porão da casa para os ensaios do grupo musical que Dorr lidera. Porões, como se sabe, têm ótima acústica para a música renascentista. E assim começa a lambança
Hostel Direção de Eli Roth 2005 : EUA : 95 min Com Jay Hernandez e Barbara Nadeljakova.
Esse filme já entrou na lista dos mais violentos de todos os tempos e tem boas chances de encabeçá-la. É claro que existe violência e violência. As pessoas de bom senso repelem apenas os filmes com violência gratuita e glamourizada. Sob circunstâncias apropriadas, a violência pode levar à reflexão, mas é difícil dizer em que categoria se enquadra O Albergue.
Sua violência é estúpida ou tem dimensão filosófica? O diretor Eli Roth se diz satisfeito em ver os espectadores com o estômago revirado por causa do filme e que seu objetivo era esse mesmo. Eu, como membro do grupo dos estômagos revirados, confesso que fechei os olhos em algumas cenas e que passei o dia seguinte com o apetite estragado e com algumas imagens me atormentando. Talvez por ser tão chocante, O Albergue acabe nos forçando à reflexão.
The dirty dozen Direção de Robert Aldrich 1967 : EUA : 145 min Com Lee Marvin (Major Reisman), Ernest Bornigne (General Worden), Charles Bronson (Wladislaw), John Cassavets (Franko), Telly Savalas (Margott), Donald Sutherland (Pinkley), Jim Brown (Jefferson), Clint Walker (Posey) e Robert Ryan (Coronel Breed)
Canalhas, delinquentes, indisciplinados, perigosos. Pode imaginar os piores adjetivos para qualificar esses doze condenados, só que eles são os heróis do filme. Chefiados por um major durão, boca dura e indisciplinado, eles têm a missão de invadir um castelo na França onde oficiais nazistas de alta patente se divertem durante o período em que estão licenciados do front. A ideia é chegar lá, abater o maior número possível de nazistas e dar no pé.